Gosto muito dos textos do Nelson Motta no Estadão, da mesma forma que gostei do livro do Tim Maia. Aqui ele dá uma solada de dois pés na turma do Marco Aurélio Top Top Garcia:
Se é preciso democratizar as comunicações no Brasil, como quer o programa de governo do PT, é porque elas não são democráticas, concluiria o conselheiro Acácio. Mas aqui qualquer um pode abrir um jornal, uma rádio ou uma emissora de TV, dependendo de seus recursos para montar e manter o veículo. E de sua capacidade de conquistar audiência. Com a infinidade de canais que hoje o mundo digital oferece, é fácil para qualquer sindicato, ONG ou movimento social ter sua rádio e seu canal de televisão. O difícil é ter espectadores. Na internet, ninguém precisa de nenhuma autorização, ou de muito dinheiro, para botar no ar sua rádio, jornal, revista ou televisão – basta ter competência e audiência. O que pode ser mais democrático do que isso? Não é por falta de democracia que as esquerdas não conseguem fazer um veículo de massa de sucesso popular, mesmo com todas as verbas e a “vontade política” oficial. O último foi o Pasquim. Esse pessoal só vai ser lido, visto e ouvido se a concorrência for eliminada. Alguém duvida que a Globo, a Record, a Band e o SBT disputam cada centavo do mercado, cobrando por cada espectador conquistado? Dezenas de canais a cabo não competem ferozmente por assinantes e anunciantes? Os jornais não estão disputando leitores nas bancas e online? Não há livre concorrência? Então que monopólio é esse que eles querem acabar? Por que ninguém vê a TV Brasil? Por que A Voz Operária é menos lida do que O Estado de S. Paulo? Por que a Carta Capital só tem uma fração dos leitores da Veja? Não se trata de quem é melhor ou pior, é só uma livre escolha do público. E nas escolhas democráticas, às vezes, a maioria está errada, mas o que fazer, acabar com a democracia? Ou com a maioria? Quem sabe, com o tempo e governos petistas, os brasileiros ganhem educação, consciência política e bom gosto e façam da Voz Operária, da TV Brasil e da Carta Capital campeões de audiência? Já em Cuba, na Coreia do Norte, na Venezuela e no Irã, quem falar em democratizar as comunicações vai preso. Porque lá elas já estão democratizadas, concluiria o conselheiro.
26 de fevereiro de 2010
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