A posição de destaque do Brasil no mercado agrícola e de álcool traz muitos investimentos estrangeiros para o interior do Brasil. E milhares de brasileiros são proprietários de terras no Paraguai, responsáveis pela maior parte da produção de soja deste país.
Da mesma maneira, grupos estrangeiros que compram terras no Brasil contribuem para ocupar a mão-de-obra rural, provavelmente já em falta, o que se traduz no mercado por salários mais altos, valorização das terras, aumento da produção agrícola e infusão de tecnologia. Isto tudo traz dinamismo e uma liberdade maior no campo, com a entrada de um grande número de 'outsiders' em um mercado marcado pelo oligopólio e pelo coronelismo, reciclado pela esquerda com seu sindicalismo agrário.
Mas não vamos nos livrar dos grilhões do feudalismo agrário tão cedo. Lula coloca o Brasil na mesma linha agrária nacionalista do Paraguai e outros países que buscam coibir a propriedade de terras por empresas estrangeiras. Lula acena com uma inédita retórica xenofóbica para proteger o 'interesse brasileiro', o que quer dizer, o interesse de grupos brasileiros estabelecidos no setor agrário. Além de proteger possíveis aliados, boa parte de sua posição certamente decorre a xenofobia pura e cega. Mais uma oportunidade perdida.
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