26 de outubro de 2010

A arte de afogar bilhetes premiados

No fraco debate de ontem a candidata oficial veio com um discurso bastante populista e perigoso de 'bilhete premiado' do pré-sal, que é um dos grandes sonhos que o mercador Lula tentou vender à população.

É o sonho do eleitorado dele: nunca mais precisar trabalhar duro e viver como um Sheik árabe - ou pelo menos como um apaniguado do Sheik. Ou, se não der, pelo menos como o cachorro do Sheik. Parece ser essa o anseio popular bem captado pela antena presidencial.

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que esta reserva é algo bastante real. Mas daí a comparar com bilhete de loteria é um pouco demais. Só se for um bilhete de loteria a 8000 metros de profundidade.

Quem vai tirar este bilhete de lá certamente não vão ser os 1000 jornalistas contratados pelo PT e nem os programas sociais da empresa. Esta retórica é perigosa. Pode acabar com a empresa.

A politização do petróleo é auto-destrutiva. A santificação da Petrobrás não serve nem aos próprios interesses da empresa. Há sempre riscos.

Entretanto o governo e os políticos tratam uma reserva de petróleo cheia de incertezas como um bilhete premiado, e isso desvaloriza o trabalho extremamente técnico das empresas e dos profissionais da área de petróleo.

Esperamos que não aconteçam erros nem acidentes como o do afundamento da plataforma P34. Pois o que diriam para o 'povo brasileiro' se der um mega acidente e o bilhete premiado vazar para as nossas praias? Ah.. não tinha plano B? Tavez venham com aquela clássica frase 'isto cheira a sabotagem'.

O PT acha que agora o país pode se dar ao luxo de ser arrogante, manipular investidores nacionais e estrangeiros, esbanjar oportunidades e queimar pontes.

O acionista da Petrobrás já notou o efeito disso nos últimos meses. Já nós vamos ver o custo de todas a bravataria lá pra frente quando os ventos externos eventualmente soprarem contra a nossa economia.

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