23 de abril de 2010

Trecho do belo discurso do Hélio Beltrão

A história da ética tem sido uma história de exploração. Os indíviduos foram desde sempre separados em dois grupos: os que devem obedecer às regras "éticas" sempre, e os que não precisam obedecê-las. O povo deve cumprir a ética e a moral, mas os governantes, não.

A ética, que eu e você devemos obedecer, corretamente advoga que não se pode roubar a propriedade de terceiros, matar ou obrigar alguém a fazer algo à força.

Mas notem que tais regras éticas não valem para o governo - o governo toma seu dinheiro, chama isso de impostos democráticos, e pronto: está autorizado a roubar.

Se um sujeito escraviza outro, está caracterizado um crime hediondo. Escravidão é a antítese da individualidade! Porém, no caso do governo, convocam você para "servir à pátria" durante um ano, chamam tal servidão de "serviço militar", e a servidão passa a ser perfeitamente legal.

Se um vizinho mata outro, isso é assassinato; porém, se for um funcionário de governo - principalmente do governo americano - com uniforme verde-oliva que invoca uma guerra preventiva ou algo similar, então é permitido matar, e legalmente.

Falsificar dinheiro é crime, mas só para você e eu - pois o governo tem a máquina de fazer dinheiro, ou melhor, de falsificar dinheiro. Se forem eles, pode. Se formos nós, vamos presos.

Há trezentos anos, boa parte da população nas Américas era formada por escravos. Cem por cento dos frutos do trabalho dos escravos eram de propriedade de seus donos. Hoje, não somos escravos. Mas hoje, de 40 a 50% do resultado do seu esforço e talento não são seus, mas de seus senhores: os governantes e seus amigos. Isso é o que você paga, queira ou não, embutido nos preços dos produtos e através de outros impostos, taxas e contribuições. Ou seja, não somos mais escravos, mas somos servos.

Antes os donos de escravos ameaçavam punir com a chibata, caso estes se recusassem a trabalhar. Agora, se você não pagar ao governo, é ameaçado com notificações e processos, até finalmente acabar sendo preso. Em ambos os caos, a violência é do mesmo tipo. A arma nem precisa ser mostrada, similarmente ao caso do ladrão de rua. A simples ameaça basta. Mas a arma está lá, no bolso do ladrão, e no paletó do governante.

Ainda que sancionado pela maioria, roubo ou escravidão continuam sendo crimes! Este roubo do governo, pelo governo e para o governo (e seus amigos) é estranhamente aceito, e racionalizado pela maioria. E por que diabos a maioria concorda com esse roubo?

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=654&comments=true

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