Serasa-Experian e consultores da USP lançam relatório 'Mosaic Brasil', onde a sociedade brasileira é segmentada em 10 grupos e 39 segmentos.
A finalidade deste estudo não é governamental, e sim comercial. Todo serviço de segmentação serve para conhecer melhor as ansiedades e modos de vida de diferentes pessoas.
Estes grupos são completamente de ordem prática. Como sou matemático, entendo um pouco do assunto. Estas análises colocam cada agente em um espaço onde cada dimensão representa renda, escolaridade, atitude perante o consumo. Cada pessoa é representada como um pontinho nessa nuvem, ou mais provavelmente, várias nuvens. Um algoritmo matemático semelhante a este tenta traçar qual é a melhor segmentação do conjunto, por isso o nome 'segmentação'.
Apesar disto, o grande número de grupos revela algo que eu já suspeitava: A enorme diversidade de comportamentos econômicos existentes na sociedade brasileira. Pois cada grupo representa também uma estratégia diferente de sobrevivência, dentro das possibilidades e das deficiências de cada um destes grupos. Se for levar a coisa mais além, descobriremos diferentes gostos musicais, diferentes religiões, diferentes atitudes perante o mercado de trabalho. Há mobilidade, é claro. Mas há também demarcações mais rígidas, como 'Brasil Rural', 'Aposentadoria Tranquila', e outros que representam grupos mais estanques.
Este é um retrato bem diferente da clássica divisão em A-B-C do IBGE que já não significa muita coisa. Especialmente aquela classificação por 'número de televisores' na casa. Algo tão obsoleto para ter um retrato social quanto contar o número de chaminés...
Outra surpresa deste estudo é que ele aponta como grupo majoritário no Brasil a 'Periferia Jovem'. Jovens de baixa renda, da periferia, com baixa formação e pouca desejabilidade no mercado de trabalho.
É claro que com diferentes eixos, teríamos diferentes grupos, mas não deixa de ser um estudo interessante.
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