Poucos personagens são tão odiados em época de crise quanto o do especulador, como os que agora apostam 8 bilhões em uma crise do euro desencadeada pela quebra dos PIIGS.
Mas, semelhante aos abutres, o especulador que aposta em uma quebra tem uma função importante. Ele cheira a carniça, dá uma bicadinha, acaba de matar a presa. Ele sinaliza ao mercado: 'tem carniça por aqui!'. Ele ajuda a limpar o terreno dos empreendimentos mortos-vivos que rastejam por aí. Ajuda as pessoas a caírem na real e admitirem uma nova situação desagradável, e fazer algo para corrigir esta situação.
Economistas chapa-branca serão uníssonos ao afirmar que 'não há razão', que as contas públicas estão em ordem, que 'os especuladores são irracionais'. Mas os especuladores pagam para ver. Se as apostas forem, de fato, irracionais, eles perderão muito dinheiro.
Imagine que ridículo seria, em uma mesa de poker, um dos jogadores sabendo que você está blefando, e pagando para ver, e você dizendo 'que não há razão'. Ora, o dilema agora é simples. Ou você cobre a aposta e mostra alguma coisa, para quebrar este apostador, ou se resigna a virar as cartas.
Encontrei neste blog português uma ótima discussão sobre o especulador, e suas variantes. Como eles estão no meio do furacão, e alguns falam com grande conhecimento, vale a pena conferir.
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