27 de abril de 2010

Mercosul não conseguiu sequer união alfandegária

Quem torce por livre-comércio e uma redução do protecionismo no Brasil, sabe que o Mercosul acabou não ajudando em quase nada, pois foi neutralizado pelos sentimentos protecionistas da Argentina e do Brasil, mas principalmente Argentina, que tomou um rumo em sua história muito intervencionista.

No blog do Celso Ming no Estadão ele repercutiu a declaração de José Serra contra o bloco, que teria impossibilitado o país de assinar tratados bilaterais. É aquela teoria do 'anti-bloco', como a gente já costumava dizer, aceita por um presidenciável.

http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/2010/04/26/a-farsa/

O articulista lamenta que o Mercosul acabou se tornando uma mera união alfandegária, estabelecendo quais taxas de importação devem ser aplicadas em quais produtos.

Só que aí há um problema. Uruguai e Paraguai, como todo país pequeno, necessitam de acesso ao mercado mundial. O brasileiro não tem idéia do quanto o país está isolado do mercado mundial através de tarifas absurdas. E lembrando que em cima do II ainda vai ter IPI e ICMS.

Então como é que o bloco não implodiu antes, sendo que obrigaria os países menores a aceitar o protecionismo brasileiro? Muito simples. Eles simplesmente adotaram tarifas diferentes em quase tudo. Faça a pesquisa de algum item e veja por si mesmo.


Ex. setor automotivo (possui centenas de sub-itens para atender interesses específicos)

Tarifa

Automotiva Argentina:
35.00 %Norma
Automotiva Brasil:
35.00 %Norma
Automotiva Paraguai:
10.00 %Norma
Automotiva Uruguai:
23.00 %Norm

Roupa de cama

Tarifa

TEC:
35.00 %

Exceções à TEC

Confecções Uruguai:
20.00 %Norma
Confecções Paraguai:
20.00 %Norma Nota


E por aí vai. Sempre que alguma coisa é fabricada no Brasil por algum setor, dá-lhe tarifa de 35%, com exeções.









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