O Financial Times tem uma apresentação explicando que saem :
440 BN euros de empréstimos bilaterais e garantias dos países da zona do euro que seguram a dívida dos PIIGS em caso de default,
60 BN de euros dos demais países que não adotam o euro mas estão na EU, através do sistema de balanço de pagamentos,
E 250 BN de euros do FMI ( inclusive com uns 150 milhões patrocinados por você, contribuinte brasileiro ).
Então na prática isso quer dizer o seguinte. Governo da França e Alemanha e demais países fizeram uma reunião de cúpula, e em caráter emergencial, sem aprovar isso em nenhum parlamento, entraram como fiadores dos títulos gregos, portugueses, espanhóis, irlandeses... Socializaram o risco dos PIIGS com o pagador de impostos destes países.
Os países do centro do euro tem baixo risco, e podem vender seus títulos no mercado a 3-4%, e agora vão repassar esse custo menor para os outros de alto risco, que conseguiam apenas crédito a 6%,8%,10% ao ano.
Outro efeito deste alto risco dos títulos dos PIIGS é que estes títulos estavam deixando de ser aceitos pelo ECB como colateral no sistema monetário do euro. Isto significa que estes países na prática iam ser cortados do sistema monetário europeu - porque os bancos desses países majoritariamente tem como reservas esses títulos.
Aí o ECB foi pressionado para mudar as regras e aceitá-los na marra. E agora, pelo que entendi, vai aceitá-los para sempre.
Quer dizer, um banco europeu deposita como reservas no ECB títulos de má qualidade, que são tratados da mesma maneira que títulos alemães. É parecido com o que o Fed americano fez, ao se encher de papéis podres dos bancos americanos.
As consequências desse novo arranjo para a Europa são bastante grandes.
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