25 de agosto de 2011

Carta a Paul Krugman, o penetra de Jackson Hole

Caro Krugman,

Bernanke te decepcionou. Obama te decepcionou. Não dá para confiar nos seres humanos. Os alienígenas nos esqueceram e não vão nos atacar, como você sugeriu.

Ninguém dá mais bola para o que você fala. Os políticos chamam suas soluções de ‘açúcar’. O público fanático e ignorante descobriu que economistas como você não servem para absolutamente nada. Nem mesmo as marmotas monetárias que se reúnem em Jackson Hole te mandam um convite.

Então confie nas forças da natureza para gerar a demanda agregada que você tanto espera, para que essa contração ‘se resolva em 18 meses’.

Você, que ao contrário dos ‘fanáticos, ignorantes’ em economia, celebrou os poderes curativos do terremoto japonês sobre a economia mundial, e acredita incondicionalmente no poder da vidraça quebrada, veja que até mesmo o terremoto desta semana te decepcionou.

Vocês estão mesmo em baixa, não é fácil ser Keynesiano hoje em dia, hein?

Vamos esperar então para que o furacão Irene cause bastante morte e destruição quando chegar nos EUA, porque com isso diminui o desemprego, aumentam os gastos com a reconstrução. Vamos torcer para que cause milhões de desabrigados, e assim reativar o setor imobiliário americano.

Já que o furacão keynesiano não veio, torça pelo Irene. Aumento garantido no PIB, e especialmente do PIB per capita.

22 de agosto de 2011

Rebeldes com causa e sem causa

Como eu gostaria que à frente desse movimento Tea Party estivesse o Ron Paul. Mas a política sendo o que é, veremos no Tea Party uma mistura de temas para agradar ao eleitorado mais conservador, inclusive itens da agenda religiosa e conservadora, o que vai atrair algumas críticas fáceis.

Agora, o que interessa para a recuperação é saber se austeridade e equilíbrio de contas sem aumento de impostos continuará no pacote desse movimento ou não, uma vez sentidos os efeitos. Porque assistencialismo também pode fazer parte da agenda religiosa e conservadora.

Mesmo assim, vejo mesmo no Tea Party dos EUA algo muito mais próximo da atitude cívica de um cidadão adulto do que um monte de 'indignados' com o término dos programas sociais, culpando bodes expiatórios ( FMI, Merkel, Banco Mundial ) e cantando hinos em praça pública.

Rumo, eles não tem. Se soubessem algo sobre mercado de trabalho, exigiriam, por exemplo, a redução dos entraves trabalhistas espanhóis. O tipo de proposta que não causa a mínima excitação nestes grupos.

Ao contrário, exigem empregos e assistencialismos, de maneira não muito diferentes dos rioters do Reino Unido, que 'exigem' um gadget ou um produto, sendo que estes já não chamam isso de democracia, e simplesmente quebram a vidraça e pegam o que querem.

Mas revolta e energia de sobra eles tem, e no pior caso isso pode levar para a Europa agitações violentas como a das capitais da primavera árabe. Se formos ver o perfil social da primavera árabe, jovens, formados, confusos e sem futuro, veremos que a Europa não está tão longe assim dessa realidade.

Apesar disso, os tea-parties, com propostas reais e organizando reuniões em seus quintais é que vão ser chamados de fanáticos.

16 de agosto de 2011

Krugman: os que EUA precisam é de uma invasão alienígena

Paul Krugman é um economista keynesiano proeminente, e como todo keynesiano, tem grande apreço pela falácia da vidraça quebrada.

O grande economista francês Frédéric Bastiat já se batia contra esta e outras falácias há muito tempo atrás.


É claro que gastar dinheiro com atividades inúteis, do tipo cavar e tapar buraco, vai movimentar os negócios dos empregados por estas atividades. Este é o lado visível do fenômeno.

O lado que não é visível é que enquanto abrem e fecham buracos, uma economia já com dificuldades vai precisar manter o sustento destes trabalhadores, que com certeza não vão satisfazer suas necessidades ao modo keynesiano, simplesmente imaginando ou não-imaginando que estão de barriga cheia, que estão sob um teto, que estão relaxando depois de tapar buracos assistindo a uma televisão tela plana. Não. Consumirão recursos reais, produzidos pela economia real, em troca de dívida que não vai ser paga no futuro por eles, mas por todos.

Em suma, é como se fosse mais um imposto sobre o setor produtivo sem nada em troca.

Enquanto participam destas atividades econômicas inúteis, os envolvidos nada mais são que parasitas econômicos.

Rogoff é mais fiel ao Keynes original, cujo emaranhado de idéias, apesar de controversas e confusas, faziam bem mais sentido do que as de seu posterior séquito de economistas medíocres que vieram 'interpretar o mestre'. Rogoff defende o gasto em infra-estrutura, mesmo que através de endividamento, receita que de fato funcionaria, se bem que não no caso americano com a construção de pontes para lugar algum, mas ao menos em algum país com déficit nessa área, como no Brasil.

Mas este exemplo é deixado no chinelo por um cada vez mais lunático Paul Krugman, exemplificando ao máximo o absurdo de si mesmo e desta teoria. Disse na CNN que, assim como na segunda guerra mundial, tudo o que os EUA precisam para sair da recessão é de uma 'invasão alienígena'. Palavra de 'Nobéu'. É de se admirar que seguindo conselhos econômicos destes charlatães tenhamos entrado em uma crise mundial?

11 de agosto de 2011

A escalada da pirâmide

Vamos fazer uma pequena conta.

Uma jovem se casa e ingressa no esquema do INSS pagando 5% de contribuição de 1 SM.

Se este dinheiro fosse investido - O QUE NÃO É - teríamos o acúmulo de juros sobre juros.

Uma quantia X depositada anualmente ( para simplificar ) ao longo de N anos e recebendo juros r se multiplica em:

X * ( ( (1+r)^N - 1 )/(r) )

Se este capital recebesse juros reais acima da inflação de 5%, teríamos ao final de 30 anos de contribuição o montante de 70x a contribuição, aproximadamente.

A contribuição é pequena, de 1/20 de um SM, e dá direito a 1 SM.

Se isto fosse investido e recebesse juros - o que seria o melhor caso POSSÍVEL - seria suficiente para 3.5 anos de pagamento de 1 SM.

O dinheiro continuaria rendendo juros, mas convenhamos, economias representando 3.5 x um pagamento anual de 1 SM não levariam uma aposentadoria muito longe.

A expectativa de sobrevida do sexo feminino aos 60 anos é de 20 a 22 anos, dependendo da região do país e das condições.

Agora o pior : essa dona-de-casa pode já se 'aposentar' aos 50 ANOS!

Agora o pior : o INSS é um esquema de Ponzi, não há sequer acúmulo de juros. O que entra tem que igualar o que sai. O resto o estado tira por impostos ou inflação para tapar o inevitável rombo.

Para sustentar uma dona de casa em 2040 será necessário a entrada de 20 donas de casa no 'mercado de trabalho'. Obviamente o que bota mesmo dinheiro no sistema é a contribuição das empresas, da ordem de 20%. Mesmo assim não evita uma quebra, porque uma pirâmide sempre quebra, a menos que vire uma corrente, o que obviamente ninguém quer, porque não ofereceria vantagem alguma a quem é 'contemplado' nesse esquema.

Além de donas-de-casa temos várias classes de isenção de empresas do Simples, e em geral a tendência é prometer benefícios futuros e arrecadar agora para rolar a pirâmide mais um pouco, aos que certamente serão um peso no futuro.

A medida foi aprovada e aplaudida no congresso por membros de todos os partidos.


Entenderam agora porque um colapso total das contas públicas é tanto inevitável quanto necessário?

UPDATE: sem comentários, dois anos de 1/20 de SM vão aposentar uma geração de donas de casa.

Mais outra brecha:

Isso já virou uma bagunça tão grande que não é possível que dure 10 anos desta forma. Talvez nem durante essa crise estas regras se mantenham. Ao menos uma coisa vai ser bonito : ver os petistas se enforcando com a própria corda que eles mesmos passaram em seu pescoço. Dona Dilma vai ter que vetar ou quebrar.

A dose não foi o suficiente

O que era comentado apenas em blogs e por observadores econômicos se confirmou, e os mercados subitamente se deram conta das implicações da insustentabilidade fiscal dos países ricos e da incapacidade do Fed de produzir qualquer poção mágica que não involva inflação.

Isto já vem sendo defendido pelos grupo dos keynesianos irresponsáveis. Paul Krugman usa o termo 'grupo de pessoas muito sérias' para desmerecer os que exigem austeridade fiscal. Eu uso o termo 'grupo dos keynesianos irresponsáveis' para me referir a Krugman, Bernanke, Rogoff, Stigliz e outros panacas com diplomas e títulos mas com total incapacidade e vontade de abrir mão de sua teoria econômica furada.

Se a cobaia não ressucita, é porque a dose não foi suficiente. Esse é o mantra.

2 de agosto de 2011

No fundo eles sabem que funciona, mas quem vai tapar o rombo?

O governo deve estar mesmo desesperado com a deterioração da economia. Porque quando eles estão realmente muito, muito desesperados eles mostram que sabem que só tem uma coisa que funciona : corte de impostos, desoneração, redução do custo-Brasil.

Claro que isso contrasta com todas as promessas que eles fazem ao outro lado, mas por um tempo eles querem ter as duas coisas.

Eles estão para baixar mais um de seus decretos hoje que isenta setores da indústria intensivos em mão-de-obra de pagar a 'contribuição patronal' do INSS de 20%, um dos maiores entraves para a criação de empregos e para a competitividade do Brasil de um modo geral.

Imagine o progresso que teríamos no Brasil se esta peso enorme fosse retirado da nossa economia. Apenas podemos imaginar o que seria a economia desse país se este e outros entraves fossem removidos.

Claro que o decreto contém inúmeras outras medidas, mas o que realmente interessa é essa aí, e por isso o governo teve que obter o consentimento de sindicatos antes de anunciar.

Com isso o INSS deixa de ser uma pedra no pé apenas de alguns setores selecionados, mas tem um 'pequeno' probleminha, vai ser certo o crescimento de um rombo no INSS, que segundo a notícia, 'será coberto com dotações do tesouro'. Hum, interessante...

A realidade é que em algum momento nosso país vai ter que encarar este problema de frente, e quero ver os políticos na televisão tentando explicar aos 'segurados' enfurecidos do INSS que o sistema não passa de um esquema de pirâmide, que os brasileiros pegaram e conseguiram piorar ainda mais com suas aposentadorias precoces. Isto só vai acontecer quando o país for colocado contra a parede pelos seus financiadores, como acontece com alguns países da Europa.

Claro, esta mensagem ninguém vai querer ouvir. Então esta medida é positiva em dose dupla, primeiro por nos dar um gosto do que seria um setor industrial que não fosse obrigado a sustentar um esquema de pirâmide que os governos passados prometeram aos brasileiros, segundo porque é mais uma volta que a corda dá no próprio pescoço do atual governo, que está se enforcando bonito no próprio legado da era Lula que eles mesmos criaram.