Ao contrário do PT, há de se reconhecer que Fernando Henrique não empurrou com a barriga. Autorizaram competentes economistas (talvez pela primeira vez em muitas décadas) a levar adiante um plano que teria consequências catastróficas para as contas públicas, e que teria que cortar na carne, se desfazendo de empresas e cortando investimentos até que as contas fossem saneadas.
Valeu à pena? É óbvio que sim. O imposto inflacionário é imposto escondido. É o mais insidioso de todos os impostos. Era o maior problema do país nesta época. Melhor reconhecer nossa carga tributária real, que a partir desta época se revelou em torno de 35%, do que ficar fingindo que a carga tributária é baixa, mas deixar o governo e os bancos lucrarem em cima das perdas inflacionárias dos outros.
Os bancos brasileiros também passaram portanto por grave crise, especialmente os bancos públicos. Tiveram que se adaptar para uma situação completamente diferente da qual eles sempre trabalharam.
Em suma, uma série de esqueletos foi retirada do armário nestes anos. E as reformas fiscais deram as condições para que o governo Lula, principalmente em seu segundo mandato, entrasse nessa farra fiscal na qual nos encontramos agora.
Recentemente encontrei este excelente blog
O autor, Amilton Aquino, publicou nada mais que uma série de 10 posts tratando exclusivamente deste importante assunto.
É bom que o país tome conhecimento desta história o quanto antes. A inflação está aí batendo na porta. Os juros alcançaram seu nível mínimo, abaixo do que todos gostariam. Agora, é só para cima. O culpado é o gasto governamental, mas não importa. Vão apontar o dedo em outra direção. O presidente do Banco Central sabe do problema. Mas é tema proibido, portanto não toca no assunto.
A boa situação fiscal do país rapidamente foi comprometida. Os efeitos só serão sentidos daqui a alguns anos. Como todo presidente gastador, Lula entrará para a história amado pelo povo, e detestado por quem vê fatos e números e enxerga as consequências do que ele fez para o futuro do país. Além de ter conduzido uma política externa equivocada e atentado várias vezes contra princípios fundamentais da democracia, deixará uma verdadeira bomba fiscal para seu sucessor. Isso começa a ficar claro recentemente, com vários indicadores de que a gastança chegou ao seu limite.
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