Textos do Estadão e do Reinaldo Azevedo:
Turquia mata 120 rebeldes em 1 mês.
O Exército da Turquia disse ontem que mais de 120 rebeldes curdos foram mortos em ataques aéreos no norte do Iraque e em incursões de comandos de elite em território iraquiano no último mês. Os insurgentes haviam intensificado os ataques na Turquia nos últimos meses.
(...)
Segundo o general, o comando de elite responsável pela operação matou cinco rebeldes e retornou para a Turquia no mesmo dia. Relatórios da inteligência do país estimam que cerca de 20 insurgentes tenham morrido na ação militar. O Exército turco diz que 4 mil rebeldes curdos estão posicionados no Iraque, na região da fronteira turca, e outros 2.500 em território turco. Pelo menos 545 insurgentes teriam morrido no ano passado. Outros 148 desertaram.
(...)
O PKK ameaça seguir os ataques contra alvos militares e econômicos na Turquia, até mesmo no leste do país, como parte de uma “nova estratégia defensiva” da guerrilha, que luta desde 1984 pela autonomia dos 12 milhões de curdos que vivem na Turquia. Desde então, mais de 40 mil pessoas morreram em confrontos entre insurgentes e Exército.
Comento (Reinaldo Azevedo):
Que coisa! Segundo entendi, a Turquia não respeita nem mesmo os limites de território. Manda bala nos curdos mesmo no Iraque. Sou coerente, sabem? Assim como defendi a ação colombiana no Equador, se os curdos estão usando o território iraquiano para preparar atentados terroristas em solo turco, pau neles!
Fico aqui a aguardar um mensagem de protesto do Itamaraty contra… os turcos, claro! Assim como sou coerente, cobro coerência de Celso Amorim: ou bem o Brasil defende todos os terroristas ou bem não defende nenhum!
Curioso esse governo turco. Parece achar que o único estado que não tem o direito de se defender de ataques terroristas é mesmo Israel… “Ah, a flotilha era pacífica”, grita o inocente. Sem dúvida! Ainda que organizada por um entidade com vínculos com o Hamas.
Não que eu seja do tipo que cobre pacifismo dos turcos — não faço isso desde o massacre dos armênios, pelo menos. Sei bem que 120 curdos, segundo certo ponto de vista, não são nada quando comparados com a morte de nove turcos… O episódio, no entanto, deveria levar o governo turco a refletir sobre a obrigação que têm os países de garantir a segurança de seu povo.
O episódio recoloca as coisas no triste e sangrento terreno da realidade. Durante alguns dias, fiquei com a impressão de que o governo turco havia se tornado, sei lá, discípulo de Ghandi. A Turquia deveria respeitar a forma como cada país é levado a combater os seus terroristas.
19 de junho de 2010
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