Essa me surpreendeu e mostrou que a coisa está ficando feia mesmo na nossa economia. Dilma purga o IPEA, depois que seu antigo presidente - indicado político e ligado à IURD - resolveu perseguir um objetivo mais de acordo com suas ambições e seu perfil - ser prefeito de Campinas pelo PT.
O bom é que desta forma suas idéias prejudicarão apenas o município de Campinas, o dano fica contido na área que gera os famosos economistas da Unicamp, um lixo-tóxico do mundo acadêmico que é melhor mesmo que seja contido nas fronteiras deste rico município.
Em seu lugar, tinha deixado uma indicada irrelevante e igualmente da Unicamp, com a mesma visão econômica que eles aprendem por lá.
Para choque dos petistas, a presidente não respeitou o feudo e o direito de transmissão do cetro e reivindica a presidência do IPEA para um economista de verdade, renomado e com idéias relevantes para o país - considerado, por isso, um sujeito 'de direita' por seus opositores.
Seu livro, que Dilma leu e gostou, está disponível no link abaixo:
http://www.cps.fgv.br/cps/classe_media/
Só falta depois dessa nosso ministro careca confessar envergonhado - não sou mais Keynesiano.
24 de agosto de 2012
10 de agosto de 2012
Fazendo 'justiça' com as próprias mãos
Enquanto no Brasil prosseguem as 'manifestações' de 'servidores' federais - tradução - operações de bloqueio de estradas realizadas por classes bem protegidas pelo estado brasileiro que vivem às nossas custas e exigem mais e melhores benefícios, enquanto aqui no Brasil estas 'categorias' disputam entre si quem vai chegar primeiro à jornada de 30 horas e aos 5 dígitos de salário mensal, na Espanha prossegue a transformação das classes sindicalizadas em grupos de coação direta que retiram diretamente da sociedade o que eles consideram justo.
Um sindicato espanhol resolveu organizar protestos (assaltos) a supermercados travestidos de 'ação simbólica'. Grupos de esquerda espanhóis apóiam tal iniciativa.
http://www.abc.es/20120807/espana/abci-sanchez-gordillo-robado-pobres-201208071925.html
http://espacio-alternativo-sierra-madrid.blogspot.com.br/2012/05/acto-solidario-con-el-sindicato-andaluz.html
Enquanto por aqui ainda todos tentam extrair o máximo possível de vantagens do governo federal, a Espanha mostra o outro lado tenebroso da curva, quando o estado não consegue mais entregar favores e benefícios, e há um colapso da ordem patrocinado por estas forças políticas que tem poder de fechar estradas, dar carteiraço ou intimidar o cidadão comum.
A solução não é nada agradável : prender manifestantes, reprimir todas as manifestações que se tornam verdadeiras batalhas campais. Chega uma hora em que o cidadão comum sofre tanto com bloqueios e greves e grupos sindicais armando o caos com a cumplicidade de partidos políticos da esquerda, que acaba por apoiar partidos nacionalistas ou fascistas que façam ao menos a crise e o desemprego transcorrer em ordem e silêncio, ao invés de caos e baderna. Isso já aconteceu antes, e vai piorar muito ainda.
Um sindicato espanhol resolveu organizar protestos (assaltos) a supermercados travestidos de 'ação simbólica'. Grupos de esquerda espanhóis apóiam tal iniciativa.
http://www.abc.es/20120807/espana/abci-sanchez-gordillo-robado-pobres-201208071925.html
http://espacio-alternativo-sierra-madrid.blogspot.com.br/2012/05/acto-solidario-con-el-sindicato-andaluz.html
Enquanto por aqui ainda todos tentam extrair o máximo possível de vantagens do governo federal, a Espanha mostra o outro lado tenebroso da curva, quando o estado não consegue mais entregar favores e benefícios, e há um colapso da ordem patrocinado por estas forças políticas que tem poder de fechar estradas, dar carteiraço ou intimidar o cidadão comum.
A solução não é nada agradável : prender manifestantes, reprimir todas as manifestações que se tornam verdadeiras batalhas campais. Chega uma hora em que o cidadão comum sofre tanto com bloqueios e greves e grupos sindicais armando o caos com a cumplicidade de partidos políticos da esquerda, que acaba por apoiar partidos nacionalistas ou fascistas que façam ao menos a crise e o desemprego transcorrer em ordem e silêncio, ao invés de caos e baderna. Isso já aconteceu antes, e vai piorar muito ainda.
8 de agosto de 2012
Se o Brasil não acaba com a saúva...
Vejam aí mais uma greve insana de uma categoria altamente irrelevante mas que traz prejuízos concretos ao bloquear um dos motores da economia brasileira - exportações de cargas animais no porto de Santos.
O que fazem estas criaturas? Supostamente impedem a entrada em território nacional de pragas e cupins. E alguém decerto acredita que seja possível colocar uma redoma sanitária em volta de um país deste tamanho.
Mas eles mesmos, estes sim, são uma das piores pragas que assolam o Brasil, e seriam perfeitamente evitáveis.
http://www.valor.com.br/brasil/2781190/greve-de-fiscais-agropecuarios-trava-inspecoes-no-porto-de-santos
O que fazem estas criaturas? Supostamente impedem a entrada em território nacional de pragas e cupins. E alguém decerto acredita que seja possível colocar uma redoma sanitária em volta de um país deste tamanho.
Mas eles mesmos, estes sim, são uma das piores pragas que assolam o Brasil, e seriam perfeitamente evitáveis.
http://www.valor.com.br/brasil/2781190/greve-de-fiscais-agropecuarios-trava-inspecoes-no-porto-de-santos
7 de agosto de 2012
Tesouro Nacional paralisado - Na luta por maiores salários, não queremos o seu dinheiro.
Hoje em dia com a informatização do serviço público, vários sistemas funcionariam normalmente, independente das greves. Claro, com a assistência dos técnicos desses sistemas, que em todo caso são uma minoria.
Como não podem deixar isto assim, os comandos de greve praticam atos de sabotagem, passam correntes, intimidam terceirizados, desligam sistemas e infraestrutura. Estes atos não são punidos pelo governo.
Mas sabotar o Tesouro Nacional, isso é que é dar um tiro-no-pé com estilo - se todas as operações de financiamento da sempre crescente dívida brasileira forem paralisadas, cai todo o castelo-de-cartas. Taí uma greve que eu apóio!
Será que os cupinchas destes comandos de greve sabem disso? Será que funcionários públicos - especialmente 'inativos', tem noção de onde vem o dinheiro?
Justamente para sustentar os 'inativos', que se consideram aposentados, mas que para efeitos contábeis são o mesmo que uma horda de funcionários-fantasmas oficiais, foi que se marchou com a informatização no serviço público.
Se a Espanha faz uma greve dessas não duraria um mês. O castelo-de-cartas Espanhol já se apóia sobre seus últimos coringas.
Aí os comandos teriam que cumprir sua vocação para a truculência. Teriam que coletar sozinhos os recursos de terceiros a que acreditam ter direito, fazendo bloqueios nas ruas e exigindo resgates e pedágios dos carros. Sem informatização, sem a inércia do status-quo, sem cidadãos-ovelhas submissos entregando 5 meses de seu trabalho para uma casta superior. Sem todo um sistema criado especificamente para extrair renda da sociedade de maneira limpa e impessoal.
Os recursos teriam que ser extraidos da sociedade na unha, com violência e resistência. Seria uma ilustração bem mais desagradável da mesma situação de parasitagem social que existe no estado moderno hoje.
Mas será que estes comandos de greve sabem disso? A luta deles - contra seus hospedeiros - continua!
31 de julho de 2012
A maquiagem continua
Esta notícia do Estadão dá uma mostra diversa da manipulação contábil em curso no país. Já começa assumindo que vão ser os dividendos das estatais que vão dar ao governo os recursos que faltam para cumprir as metas fiscais. Continua confessando que os gastos com investimento aumentaram por causa de outra manipulação: colocaram nesta conta os gastos com o programa habitacional do governo, Minha Casa , Minha Vida, já que, segundo a lógica dos brilhantes economistas do governo, uma casa é um 'investimento', assim como uma rodovia, uma usina ou uma fábrica.
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,dividendos-maiores-compensarao-receitas-menores-diz-augustin,121318,0.htm
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,dividendos-maiores-compensarao-receitas-menores-diz-augustin,121318,0.htm
16 de julho de 2012
Uma realidade nunca antes vista
Estados que se expandem rápido demais e que um belo dia tem um ajuste duro com a realidade? Naturalmente que isso é uma realidade nunca antes vista.
Estados que fazem promessas demais e com isso compram os votos de todos, obtendo um domínio total sobre a esfera política, para um belo dia verem tudo desmoronar? Claro que esta é uma realidade nunca antes vista.
Estados com dificuldade de rolar suas dívidas, recebendo o FMI ou outros órgãos que lhes obrigam a realizar cortes e aumentar impostos, tudo para evitar que o dinheiro pare de chegar no bolso dos funcionários públicos e de um sistema de seguridade social falido? Claro que isto jamais aconteceu na história da humanidade.
Vôos de galinha onde decisões de curto-prazo manipulam indicadores para cima apenas para, em pleno vôo, se dar conta de que galinha não voa e que o tombo será dolorido, é claro que isto faz parte de uma realidade nunca antes vista.
Nunca na história deste país se teve uma memória tão curta. E nunca antes na história tivemos um governo tão depreparado em um momento tão crucial, e sem nenhuma oposição digna do nome. Essa sim, é uma realidade nunca antes vista. Mas não por muito tempo.
11 de julho de 2012
Piada de mau gosto
Sabe o que a Espanha disse para o Brasil? Eu sou você amanhã!
http://br.reuters.com/article/sportsNews/idBRSPE86A06V20120711
http://br.reuters.com/article/sportsNews/idBRSPE86A06V20120711
10 de julho de 2012
Esgrima das idéias econômicas: Krugman vs Pedro Schwartz
Paul Krugman foi mais uma vez à Espanha para promover seu livro e foi desafiado pelo pensamento econômico conservador local, bem representado pelo professor Pedro Schwartz.
Certamente não é por falta de economistas do mais alto calibre que a Espanha se encontra na atual situação. Krugman foi dar sua lição e acabou levando uma para casa.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=EX55BH97quk#!
Update: Agora até o canal CNBC consegue assaltar as idéias do Krugman.
http://www.zerohedge.com/news/krugman-vs-cnbc-round-1
Certamente não é por falta de economistas do mais alto calibre que a Espanha se encontra na atual situação. Krugman foi dar sua lição e acabou levando uma para casa.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=EX55BH97quk#!
Update: Agora até o canal CNBC consegue assaltar as idéias do Krugman.
http://www.zerohedge.com/news/krugman-vs-cnbc-round-1
26 de junho de 2012
A culpa, como sempre, é do imperialismo ianque
A ala infantil-conspiracionista da esquerda latina - aquela mesma massa de manobra que não entende questões complicadas e é manipulada por chavões e por teorias conspiratórias fabricadas por meia dúzia de partidos radicais de esquerda - se convenceu agora que o golpe do Paraguai foi obra da ... Monsanto!
É claro que uma multinacional como a Monsanto na cabeça deste pessoal perde o sono pensando na grande pátria paraguaia. O governo americano, na verdade de esquerda e decerto sem nada para fazer também não para de pensar no golpe que foi completamente interno e pegou a todos os observadores de surpresa.
Enquanto observadores honestos tem pouco para comentar, sem antes admitir que não estavam a par dos desenvolvimentos no país vizinho, a ala infantil-conspiracionista não tem problemas em acreditar nos contos-de-fadas improvisados, escritos às pressas pela rede de desinformação de partidos radicais.
A lógica da esquerda radical é aquela mesma dos partidos nazistas - a criação de mentiras que alvejam grupos que vão tomar pancada sem revidar, e criação de mitos que se espalham tão rapidamente quanto mais mirabolantes forem.
A situação no Paraguai expõe interesses conflitantes. Um governo ladeira abaixo que perdeu apoio de parte da esquerda. Obviamente detestado pelos agricultores por sua exploração política da questão agrária.
Lugo por exemplo era odiado pela maioria de agricultores brasileiros, que por serem estrangeiros e proprietários de terra obviamente são vítimas naturais desse processo.
Estes sim, tinham bem mais que se preocupar do que a Monsanto, que é diversificada, tem clientes no mundo todo e certamente não é a Stratfor e não é de sua área de expertise acompanhar os desenvolvimentos políticos do mundo inteiro, muito menos interferir.
Mas esta empresa se tornou um bicho-papão e uma frequente vítima de teorias conspiratórias que objetivam trazer o apoio do novo jardim-de-infância - ambientalistas fanáticos, sem ciência e sem bom senso, ridicularizados por George Carlin e bastante disputados pelos partidos órfãos do comunismo.
O rápido apoio à um Lugo pego de surpresa e sem nenhuma sustentação política nos mostra que este presidente não era mais que um fantoche regional. O governo da Venezuela foi o mais enfático, chegando a suspender exportações de petróleo - como se a Chávez estivesse doando alguma coisa, e o país estivesse em condições de dispensar receitas. O sinal é claro - acontecesse novamente um impeachment no Brasil, só que desta vez desfavorável a eles, mesmo que cumpra os procedimentos será tratado como golpe de estado.
Agora esperamos apenas que a presidente Dilma boicote a compra da energia da metade paraguaia da Itaipu para completar a estupidez. Obviamente que não vai acontecer. A esquerda brasileira tem sua ala conspiracionista. Esse pessoal é bom para fazer barulho e espalhar ignorância, mas não pode-se deixar as crianças tomarem conta da casa.
Nossos soberanos, assim como a Monsanto, tem bem mais o que fazer. Latem mas não mordem.
25 de junho de 2012
Tudo normal até quando não está
Hoje está sendo um dia péssimo para o mercado por vários motivos - e o dia nem terminou ainda.
Na Europa, o primeiro-ministro recém empossado da Grécia teve que ser internado no final de semana e após um piripaque o secretário de finanças pede demissão. Parece piada mas não é. Já a próxima hipótese é a especulação do mercado: os dois devem ter repassado juntos os números do estado grego e esta atividade deve lhes ter causado graves problemas de saúde.
Aqui no nosso fazendão a estratégia como sempre é esconder o problema e fazer de conta que não é com você. A Petrobras naufraga visivelmente. O país está sem rumo, preso a uma agenda populista e ilusória, com data para terminar.
E para mostrar que não é exclusividade de governo a falta de transparência nacional, uma grave pane no sistema do Bovespa não é noticiada oficialmente. O sistema fora do ar por horas.
Mas segundo o Bovespa, tudo normal. E enquanto o Twitter do Bovespa cuspia apenas mensagens de propaganda e nenhum esclarecimento. Para eles aparentemente isso não era importante, pois o sistema principal funcionava normalmente.
Tanto em um caso quanto no outro a estratégia parece ser negar problemas e distribuir mensagens tranquilizantes à população enquanto os capitães fogem no último bote salva-vidas.
Por causa destas semelhanças culturais não tive problemas para entender algo bizarro para os Europeus: No auge da crise grega, com a Troika por cima deles e vigilância do mundo inteiro sobre o a crise fiscal grega, governos locais deram um jeito de aumentar as contratações de funcionários públicos por baixo dos panos.
Todo mundo reclama mas, furado ou não, todo mundo quer estar dentro desse bote.
Na Europa, o primeiro-ministro recém empossado da Grécia teve que ser internado no final de semana e após um piripaque o secretário de finanças pede demissão. Parece piada mas não é. Já a próxima hipótese é a especulação do mercado: os dois devem ter repassado juntos os números do estado grego e esta atividade deve lhes ter causado graves problemas de saúde.
Aqui no nosso fazendão a estratégia como sempre é esconder o problema e fazer de conta que não é com você. A Petrobras naufraga visivelmente. O país está sem rumo, preso a uma agenda populista e ilusória, com data para terminar.
E para mostrar que não é exclusividade de governo a falta de transparência nacional, uma grave pane no sistema do Bovespa não é noticiada oficialmente. O sistema fora do ar por horas.
Mas segundo o Bovespa, tudo normal. E enquanto o Twitter do Bovespa cuspia apenas mensagens de propaganda e nenhum esclarecimento. Para eles aparentemente isso não era importante, pois o sistema principal funcionava normalmente.
Tanto em um caso quanto no outro a estratégia parece ser negar problemas e distribuir mensagens tranquilizantes à população enquanto os capitães fogem no último bote salva-vidas.
Por causa destas semelhanças culturais não tive problemas para entender algo bizarro para os Europeus: No auge da crise grega, com a Troika por cima deles e vigilância do mundo inteiro sobre o a crise fiscal grega, governos locais deram um jeito de aumentar as contratações de funcionários públicos por baixo dos panos.
Todo mundo reclama mas, furado ou não, todo mundo quer estar dentro desse bote.
26 de maio de 2012
Uma brincadeira de crianças
Os alemães tem sido convencidos pela seu status-quo de que os problemas da Europa tem origem na periferia, e não se dão conta de que décadas de crescimento econômico falso foi também patrocinada pelo Euro na própria Alemanha.
A indústria alemã esteve este tempo todo brincando de um jogo que brincávamos quando crianças com nossos amigos.
Primeiro colocávamos todos os nossos brinquedos favoritos em uma mesa - carrinhos, revistas, figurinhas.
-Não, não pode brincar ainda. Precisa comprar com dinheiro.
E aí, para alívio de todos, distribuíamos o dinheirinho do 'Banco Imobiliário' para todos. Agora pode escolher qual você quer comprar. Naquela idade, diversão garantida.
Bem, a grande diferença é que ninguém se importava em usar isso para produzir estatísticas tais como 'crescimento de PIB'. E sempre recolhíamos no final da brincadeira nossos brinquedos e nosso dinheirinho de brincadeira.
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21 de maio de 2012
Neste artigo temos uma visão de como é o serviço público na Espanha, agora passando por grave crise que traz ao debate o tema do serviço público e seu modo de funcionamento. Reparem nas semelhanças para com o Brasil.
Um emprego para a vida toda
Se tornar um funcionário público é o cálice sagrado de todas as profissões para muitos na Espanha, devido seu caráter permanente. Entretanto, obter um destes postos não é tarefa fácil.
Considerando que o alto desemprego leva mais e mais candidatos a cada vez menos vagas, a competição é acirrada. Um concurso no sistema judiciário, por exemplo, significa competir com mais de dez mil candidatos. As chances de se tornar um 'funcionario' na Espanha são semelhantes a cursar uma universidade de grande reputação nos EUA.
O candidato típico gasta algo entre um e cinco anos para se preparar para as provas, e precisa se inscrever em cursos de prepacação em escolas particulares - de 100 a 200 euros por mês, sem incluir os materiais. Sem dúvida, os candidatos entram em uma corrida de esforço e recursos financeiros para obter o emprego para a vida toda. Enquanto a maioria fica de fora, uma minoria ao menos é capaz de capitalizar seus esforços conseguindo um emprego na iniciativa privada, principalemente na área da saúde ou de serviços jurídicos.
Um sócio de uma grande firma jurídica de Madri disse 'procuramos candidatos que não passaram nas provas do serviço público. Estes são indivíduos preparados que, ao contrário dos recém-formandos, conhecem o código página por página, literalmente'.
Os poucos seletos que passam as provas logo descobrem o significado do ditado 'cuidado com o que desejas', pois eles se tornam vítimas de seu próprio sucesso dentro de um sistema perverso.
Pois uma vez que o sonhado emprego público é conquistado, os incentivos do trabalho duro desaparecem: dedicação e concentração, competição e recompensa ao mérito, os ingredientes que os colocaram nestas posições em primeiro lugar, são substituidos por um sistema perverso que os leva a uma vida de complacência.
O serviço público castra a ambição e aniquila o indivíduo, pois não há incentivos para performance, talentos especiais ou habilidades. Nem sofrem pressão para manter a mesma carga de trabalho, pois como diz o ditado na Espanha, para ser demitido só por reunião ministerial.
Artigo completo em:
http://en.elconfidencial.com/opinion/2012/05/21/spains-public-servants-a-lifetime-of-serfdom-19/
Um emprego para a vida toda
Se tornar um funcionário público é o cálice sagrado de todas as profissões para muitos na Espanha, devido seu caráter permanente. Entretanto, obter um destes postos não é tarefa fácil.
Considerando que o alto desemprego leva mais e mais candidatos a cada vez menos vagas, a competição é acirrada. Um concurso no sistema judiciário, por exemplo, significa competir com mais de dez mil candidatos. As chances de se tornar um 'funcionario' na Espanha são semelhantes a cursar uma universidade de grande reputação nos EUA.
O candidato típico gasta algo entre um e cinco anos para se preparar para as provas, e precisa se inscrever em cursos de prepacação em escolas particulares - de 100 a 200 euros por mês, sem incluir os materiais. Sem dúvida, os candidatos entram em uma corrida de esforço e recursos financeiros para obter o emprego para a vida toda. Enquanto a maioria fica de fora, uma minoria ao menos é capaz de capitalizar seus esforços conseguindo um emprego na iniciativa privada, principalemente na área da saúde ou de serviços jurídicos.
Um sócio de uma grande firma jurídica de Madri disse 'procuramos candidatos que não passaram nas provas do serviço público. Estes são indivíduos preparados que, ao contrário dos recém-formandos, conhecem o código página por página, literalmente'.
Os poucos seletos que passam as provas logo descobrem o significado do ditado 'cuidado com o que desejas', pois eles se tornam vítimas de seu próprio sucesso dentro de um sistema perverso.
Pois uma vez que o sonhado emprego público é conquistado, os incentivos do trabalho duro desaparecem: dedicação e concentração, competição e recompensa ao mérito, os ingredientes que os colocaram nestas posições em primeiro lugar, são substituidos por um sistema perverso que os leva a uma vida de complacência.
O serviço público castra a ambição e aniquila o indivíduo, pois não há incentivos para performance, talentos especiais ou habilidades. Nem sofrem pressão para manter a mesma carga de trabalho, pois como diz o ditado na Espanha, para ser demitido só por reunião ministerial.
Artigo completo em:
http://en.elconfidencial.com/opinion/2012/05/21/spains-public-servants-a-lifetime-of-serfdom-19/
14 de maio de 2012
Tudo azul na Argentina
A crise européia cada vez pior e nós é que espirramos, com grande movimento de aversão ao risco derrubando o Índice Bovespa mais de 3% hoje.
Nosso ministro Genovês comemora a rápida desvalorização do Real, que continuando como está, em breve poderá causar grandes perdas cambiais para empresas brasileiras - já vimos este filme.
Mas nos resta celebrar o grande diferencial que temos no momento atual, uma das maiores vantagens do Brasil no cenário do Cone-Sul : Nós não somos a Argentina.
Já neste país vizinho, sem nenhuma esperança de repetir o 'milagre' dos últimos anos, que em todo caso foi mais ilusão econômica do que qualquer outra coisa, aparecem as primeiras notícias sobre desabastecimentos em supermercados, em um regime de controle de preços - resultado inevitável e só tende a se agravar.
http://www.lanacion.com.ar/1472986-se-hace-permanente-el-faltante-de-productos-que-controla-moreno
Neste ambiente hostil onde os aliados da Kirchner possuem precedência na hora de obter 'divisas' ou exportar 'divisas', a população recorre a um velho conhecido nosso: o mercado de dólar paralelo, ou 'dólar blue', como é conhecido na Argentina.
Este negócio em particular tem tudo para florecer nos próximos anos, com a diferença entre cotação oficial e paralela convergindo para níveis venezuelanos.
Nosso ministro Genovês comemora a rápida desvalorização do Real, que continuando como está, em breve poderá causar grandes perdas cambiais para empresas brasileiras - já vimos este filme.
Mas nos resta celebrar o grande diferencial que temos no momento atual, uma das maiores vantagens do Brasil no cenário do Cone-Sul : Nós não somos a Argentina.
Já neste país vizinho, sem nenhuma esperança de repetir o 'milagre' dos últimos anos, que em todo caso foi mais ilusão econômica do que qualquer outra coisa, aparecem as primeiras notícias sobre desabastecimentos em supermercados, em um regime de controle de preços - resultado inevitável e só tende a se agravar.
http://www.lanacion.com.ar/1472986-se-hace-permanente-el-faltante-de-productos-que-controla-moreno
Neste ambiente hostil onde os aliados da Kirchner possuem precedência na hora de obter 'divisas' ou exportar 'divisas', a população recorre a um velho conhecido nosso: o mercado de dólar paralelo, ou 'dólar blue', como é conhecido na Argentina.
Este negócio em particular tem tudo para florecer nos próximos anos, com a diferença entre cotação oficial e paralela convergindo para níveis venezuelanos.
Frase do dia:
"As diferenças entre vocês são pequenas perto do tamanho da dívida de vocês com o nosso país"
Karolos Papoulias, Presidente da Grécia, em reunião com os representantes dos partidos, que não chegaram a formar uma coalizão de governo.
E as diferenças entre eles são microscópicas quando comparadas ao tamanho da dívida da Grécia.
Karolos Papoulias, Presidente da Grécia, em reunião com os representantes dos partidos, que não chegaram a formar uma coalizão de governo.
E as diferenças entre eles são microscópicas quando comparadas ao tamanho da dívida da Grécia.
21 de abril de 2012
Vale à pena dar uma olhada neste artigo do Alberto Cavallo, responsável pelo projeto 'Billion Price Project'.
O artigo mostra o quanto os governos podem manipular os índices de inflação e também mostra um dos motivos menos prosaicos pelos quais eles gostam de fazer isso: para aplicar um deflator do PIB abaixo do verdadeiro, reportando crescimentos oficiais absurdos do PIB, enquanto a realidade da produção é bem diferente...
http://www.mit.edu/~afc/papers/Cavallo-Argentina.pdf
O artigo mostra o quanto os governos podem manipular os índices de inflação e também mostra um dos motivos menos prosaicos pelos quais eles gostam de fazer isso: para aplicar um deflator do PIB abaixo do verdadeiro, reportando crescimentos oficiais absurdos do PIB, enquanto a realidade da produção é bem diferente...
http://www.mit.edu/~afc/papers/Cavallo-Argentina.pdf
17 de abril de 2012
Mais uma vaquinha sacrificada no churrasco da dona Kirchner
A presidente argentina dá mais um passo à frente não apenas na desconstrução de seu país, o que já é de praxe, mas também na disseminação da doutrina do caos, do isolamento econômico nacionalista e do espírito de discórdia entre as nações.
É exatamente o que se precisa de um líder político em um momento desses, não é mesmo? Não é só porque o mundo esteja à beira de um colapso financeiro e só porque isto envolva a falida Espanha que 'el presidente' não baterá suas tamancas e rasgará os contratos que estiverem desalinhados com o interesse nacional... no momento. Lo siento.
Os argentinos não sabem viver sem seu 'asado', e Cristina Kirchner a esta altura está disposta a sacrificar qualquer coisa em troca de mais uns meses de ilusão, postergando que as consequências de suas políticas de anos acertem as contas com os argentinos.
Já estão na fase em que não há mais gado de corte na fazendinha e as vacas leiteiras estão entrando na faca. Um exemplo insuperável de consumo de capital, deterioração jurídica e política.
É exatamente o que se precisa de um líder político em um momento desses, não é mesmo? Não é só porque o mundo esteja à beira de um colapso financeiro e só porque isto envolva a falida Espanha que 'el presidente' não baterá suas tamancas e rasgará os contratos que estiverem desalinhados com o interesse nacional... no momento. Lo siento.
Os argentinos não sabem viver sem seu 'asado', e Cristina Kirchner a esta altura está disposta a sacrificar qualquer coisa em troca de mais uns meses de ilusão, postergando que as consequências de suas políticas de anos acertem as contas com os argentinos.
Já estão na fase em que não há mais gado de corte na fazendinha e as vacas leiteiras estão entrando na faca. Um exemplo insuperável de consumo de capital, deterioração jurídica e política.
Como traduzir 'business acumen' em espanhol
As empresas espanholas atualmente se dividem em quatro grupos principais de atuação:
as que investiram na construção civil durante a bolha imobiliária,
as que investiram na energia alternativa contando com os incentivos fiscais oferecidos durante a bolha de arrecadação causada pela bolha imobiliária,
os bancos que financiaram tudo isso contando com os juros baixos patrocinados pelo ECB,
e aquelas empresas mais felizardas de todas: que investiram na ARGENTINA e outras arapucas de investidor :D.
Aqui mesmo no Brasil já tem algumas virando as cartas e tomando as naus de volta pra Espanha no prejuízo.
Não aprendem nunca que não vale à pena ganhar uns pontos a mais de lucratividade se for para operar sem segurança jurídica, se for para cooperar com governos populista-demagógicos que jamais vão cumprir o acordado na hora das 'doações' debaixo da mesa e jamais vão reajustar tarifas quando a inflação que eles criam começa a vazar para todos os lados.
12 de abril de 2012
30 de março de 2012
Operação maré vermelha chega ao Oceano Índico
Uma separação amigável
Em meio a desaceleração industrial, Brasil e Índia buscam desestimular o comércio predatório.
Após participar da Quarta Cúpula dos Brics, esta semana, em Nova Déli, a presidente Dilma Rousseff encerra a viagem à Índia com uma série de encontros com líderes políticos e empresários indianos, que tem entre os principais objetivos assinar um acordo de defesa comercial mútua entre os dois países.
Em 2011, o comércio bilateral entre Brasil e Índia chegou a US$ 9,2 bilhões, pouco abaixo da meta de US$ 10 bilhões, um desempenho considerado péssimo pelo governo, e explicado pelos efeitos da crise financeira internacional.
-É inaceitável que produtos indianos entrem no mercado brasileiro para competir com os nossos produtos. Por outro lado, o governo indiano reclama que o mesmo acontece com produtos brasileiros, que fazem a rota oposta, evadindo o controle sobre a evasão dos nossos produtos e invadindo a Índia. Nos comprometemos com o governo indiano em estabelecer um cronograma de proteção comercial mútua que acabe com esta verdadeira barbaridade.
A nova meta agora deve ser a de zerar este fluxo comercial até 2015.
Os principais produtos exportados pelo Brasil para a Índia são minério de ferro, soja, açúcar e carne de frango. O Brasil tem comprado da Índia óleos derivados de petróleo, ceras minerais e produtos químicos orgânicos.
Com este resultado, ambos os países ficam em uma situação de dependência cruzada, e não se desenvolvem as commodities na Índia bem como não se desenvolvem os derivados de petróleo e produtos químicos no Brasil.
O governo do Brasil tem o interesse que o minério de ferro permaneça em território nacional e seja transformado em aço. O açúcar já foi alvo de projetos visando diminuir sua exportação, porque ao exportar estas divisas ao exterior é o país todo que fica mais pobre, e sem etanol.
A indústria química brasileira também objeta que sem um plano nacional para o setor, com vasta concessão de subsídios à produção química no Brasil, o setor não conseguirá competir com a produção indiana. O plano já teria conseguido o aval do ministro Guido Mantega.
Por outro lado, outros técnicos do governo consideram que os derivados de petróleo indianos são necessários ao país até que a Petrobrás se torne auto-suficiente no setor de derivados, fato que já foi obtido pela empresa repetidas vezes.
- A Petrobrás, orgulho da nação brasileira, já venceu várias vezes o desafio da auto-suficiência. Não pouparemos esforços até que o Brasil obtenha este troféu mais uma vez. Vamos ser pentacampeões em auto-suficiência! - disse a presidenta.
A Índia também objeta à exportação destes derivados argumentando que são frutos do sagrado subsolo indiano, que neste país devem ser aproveitados, para erradicar a pobreza e promover o crescimento econômico equitativo.
Os chefes de estado apertaram as mãos celebrando este acordo histórico que abre caminho para uma futura retirada diplomática da Índia no Brasil e vice-versa.
- Nós nunca entedemos mesmo as piadas de futebol do seu presidente anterior. Nosso esporte nacional é o críquete. Não temos nenhum interesse em novelas brasileiras filmadas na Índia. Buscamos apenas corrigir uma situação que foi criada pela ganância das potências européias séculos atrás, e que jamais deveria ter acontecido.
Foram unânimes ao criticar, com o auxílio de seus tradutores oficiais, o grupo dos países ricos, que juntamente com a China " ... continuam com sua agressiva guerra comercial, destruindo nossas atividades econômicas e nos empurrando produtos à preço de banana", fruto que ambas as nações clamam a invenção e os direitos comerciais, mas que na verdade surgiu no sudeste asiático.
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral-economia,em-meio-a-desaceleracao-industrial-brasil-e-india-buscam-estimular-comercio,107944,0.htm
Em meio a desaceleração industrial, Brasil e Índia buscam desestimular o comércio predatório.
Após participar da Quarta Cúpula dos Brics, esta semana, em Nova Déli, a presidente Dilma Rousseff encerra a viagem à Índia com uma série de encontros com líderes políticos e empresários indianos, que tem entre os principais objetivos assinar um acordo de defesa comercial mútua entre os dois países.
Em 2011, o comércio bilateral entre Brasil e Índia chegou a US$ 9,2 bilhões, pouco abaixo da meta de US$ 10 bilhões, um desempenho considerado péssimo pelo governo, e explicado pelos efeitos da crise financeira internacional.
-É inaceitável que produtos indianos entrem no mercado brasileiro para competir com os nossos produtos. Por outro lado, o governo indiano reclama que o mesmo acontece com produtos brasileiros, que fazem a rota oposta, evadindo o controle sobre a evasão dos nossos produtos e invadindo a Índia. Nos comprometemos com o governo indiano em estabelecer um cronograma de proteção comercial mútua que acabe com esta verdadeira barbaridade.
A nova meta agora deve ser a de zerar este fluxo comercial até 2015.
Os principais produtos exportados pelo Brasil para a Índia são minério de ferro, soja, açúcar e carne de frango. O Brasil tem comprado da Índia óleos derivados de petróleo, ceras minerais e produtos químicos orgânicos.
Com este resultado, ambos os países ficam em uma situação de dependência cruzada, e não se desenvolvem as commodities na Índia bem como não se desenvolvem os derivados de petróleo e produtos químicos no Brasil.
O governo do Brasil tem o interesse que o minério de ferro permaneça em território nacional e seja transformado em aço. O açúcar já foi alvo de projetos visando diminuir sua exportação, porque ao exportar estas divisas ao exterior é o país todo que fica mais pobre, e sem etanol.
A indústria química brasileira também objeta que sem um plano nacional para o setor, com vasta concessão de subsídios à produção química no Brasil, o setor não conseguirá competir com a produção indiana. O plano já teria conseguido o aval do ministro Guido Mantega.
Por outro lado, outros técnicos do governo consideram que os derivados de petróleo indianos são necessários ao país até que a Petrobrás se torne auto-suficiente no setor de derivados, fato que já foi obtido pela empresa repetidas vezes.
- A Petrobrás, orgulho da nação brasileira, já venceu várias vezes o desafio da auto-suficiência. Não pouparemos esforços até que o Brasil obtenha este troféu mais uma vez. Vamos ser pentacampeões em auto-suficiência! - disse a presidenta.
A Índia também objeta à exportação destes derivados argumentando que são frutos do sagrado subsolo indiano, que neste país devem ser aproveitados, para erradicar a pobreza e promover o crescimento econômico equitativo.
Os chefes de estado apertaram as mãos celebrando este acordo histórico que abre caminho para uma futura retirada diplomática da Índia no Brasil e vice-versa.
- Nós nunca entedemos mesmo as piadas de futebol do seu presidente anterior. Nosso esporte nacional é o críquete. Não temos nenhum interesse em novelas brasileiras filmadas na Índia. Buscamos apenas corrigir uma situação que foi criada pela ganância das potências européias séculos atrás, e que jamais deveria ter acontecido.
Foram unânimes ao criticar, com o auxílio de seus tradutores oficiais, o grupo dos países ricos, que juntamente com a China " ... continuam com sua agressiva guerra comercial, destruindo nossas atividades econômicas e nos empurrando produtos à preço de banana", fruto que ambas as nações clamam a invenção e os direitos comerciais, mas que na verdade surgiu no sudeste asiático.
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral-economia,em-meio-a-desaceleracao-industrial-brasil-e-india-buscam-estimular-comercio,107944,0.htm
27 de março de 2012
Os ingratos operários da inovação cruzam os braços
Alunos de pós convocam greve nacional para cobrar reajuste nas bolsas.
Os estudantes pedem aumento de 40%.
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,alunos-de-pos-convocam-greve-nacional-para-cobrar-reajuste-nas-bolsas,854142,0.htm#
Pois podem parar permanentemente. E se juntar à força de trabalho que sustenta suas bolsas.
Enquanto em muitos países é preciso pagar para estudar, aqui o pagador de imposto, que na média não tem nem o curso superior, precisa patrocinar completamente os estudos avançados dos nossos doutores.
Estes não só não pagam, como ainda desfrutam de uma bolsa, que alguns pensam que é salário, ou que deveria ser.
Como retorno à sociedade, longos currículos Lattes e trabalhos com relevância e qualidade para lá de duvidosa, em sua grande maioria.
Os estudantes pedem aumento de 40%.
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,alunos-de-pos-convocam-greve-nacional-para-cobrar-reajuste-nas-bolsas,854142,0.htm#
Pois podem parar permanentemente. E se juntar à força de trabalho que sustenta suas bolsas.
Enquanto em muitos países é preciso pagar para estudar, aqui o pagador de imposto, que na média não tem nem o curso superior, precisa patrocinar completamente os estudos avançados dos nossos doutores.
Estes não só não pagam, como ainda desfrutam de uma bolsa, que alguns pensam que é salário, ou que deveria ser.
Como retorno à sociedade, longos currículos Lattes e trabalhos com relevância e qualidade para lá de duvidosa, em sua grande maioria.
As estatais da inovação
Para reagir à desindustrialização, protecionismo e investimento na inovação... através de iniciativas estatais. Que tal uma estatal da inovação? Só mesmo no Brasil.
http://not.economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201108031354_TRR_80007863
http://not.economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201108031354_TRR_80007863
A farra do capital
Caminhamos para uma grande diminuição do estoque de capital global, porque praticamente o mundo todo hoje se tornou um grande experimento keynesiano onde o capital é direcionado ao consumo ou para projetos de investimento que não são viáveis, feitos sob critério político.
Gostaria de dar alguns exemplos dessa transformação no Brasil.
O primeiro são os cortes nos investimentos no setor de cana de açúcar, uma área que seria bastante lucrativa, mas que foi 'dano colateral' dentro da política de controle do preço da gasolina.
O congelamento do preço da gasolina inviabilizou o mercado do etanol, porque ao contrário da gasolina, o aumento no preço do etanol não é absorvido e escondido pela Petrobras e pelo governo, sendo atrelado ao preço do açúcar do mercado internacional, que disparou nesse ciclo inflacionário.
Como resultado, todos os produtores queriam exportar açúcar e ninguém queria mais produzir etanol.
Para 'consertar' o problema, o governo ameaça taxar a exportação de açúcar.
Isso obviamente não dá segurança a novos investimentos, mesmo considerando que há capital disponível no mercado mundial para o investimento em canaviais, que poderiam ao menos virar açúcar, e talvez etanol no futuro, mas que por enquanto não vão virar nada, e os canaviais vão envelhecendo, sem renovação, porque paira essa insegurança jurídica no ar.
É um exemplo de depreciação não-voluntária de capital.
Por outro lado a própria Petrobras também vai precisar destruir capital, ao construir refinarias que terão como único propósito abastecer o consumo do brasileiro por gasolina a preços constantes, com custo de oportunidade ou mesmo prejuízo para a estatal.
Ou seja, apesar de toda a propaganda, a Petrobrás hoje está com mais cara de posto BR do que de plataforma de pré-sal, inclusive recorrendo a importações, abastecendo o mercado nacional com prejuízo. Só sobre essa empresa poderíamos dar dezenas de exemplos de alocações de capital ineficientes, feitas sob critério político.
A mesma coisa que acontece com a cana acontece com o setor de energia, onde novamente preços são controlados para tentar esconder os efeitos da expansão monetária, e causam uma série de efeitos colaterais.
O consumo aumenta ou permanece constante, enquanto os custos das geradoras e distribuidoras aumentam e não são repassados, ou são contestados na justiça, e no final nos beneficiamos momentaneamente, é verdade. Mas passamos aos poucos a ter racionamentos e falhas constantes de energia.
O resultado é a familiar política de esconder inflação e manter o consumo sucateando a infra-estrutura, e empurrando a culpa para as empresas privadas ou, no caso de estatais, para o próprio usuário ou para eventos absolutamente fora do controle.
Ou seja, já que não há mais gado de corte, seguimos uma política de matar as vaquinhas da fazenda, pouco a pouco, para que a gente não abra mão de fazer churrasco todo final de semana. Essa sim, uma verdadeira farra do capital.
Gostaria de dar alguns exemplos dessa transformação no Brasil.
O primeiro são os cortes nos investimentos no setor de cana de açúcar, uma área que seria bastante lucrativa, mas que foi 'dano colateral' dentro da política de controle do preço da gasolina.
O congelamento do preço da gasolina inviabilizou o mercado do etanol, porque ao contrário da gasolina, o aumento no preço do etanol não é absorvido e escondido pela Petrobras e pelo governo, sendo atrelado ao preço do açúcar do mercado internacional, que disparou nesse ciclo inflacionário.
Como resultado, todos os produtores queriam exportar açúcar e ninguém queria mais produzir etanol.
Para 'consertar' o problema, o governo ameaça taxar a exportação de açúcar.
Isso obviamente não dá segurança a novos investimentos, mesmo considerando que há capital disponível no mercado mundial para o investimento em canaviais, que poderiam ao menos virar açúcar, e talvez etanol no futuro, mas que por enquanto não vão virar nada, e os canaviais vão envelhecendo, sem renovação, porque paira essa insegurança jurídica no ar.
É um exemplo de depreciação não-voluntária de capital.
Por outro lado a própria Petrobras também vai precisar destruir capital, ao construir refinarias que terão como único propósito abastecer o consumo do brasileiro por gasolina a preços constantes, com custo de oportunidade ou mesmo prejuízo para a estatal.
Ou seja, apesar de toda a propaganda, a Petrobrás hoje está com mais cara de posto BR do que de plataforma de pré-sal, inclusive recorrendo a importações, abastecendo o mercado nacional com prejuízo. Só sobre essa empresa poderíamos dar dezenas de exemplos de alocações de capital ineficientes, feitas sob critério político.
A mesma coisa que acontece com a cana acontece com o setor de energia, onde novamente preços são controlados para tentar esconder os efeitos da expansão monetária, e causam uma série de efeitos colaterais.
O consumo aumenta ou permanece constante, enquanto os custos das geradoras e distribuidoras aumentam e não são repassados, ou são contestados na justiça, e no final nos beneficiamos momentaneamente, é verdade. Mas passamos aos poucos a ter racionamentos e falhas constantes de energia.
O resultado é a familiar política de esconder inflação e manter o consumo sucateando a infra-estrutura, e empurrando a culpa para as empresas privadas ou, no caso de estatais, para o próprio usuário ou para eventos absolutamente fora do controle.
Ou seja, já que não há mais gado de corte, seguimos uma política de matar as vaquinhas da fazenda, pouco a pouco, para que a gente não abra mão de fazer churrasco todo final de semana. Essa sim, uma verdadeira farra do capital.
26 de março de 2012
Austeridade sem lavagem estomacal
http://blogs.estadao.com.br/paul-krugman/2012/03/26/historias-de-sucesso/
A maneira mais rápida de curar uma bebedeira é realmente adotar a abstinência, mas antes passar no banheiro e purgar o organismo da bebida. Senão vai demorar muito mais tempo.
O governo da Irlanda decidiu nacionalizar o sistema bancário, não permitiu o desmoronamento de setores artificiais de sua economia antes de se adequar a um programa de reformas que seria necessário para fechar as contas no dia seguinte. Decidiram carregar este coquetel tóxico no estômago por muitos anos.
Se a Irlanda fosse uma paciente chegando a uma clínica de recuperação, deveria passar urgentemente por uma lavagem estomacal.
O mesmo aconteceu com a Grécia, que se recusa a dar um calote porque sabe que isso significaria viver sem seu estado de bem-estar, abrir mão de uma série de confortos que foram prometidos aos gregos, mas que foram simplesmente financiados por endividamento em linhas de crédito européias.
Estes deram entrada na clínica com uma garrafa de pinga escondida na sacola. Se recusam a largar a 'marvada'. Assinariam o que fosse preciso para conseguir mais uma dose do barman europeu.
Mas é claro que nenhuma destas coisas faz sentido para o Sr Krugman, que acredita que a melhor maneira de fazer esse tratamento é simplesmente servir uma dose ainda mais pesada para o paciente. Coisa aliás que foi posta em prática hoje pelo Sr Bernanke, que serviu ao mercado mais uma rodada de estimulantes. Vai mais uma aí?
A maneira mais rápida de curar uma bebedeira é realmente adotar a abstinência, mas antes passar no banheiro e purgar o organismo da bebida. Senão vai demorar muito mais tempo.
O governo da Irlanda decidiu nacionalizar o sistema bancário, não permitiu o desmoronamento de setores artificiais de sua economia antes de se adequar a um programa de reformas que seria necessário para fechar as contas no dia seguinte. Decidiram carregar este coquetel tóxico no estômago por muitos anos.
Se a Irlanda fosse uma paciente chegando a uma clínica de recuperação, deveria passar urgentemente por uma lavagem estomacal.
O mesmo aconteceu com a Grécia, que se recusa a dar um calote porque sabe que isso significaria viver sem seu estado de bem-estar, abrir mão de uma série de confortos que foram prometidos aos gregos, mas que foram simplesmente financiados por endividamento em linhas de crédito européias.
Estes deram entrada na clínica com uma garrafa de pinga escondida na sacola. Se recusam a largar a 'marvada'. Assinariam o que fosse preciso para conseguir mais uma dose do barman europeu.
Mas é claro que nenhuma destas coisas faz sentido para o Sr Krugman, que acredita que a melhor maneira de fazer esse tratamento é simplesmente servir uma dose ainda mais pesada para o paciente. Coisa aliás que foi posta em prática hoje pelo Sr Bernanke, que serviu ao mercado mais uma rodada de estimulantes. Vai mais uma aí?
15 de março de 2012
A China é mais capitalista que os EUA? Peter Schiff was wrong this time.
Schiff aceitou o debate, mas sabia que tinha entrado para perder.
É verdade que os EUA tem caminhado em direção ao capitalismo de estado, e a China saiu do comunismo para o capitalismo de estado. Mas a distância entre os dois ainda é muito grande.
É claro que em muitas coisas na China seria impossível ou impraticável copiar os modelos do estado social do ocidente. Eles não tem como implementar um esquema de pirâmide que distribua benefícios, por exemplo. Quebraria muito rápido. Eles estão muito mais restritos pelas realidades econômicas do que os EUA.
Eles não tem como coordenar a concessão de benefícios para a população imigrante, e qual província pagaria por isso, então tem uma situação em que as pessoas precisam economizar para prover para o futuro - o que contrói uma base de capital, onde certamente Schiff tem razão, porque sem capital não há como falar em capitalismo. E o primeiro problema é definir o que se entende por capitalismo, coisa que apenas o Schiff teve base para fazer.
Só que alguém com mais conhecimento prático da China, como Minxin Pei, pode facilmente citar dezenas de coisas que acontecem na China que não tem nada a ver com capitalismo, a mais gritante sendo a falta da segurança jurídica, com um estado autoritário que toma o lado de quem tem os melhores contatos, coisa que não aconteceria jamais nos EUA com o mesmo nível de descaramento. Os EUA caminha para um vasto controle estatal do sistema financeiro e parte da indústria? Bem, é exatamente esta a situação na China HOJE.
Poderia ser um de nós a argumentar como ele que, não, o Brasil não é mais capitalista que os EUA, apesar das mudanças relativas, e apesar de realmente ter um quesito ou outro onde temos mais capitalismo.
E chegamos a uma situação hoje de desgaste deste sistema, onde com um passo a mais em direção ao capitalismo poderia se enfraquecer demais a autoridade do governo chinês. Depois da crise mundial vimos uma reversão também na China.
Por outro lado, como observou bem Ian Bremmer, se é verdade que os EUA tem mudado seu modelo em direção ao capitalismo de estado, também teriam algumas dificuldade para se adaptar neste sistema, porque não está na estrutura do estado americano um número de instituições que conhecemos bem, que servem para controlar as coisas de cima para baixo. Obama tem controlado o que pode através do FED e de outras maneiras indiretas. Imagine o quanto ele gostaria de ter uma Petrobras ou um BNDES na mao. Mas para a sorte dos americanos, eles ainda não tem.
Talvez no final das contas nos EUA eles fiquem mesmo brigando entre si e jamais entrem em um consenso necessário para se tornarem ainda mais estatistas do que já tem acontecido nos últimos anos, como vimos no debate sobre a dívida.
E aí vem o lado humorístico do debate : para Orville Schell, sentado ao lado do Schiff, esta indecisão americana é que é a verdadeira desgraça, e o fato de ter que lidar com uma bancada religiosa do meio-oeste. Ele na verdade é admirador da tecnocracia e da visão homogênea e de longo prazo do estado forte chinês, que, na cabeça dele, é o que significa capitalismo. É a visão do intelectual americano, que provavelmente acredita em decisões tomadas pela junta do partido comunista bem mais do que os chineses.
5 de março de 2012
Pirataria no Brasil não perdoa mais nem presente de criança
Quem poderá nos defender?
Assim como na estória contada no Mises Brasil, http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1216, o presente da vovó também foi interceptado pelos Privateers.
Desta forma, uma mensagem da vovó e uns carrinhos de presente para meu filho de 2 anos são insidiosamente uma ameaça à indústria desta ilha tropical, só poderão ser liberados se eu comparecer pessoalmente ao centro da província, munido do resgate, apenas em dinheiro, na quantia de 478,56 R$ - valor que nos estranha bastante, mas é quanto os imediatos do Barba-Azul acham que deveria ser desta vez - atropelando os meandros dos códigos oficiais da pirataria que eles mesmos deveriam seguir.
Pelo livro, eles calculam o resgate incluindo também o valor do frete, que, aliás, é interrompido antes do destino final em minha casa. E as custas do almoxarifado-pirata correm por minha conta, é claro. Ahoy!
Já tive cargas sem valor mercantil algum reviradas, confiscadas, e que precisaram ser resgatadas. Tinha acabado de voltar do velho continente cheio de idéias, trazendo a última tecnologia. Amostras, materiais e experimentos.
Coitado, tinha me esquecido como a coisa funcionava nessas terras tropicais - onde em se plantando, tudo realmente dá, mas é preciso antes laudo técnico, e em seguida dar entrada com um despachante no processo de admissão temporária das sementes, junto ao covil de piratas mais próximo da sua casa.
Para quem é pequeno e iniciante nas artes do buccaneering, melhor não plantar sob este sistema. Você vai precisar contratar vários assistentes só para lidar com os piratas, entender e interpretar o que eles dizem. A cada semana muda.
Precisará sentir muito cheiro de rum, pagar muitas taxas e produzir evidências e documentos, traduzí-los, estampá-los de selinhos dourados, comparecer pessoalmente perante um de seus ajudandes. Ou, se preferir, contratar o serviço de empresas especializadas em lidar com os piratas - e acostumadas ao cheiro deles.
Estes serviços são uma especialidade local, e movimentam bastante a economia da ilha, que graças ao trabalho de seus incessantes corsários, permanece protegida contra a perda de competividade global.
Se quiser, poderá gastar tempo e dinheiro, e com muita astúcia, nas horas em que a coruja pia, atravessar a fronteira no breu, ou passando os barris pela mão de algum pirata mancomunado, recebendo um por fora, longe do olho do capitão. Mas isto seria um delito extremamente sério.
Já os piratas legalizados são bastante cívicos. Dizem que a pirataria possui como interesse último nada menos que o bem geral da colônia. Aliás, isto nem se chama mais desta maneira. Somos livres, não estamos mais em tempos de reis. Ou estamos?
E se você achar que houve algum engano, pode até mesmo reclamar com um subordinado do capitão. É o seu DIREITO.
Com todos os seus documentos de alforria em mãos, aguarde pacientemente por uma audiência.
Será então introduzido à uma prática ainda mais perversa do que andar na prancha : terá que gesticular perante o atendente-marujo, convencê-lo da existência de formulários de revisão da Receita Federal, preenchê-los e aguardar por uns meses. Macacos me mordam...
3 de março de 2012
O bispo e a grande fábrica de minhocas
Melhor do que eu tentar explicar, basta acompanhar a sequência cronológica das matérias abaixo.
O Senador Crivella, do braço político da IURD ( PRB ) faz um discurso ensaiado, que reúne religião com pesca e troca de favores e afagos com o governo federal. Se desculpa por não entender muito de pesca.
Poderia dizer que entende tanto de pesca quanto os milhares de pescadores de carteirinha Brasil afora, que se qualificam a receber o seguro-defeso e outros benefícios de um ministério que virou uma fábrica de escândalos.
Comentário de Heródoto Barbeiro depois de uma reportagem quase triunfante no jornal da IURD ( R7 ) : "Pode parecer um ministério pequeno, mas não é não. Tem 500.000 bolsas para pescadores ao longo do litoral brasileiro".
A primeira matéria menciona que a fraude pode chegar a 500 mi R$. Isto é praticamente a metade do orçamento deste ministério, plenamente incorporável a outro se estivéssemos falando de um país outro que não o Brasil.
Em todo caso, esta situação toda é extremamente absurda, até porque todas estas denúncias investigadas pela imprensa tratam de fatos extremamente bem conhecidos.
O problema não surgiu com a IURD nem com o Sr Crivella. Mas ele já aprendeu a colocar a minhoca no anzol e isso continuará a será usado para 'pescar homens', especialmente em vésperas de eleição.
A única parábola religiosa que não vai acontecer nisso tudo será a multiplicação dos peixes.
24 de janeiro de 2012
Papagaios federais
Uma resposta do governo brasileiro à crise foi a estatização da economia, e o aumento das participações em empresas privadas. Agora vemos que isto desenvolveu uma maior dependência dos dividendos recebidos das empresas com participação para fechar as contas.
Agora estamos no lado do lucro, mas sempre há os dois lados...
Para complicar mais ainda, os cofres do BNDES são enchidos através de operações financeiras com títulos do governo que rendem SELIC. Ou seja, emprestam ao BNDES, e até o BNDES vender este título, lhe pagam juros fixos, e recebem dividendos variáveis.
Parte deste 'lucro' é repassado aos acionistas do BNDES, no caso, o governo federal, e ajuda a turbinar um pouco mais os números da arrecadação.
Mais um papagaio federal que é usado para fechar as contas agora e que certamente vai voar rapidinho quando os problemas aparecerem.
Explicado na ótima nota do Valor Econômico:
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