13 de outubro de 2010

Inovações administrativas e pérolas sindicalistas

Nos embates com militantes petistas sempre vemos uma avalanche de números de PIB, dados crescentes que apontam o bom momento econômico brasileiro, como se fosse obra de sua alteza.

Por outro lado, quando confrontados, não conseguem apontar quase nenhuma conquista administrativa realizada pelo governo Lula. A maioria das 'conquistas' seria obtida por qualquer um que ocupasse o cargo e tomasse aquela única decisão crucial do governo Lula: não mexer nos controles da aeronave.

A mandracaria fiscal, como bem definiu Celso Ming, é um dos maiores legados administrativos do PT, assim como o vasto aparelhamento das empresas estatais e a ascenção dos sindicalistas a altos cargos de conselho.

O PT tem obviamente algumas características diferentes dos outros partidos, como a sua forte máquina de propaganda, e esse dom que eles tem de transformar medidas liberalizantes tomadas pelo Lula em um 'ato nacionalista', e as mesmas medidas quando eram tomadas pela oposição eram consideradas 'crime de lesa-pátria'.

Assim, a grande venda de ações da Petrobrás no exterior não é considerada como a venda da parte da empresa para os 'especuladores internacionais', e sim como 'grande sucesso'. A cessão de terras na Amazônia para o uso de propritários privados foi uma outra decisão liberal do governo Lula, provavelmente atendendo à pressão ambientalista internacional. Recentemente tivemos também a abertura de uma brecha para a educação em casa, estava sendo punida como crime pela lei brasileira.

Um outro programa que seria totalmente sabotado caso fosse tomado durante o governo do PSDB, e que hoje é um dos legados do Lula, foi o ProUni.

É evidente que o nosso ensino superior estatal é muito caro e não tem penetração com os alunos mais pobres, que precisam trabalhar para pagar mensalidades. Pode até ser resultado de um forte lobby das faculdades privadas no governo, mas isto não importa. O que importa é que um passo na direção certa, de um sistema misto de educação superior, assim como temos no Brasil na área da saúde.

Boa parte da esquerda radical encastelada nestes sindicatos sabe bem que o ProUni é uma privatização do ensino superior. Mas uma universidade não precisa ser estatal para ser pública, e o que realmente importa é que o acesso à educação é possível. Por isso apóio o ProUni.

Vejam que pérola neste jornalzinho de sindicato:

Prouni – O projeto de lei 3.582/2004 (Universi-dade Para Todos) autoriza a compra de 10% dasvagas ociosas nas universidades privadas em tro-ca de 100% de isenção de impostos. Esse sub-sídio, que poderá ultrapassar R$ 3,5 bilhões (qua-se mil reais mês/aluno!), permitiria a criação demais de 1,4 milhões de vagas nas públicas.

Façamos as contas e usemos o cérebro, coisa que a maioria dos sindicalistas se esquece depois de assumir suas posições. Dividindo os 3.5 bi R$ por 1.4 milhões de vagas que eles dizem que poderiam ser criadas nas universidades públicas, temos a cifra de 2500 R$ por aluno por mês.

É isso mesmo, custa caro pra caramba, isto é dentro da faixa que encontrei em outras análises, e os próprios dados dos sindicalistas afirmam isso.

Já no ProUni, como também afirmam os sindicalistas, o aluno custa 1000R$ por mês. Resultado, economia de 1500R$ por mês por aluno pelo ProUni.

Os valores citados por eles podem estar errados, mas é uma pérola ou não é? Quando começa a comparar custo-benefício entre o privado e o estatal, os sindicalistas podem fugir que só vão levar pancada.

http://www.sindisprevrs.org.br/site/material/jornaldasreformasP4.pdf

Nenhum comentário: