27 de maio de 2010

Depois da visão eurocêntrica, a visão afrocêntrica do MEC

Os liberais em geral acompanham com grande apreensão o movimento de doutrinação educacional realizado pela esquerda ao longo de décadas. Este é um movimento mundial. E não há nada de novo no uso da educação para a propagação de ideologias. Só muda a ideologia que busca controlar de forma maquiavélica a doutrinação das mentes frescas das crianças.

Na minha época de estudante em colégio de freiras, passamos por um forte controle católico sobre o currículo. Certos fatos históricos desconfortáveis eram abordados rapidamente, e fazia parte da educação um grande número de aulas de 'ensino religioso', em geral ministradas por alguma beata com mentalidade pré-renascentista. Eu sempre me incomodei bastante com estas aulas. Mas, até mesmo uma criança é capaz de ver que educação física, a antiga 'educação moral e cívica' e ensino religioso não se comparam às disciplinas do núcleo, como matemática, ciências e língua portuguesa.

A educação básica já faria muito, especialmente neste país de ignorantes diplomados, se conseguisse diminuir um pouco nossa situação de analfabetismo funcional e matemático. Muitos estudantes brasileiros que buscam ingressar em uma universidade são incapazes de entender um texto ou realizar uma conta simples. Muitos aprendem a pensar logicamente quando chegam na universidade. Um desperdício de tempo. Alguns, nem mesmo lá...

Em particular, nos departamentos de pedagogia, onde são definidos os caminhos educacionais dos pequenos, impera o obscurantismo dos beatos da esquerda, e agitadores políticos tem conseguido continuamente colocar novos assuntos na pauta educacional, sempre com algum objetivo político e com grande ódio à diversidade de currículo.

Como boa parte do Brasil teve uma forte influência africana, estes ditadores de currículos decidiram introduzir 'estudos africanos' no currículo brasileiro.

Isto é especialmente patético no nosso estado, Santa Catarina, onde a população de origem negra é minoria, e de origem alemã, italiana, polonesa e açoriana é maioria. Claro que o estudo da África enriquece a educação das crianças. Mas meses a fio? Mas porque não estudar o Japão? Ou, dependendo do professor, estudar mais os países vizinhos? Não é melhor para um professor no Amazonas estudar mais sobre os diferentes grupos indígenas? Não é melhor no Rio Grande do Sul estudarem mais sobre os povos platinos? Não é esse o desejo do MEC.

Graças ao MEC, nossos alunos recebem uma cantilena de estudos africanos, que se somam ao já extenso currículo sobre povos indígenas. Nosso filho na escola deve estar estudando temas da escravidão e África há uns dois meses já. Virou tema do semestre inteiro, já que a escola decerto quer 'fazer bonito' com o MEC.

A África, que para o Brasil é quase sempre África ocidental, é retratada sob as lentes do relativismo cultural. Textos de lendas africanas são usados como ferramenta de estudo das culturas africanas, e para transmitir experiências de vida, assim como Andersen e Esopo, agora fora de moda, eram usados no passado.

Na fábula que li ontem para ele, o herói da estória, uma aranha sempre envolvida com tramóias, dá um jeito de enganar o porco, para não ter que nunca mais pagar uma dívida com ele.

Em outra estória, o herói inventava uma maneira de roubar as terras do vizinho camaleão mentindo para o juiz.

As estórias são divertidas, mas são evidentes nestas lendas 'valores' africanos como a vontade de levar vantagem, também comum à tradição ibérica, e a crença na superstição e na magia. Bom, pelo menos às vezes o herói trapaceiro se dá mal...

Os negros no Brasil são retratados, como sempre, no eterno papel de escravos oprimidos, o que na minha opinião não contribui em nada para relaxar as tensões étnicas, e apenas reinforça o 'coitadismo'.

Os avós dessas crianças catarinenses trabalhavam como burros de carga e também não tiveram uma vida nada fácil. Eram ignorantes e pobres.

Mas ninguém ficará repetindo eternamente na escola que os imigrantes catarinenses eram uns coitados mortos-de-fome vindo da Europa como refugiados para se instalar no meio do nada.

Já as crianças descendentes de africanos precisam escutar até a exaustão que seus antepassados eram escravos, o quanto sofriam, o quanto eram explorados, e o quanto elas se diferenciam das outras crianças por causa destes acontecimentos históricos.

No questionário para o meu filho a professora escreve:

"Hoje em dia não há mais escravos. Mas será que a escravidão acabou?"

Não tenho dúvidas que a escola não terá problemas com o MEC.

Um comentário:

Victor Carlson disse...

Querem escravizar por meio da consciência. Ao tentar manipular o ensino, a esquerda escancara sua face fascista. E o resultado no futuro serão adultos que não sabem fazer uma regra de três.