O mundo tomou um rumo muito perigoso quando os governos decidiram passar a controlar a moeda. Alguns liberais talvez não tenham noção de quanta liberdade foi confiscada pelo estado neste momento.
No post anterior, vemos um episódio causado pela espiral inflacionária na Argentina. Mas nem todos entram nesta onda de consumo. Muitos argentinos, já acostumados com o ambiente hostil oferecido pelo estado argentino para quem quer preservar os frutos de seu trabalho, tomam frequentemente o 'ferry-boat' para ir até o Uruguai depositar suas economias. No Uruguai você pode abrir uma conta em dólares ou comprar ouro, ou investir em outros instrumentos. Na Argentina, só comprando ativos reais, como investimentos no mercado imobiliário.
Se fosse um problema apenas de um país que já foi rico e resolveu se tornar uma república de bananas, não seria tão grave assim. Poupadores do mundo todo, no ambiente atual, precisam 'tomar a balsa', metaforicamente falando, e buscar estratégias de investimento bem longe do convencional.
A coisa começa através do banco central, colocando taxas muito baixas durante muito tempo. A população desaprende a poupar, como é o caso americano. Aprende que dá para se endividar em vários cartões de créditos. Aprende que dá para ganhar muito mais dinheiro especulando com casas do que trabalhando. Comentaristas financeiros 'pró-mercado' aplaudem este movimento de 'acesso ao crédito'.
O acesso ao crédito é realmente bom! O problema é que o preço deste crédito é falsificado pelo banco central. O sistema monetário funciona em cima desta mentira. É desta maneira que os BCs criam dinheiro ( ou eventualmente enxugam ) e também é desta maneira é que bancos ganham lucros reais em um dinheiro que eles não tem propriamente.
Como parte fundamental do sistema monetário estatal, há um inevitável acúmulo de dívida pública, que tende a se acumular para sempre. Quando o montante se torna alto demais, os países entram naquelas fases de crise fiscal, da qual nós recentemente saímos, e em breve provavelmente voltaremos, graças ao governo atual.
O mais assustador, para a liberdade, é que enquanto o grande público economiza cada vez menos e é cada vez mais dependente do estado ou de empresas, governos como os da China ou outros países que mais se assemelham a empreendimentos comerciais concentram toda a riqueza em suas gigantescas reservas.
Quando algum amigo ou alguém da família me pede conselho financeiro, dá até pena. O que eu digo? Que a tarefa de poupar hoje está restrita apenas aos especialistas em alguma área? A verdade é que as pessoas comuns estão impossibilitadas de poupar. Um leigo vai poupar, acaba entrando em uma bolha imobiliária, ou entra numa grande empresa semi-estatal controlada por políticos, ou em alguma empresa 'virtual' que nunca fabricou sequer um prego, mas possui avaliação de bilhões.
Então o único conselho que acho que vale é investir naquilo perto de você. Em propriedades na sua cidade, em áreas que você tem como avaliar se está barato ou caro. Investir na sua carreira. Investir na educação dos filhos. Evitar pagar juros, evitar se endividar a juros de mercado. Comprar casas com linhas de crédito subsidiadas, o 'dinheiro de mentira' dos bancos e do governo, e deixar o seu dinheiro em investimentos que rendem mais do que as taxas subsidiadas.
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