29 de dezembro de 2009

Forrest Gump, o homem do ano

A eleição do bravateiro como homem do ano pelo jornal Le Monde revela uma conjuntura pobre de personalidades. Será que não há um outro homem para fazer frente a uma das personalidades mais fracas das últimas décadas? O Obama, evidentemente não conta, apesar do prêmio nobel, tem se revelado um bundão.
Algumas cartas publicadas no Estadão sugerem um relação dessa eleição com a venda dos jatos militares franceses ao Brasil. Não acredito nessa versão. A verdade é que o jornal Le Monde reflete uma fascinação humanista tipicamente francesa, quase um orgasmo antropológico, pelo operário esquerdista que chegou ao poder; mas esconde também uma cegueira proposital dos fatos, ao esquecer a vergonhosa aproximação com as ditaduras do Sudão e do Irã, além do apoio ao golpismo bolivariano em Honduras e de um populismo irresponsável.
Ontem o escritor Mário Vargas Llosa elegeu sarcasticamente o hipopótamo owen e a sua mãe adotiva, uma tartaruga, como as personalidades do ano. Se o Forrest Gump deixasse de ser um personagem de ficção, teria sido ele o eleito.

Herança maldita

Rombo nas contas públicas cresce 278% e derruba meta de déficit zero
Governo projetava déficit nominal zero para 2010, mas rombo cresceu de R$ 36,4 bi para R$ 137,9 bi em 12 meses
Foi para o arquivo a expectativa de a equipe econômica atingir o déficit nominal zero em 2010, último ano do segundo mandato do governo Lula. De outubro de 2008 para outubro passado, o déficit nominal cresceu 278%, de R$ 36,4 bilhões para R$ 137,9 bilhões. Em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o índice saltou de 1,27% para 4,61% do PIB no período.
(...)
Para Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria, o Brasil perdeu pelo menos meia década de esforço fiscal. “O déficit nominal zero só vai, agora, ser atingido em 2016, nas atuais condições da economia”, afirma Salto.“
Se o governo fizer reformas estruturais, será possível acelerar a obtenção dessa marca. Mas, se as bases continuarem as mesmas, será difícil antes de 2016.” A previsão é reforçada por Campos Neto: “No mínimo, serão cinco anos para atingir o déficit nominal zero”. Salto avalia que a equipe econômica fez escolhas equivocadas na crise, como o aumento das despesas correntes – salários de servidores públicos e Previdência Social.“Se o governo tivesse usado a maior parte da redução do superávit primário para investir em infra estrutura, o cenário seria muito mais benéfico porque daria espaço para a economia continuar crescendo sem pressão inflacionária. Mas foi feito o contrário.”
Fonte: Estadão.

Comento: A réporter pegou leve. O déficit nominal foi para o brejo. Foi preciso 16 anos de estabilização e uma China crescendo 10% ao ano para o Brasil alcançar números positivos. lulla botou tudo a perder. E, ao invés de investir em infra estrutura e educação, "investiu" em gastos futuros que irão comprometer a capacidade de produção e de poupança de grande parte da população, durante gerações, para sustentar a casta grudada no estado.

28 de dezembro de 2009

Chile e o continente imaturo

Segue texto traduzido (com erros do google evidentemente) do escritor Carlos Alberto Montaner (Fonte: http://www.firmaspress.com/a-060.htm / Dica do Tambosi):
O Chile está bem. Chilenos parecem estar a salvo da imbecilidade ideológica, tão teimosamente instalado na latina vida política americana. O elemento mais significativo de eleições passadas, não é a vitória esmagadora de Sebastián Piñera no primeiro turno, como todas as pesquisas previram, mas a mais clara derrota por Marco Enríquez-Ominami (MEO), um vizinho banana candidato esquerdista Chávez de traço Bolivariano, neste caso, um sabor glamour parisiense.
O deputado jovem, criado na França, mal chegou a 20% dos votos. Seu gerente de campanha e apoiante financeira primário foi Max Marambio, um homem com um passado sombrio e violento, ligada ao governo cubano há décadas, a sua melhor fonte de riqueza pessoal considerável. Se MEO tinha subido para a presidência, Chile teria entrado em um novo período de revoltas e confrontos com nenhum outro destino que a pobreza aumentou, mais atrasos e destruição considerável sobre o capital.
Poucos dias após esta primeira rodada de votação - o segundo entre Piñera e Frei Eduardo será em janeiro - houve outra notícia importante: o Chile foi admitido à OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico). É a trinta países primeira pertencentes a esse seleto grupo de nações, geralmente os mais bem governados em todo o mundo. A razão dada para a aceitação no clube é a qualidade da sua "política pública.''E é verdade, o setor público no Chile é razoavelmente honesta, transparente e eficaz. Não é perfeito e há importantes deficiências, como sabemos todos que lê geralmente relatórios "Liberdade e Desenvolvimento", a pensar grande nacional-tanque, mas a qualidade do Estado chileno é o mais elevado na América Latina.
Isso é o que explica a lealdade da grande maioria da população ao estado do modelo em que vivem. Os chilenos não quer demoli-la, tal como proposto pela esquerda irresponsável carnívoros, mas aperfeiçoá-lo, porque ele já trabalhou. 75% dos eleitores, que votaram em Piñera ou por Frei, quero viver em um país onde o Estado de direito, aberto ao mundo em que os direitos individuais são respeitados, enquanto o sistema de produção, regido por uma concorrência permanece em mãos privadas, porque têm más recordações dos estágios de idade estatista.
Os chilenos não querem um governo de líderes, mas de instituições liderado por uma meritocracia, e que rejeitam aventuras radicais e luta de classe, uma vez que a porosidade de oportunidades sociais e económicas podem avançar através de um trabalho honesto dentro do sistema de código . Em suma, os chilenos não estão doentes de "Terceiro Mundo", esta doença crônica da mente e do coração, que mata os neurônios e impede a interpretar a realidade com um mínimo de senso comum. Longe de odiar o mundo em primeiro lugar, quero ser parte dela.
Naturalmente, existem diferenças entre Piñera e Frei, como há entre Obama e McCain, entre Thatcher e Tony Blair, entre Aznar e Felipe González, mas há diferenças de ênfase. Essencialmente, discutir e discordar sobre a intensidade do imposto e as dotações das despesas públicas, ou a taxa de juros ou o volume de oferta de moeda - questões extremamente importantes, é claro - mas não causa o coração sistema institucional baseada na separação e equilíbrio de poderes, nem os fundamentos filosóficos da democracia liberal, nem o princípio básico de que todos os cidadãos devem ser colocados sob a autoridade da lei, começando com os governantes, porque eles acordam que este modelo, acompanhado pela liberdade de produzir e consumir, tem sido um formidável que reforçou o desenvolvimento dessas sociedades trinta e um incardinado no âmbito da OCDE, onde só agora pertence ao Chile.
Bom para o Chile. As pessoas não estão a salvo das catástrofes políticas, até uma percentagem esmagadora de adultos suportam o modelo econômico e jurídico que rege a sua vida em comum, convencido de que o Estado é capaz de acomodar seus valores e interesses de uma forma justa, o tempo que os políticos e os funcionários fazem seus trabalhos bem gestores.
Existe alguma outra sociedade latino-americana, além de Chile, que tem alcançado o mesmo grau de consenso e de coesão? Provavelmente, Costa Rica e Panamá. Talvez, Peru, Colômbia e Brasil, com grande dificuldade, ele decidiu nesse sentido, mas não muitas democracias maduras nas nossas paisagens. Eles continuam a exceção em meio a um continente tumultuoso e imaturo.

20 de dezembro de 2009

16 de dezembro de 2009

A cidadania das massas

No conceito de governo popular que os autoritários sonham, não podem existir intermediários entre o governante e a massa. A recente batalha dos autoritários de esquerda contra a imprensa na América Latina é mais um exemplo desta atitude.

O que oferece legitimidade ao governo popular é o apoio de uma massa de gente, desassistida e desagregada. Sem educação, sem perspectivas, sem articulação.

Não é necessário ser cristão ou socialista para fazer uma opção pelos pobres. É do interesse de todo oportunista político fazer uma opção pelos mais pobres, pois são os votos mais baratos. É o mais lógico. Esta é a famosa demagogia, o familiar regime de clientelismo, onde o pobre não 'acha' nada. Seu papel é posar para a foto e concordar. Seu papel é de 'simpatizante'.

É a esta gente carente que os políticos chamam de 'cidadão', de boca cheia.

Já os educadinhos, com dinheiro, articulação, e podendo emitir opinião contrária ou não, estes são indesejáveis, incômodos. Se estiverem do seu lado, melhor. Se for possível comprá-los, melhor. Se não, pior para eles. Quem não sair da frente será soterrado.

A ironia é que estes são, justamente, os que teriam condições plenas para exercer a cidadania.

Eram muitos poucos os cidadãos nas democracias antigas. A maioria das pessoas era escravo, servo, ou cidadão de segunda classe.

O grande sonho da democracia moderna era o de fazer o 'upgrade' destas massas para a cidadania plena. Só que às vezes, como mostram as várias tentativas frustradas de democracia em países subdesenvolvidos, é mais fácil e conveniente fazer o caminho inverso: o 'downgrade' dos emancipados para um servilismo referendado pelas massas populares.

A liberdade de informação é sacrificada neste pacote, juntamente com outras liberdades essenciais 'que não enchem barriga de ninguém'.

Segundo Aristóteles, a democracia seria nada mais que uma tirania exercida pelas massas. Via tal governo com grande suspeita, pois a experiência antiga mostrava que o governo exercido por uma massa de pessoas desinformadas e despreparadas rapidamente converge para o caos, para a agressão mútua. E, quando o caos chega a um nível insuportável, o resultado é a instalação de algum tirano.

A experiência moderna infelizmente confirma Aristóteles. Vemos no longo da história esta estratégia demagógica sendo usada repetidas vezes justamente por líderes carismáticos, com consequências catastróficas. Jogue um grupo contra outro, destrua a sociedade, e colha os pedacinhos.

Aristóteles diferenciava essa democracia, com essência demagógica e auto-destrutiva, da 'politia', onde o governo dos muitos é temperado pela observância de leis claras, e pela construção de instituições respeitáveis, acima mesmo dos sabores da vontade popular. Analistas modernos enfatizam a necessidade de se temperar a democracia com um serviço público profissional, bem longe dos recentes 'loteamentos ideológicos' que estamos observando nos últimos tempos.

É certamente a este tipo de governo que deveríamos almejar. Que a cidadania plena seja disponível para todos os que se esforcem por obtê-la, e que sacrifiquem alguns minutos de seus afazeres diários para se informar sobre o que se passa.

Infelizmente, vemos, como no caso brasileiro, uma transição suave do autoritarismo e do voto de cabresto para a demagogia e para um conceito de cidadania de massas completamente manipulado pelos políticos. O voto desinformado é privilegiado. A informação é controlada. A justiça protege a honra dos políticos, e estipula quanto e o que pode ser dito em campanha eleitoral.

Nestas condições, e em face dos acontecimentos recentes, cada vez mais vejo o sistema político brasileiro como um autoritarismo referendado por voto coagido. É permitida a livre manifestação e livre escrutínio dos governantes, desde que os olhos não olhem para o lado errado e não se viole as muitas disposições em contrário...

14 de dezembro de 2009

Um clube de vantagens salariais

O IPEA, instituto oficial de justificativas econômicas do governo, acabou de publicar mais um estudo peculiar sobre a 'desigualdade de renda' no país.

Quando o IPEA observa o fato de que um empregado sem especialização recebe no Brasil 600 R$, enquanto um especializado consegue uns 2500 R$, e um profissional com pós-graduação e um currículo quente consegue uns 5000R$,
chamam a isto de 'desigualdade de renda'.

Aparentemente o IPEA está atento aos 'rumores' de que boa parte da população considera os salários dos funcionários públicos muito acima do setor privado. Os empregos cobiçados não são os dos especialistas com pós-graduação, e sim os dos concurseiros que aterrisaram na oportunidade certa no 'setor público'.

Mas neste caso não há desigualdade. Segundo o IPEA, há uma 'vantagem salarial' no setor público. Como eles adoram brincar de newspeak...


Mais ainda, esta 'vantagem salarial' se explica pelo bom 'nível de qualificação' do servidor público. Ah bom, ainda bem que existe o novo IPEA para tranquilizar-nos.

Obviamente, como qualquer pessoa pode observar, funcionários públicos no Brasil são casta privilegiada, especialmente os federais. O funcionalismo público no Brasil se tornou, no decorrer da república, um grande clube de benefícios.

Com a adoção do concurso público, complementando os tradicionais métodos de entrada, o da indicação política e do apadrinhamento, a casta legitimou seus privilégios e regimes diferenciados. Quando você os critica, sempre alguém diz 'e porque você não faz concurso público?'. Esta é a solução do brasileiro para tais problemas éticos. Junte-se a eles!

O concurso público trouxe sem dúvida transparência. Mas gerou um efeito inusitado: o grande ingresso de pessoas estudiosas sem rumo profissional ou sem oportunidades de trabalho mais vantajosas. Até porque é difícil o setor privado conseguir cobrir a oferta do setor público, tendo que pagar em encargos para o estado um valor igual ao que este concurseiro receberia.

Estas pessoas são portanto retiradas do mercado de trabalho real, onde poderiam desempenhar funções úteis, para viver no mundo de fantasia do serviço público, onde, se não lidarem diretamente com a população, irão desempenhar para o resto de suas vidas algum ritual burocrático. Esse prospecto não atrai muito pessoas bem formadas. Mas o salário e benefícios, sim.

Em outra 'pesquisa' do IPEA, eles apontam que o gasto do governo com o funcionalismo público está em linha com o dos países ricos. Pena que o Brasil não esteja neste patamar econômico ainda. Mas daqui a pouco o IPEA faz outra pesquisa e diz que os funcionários públicos já fizeram sua parte. Já estão gastando! A iniciativa privada é que não fez a parte dela ainda, que é a de pagar pelo serviço público norueguês e expandir a economia do país em ritmo chinês.

Qualquer pessoa de bom senso também pode observar que nosso funcionalismo está longe de atingir a eficiência norueguesa. Mas o IPEA nos tranquiliza: de acordo com alguma fórmula boa o suficiente para o IPEA, a 'produtividade do serviço público' bateu a do setor privada. E por aí vai.

O IPEA se transformou nisso, um patético órgão de propaganda na mão de cabeças atrasadas. Seus estudos estão cada vez mais parecidos com os estudos econômicos de sindicatos, e revelam apenas a agenda de quem pilota tal instituto.

13 de dezembro de 2009

O verdadeiro papel do Estado na banda larga

Ótimo texto de ETHEVALDO SIQUEIRA publicado no Estadão:
Existe na cúpula do governo Lula um grupo de auxiliares que insiste na ideia de estatizar a banda larga e conferir à velha Telebrás a função de atacadista dos serviços e gestora da infraestrutura de cabos ópticos em escala nacional. Caberá ao presidente da República (...) optar por um dos planos de banda larga em discussão quase secreta, seja o estatizante, seja outro, baseado no modelo das parcerias público-privadas (PPP).
A velha estatal nunca foi uma operadora de telecomunicações, mas apenas uma holding que controlava as 27 subsidiárias do chamado Sistema Telebrás. Comparada com a situação atual, a herança da velha empresa foi das mais pobres. Até 1997, o telefone era um serviço elitista. Só as classes A e B podiam ter telefone. A escassez geral levava ao câmbio negro de linhas telefônicas, que chegaram a custar US$ 10 mil em São Paulo. Sem capital para investir, a Telebrás vendia planos de expansão de linhas telefônicas por preços que variavam de US$ 1 mil a US$ 3mil, de 1988 a 1998. Comparemos dois períodos das telecomunicações brasileiras. O sistema estatal, em 25 anos (de 1973 a 1998), investiu R$ 60 bilhões. Num período muito menor, de apenas 11anos (1998 a 2009), as operadoras privadas já investiram R$ 180 bilhões. O crescimento da oferta passou de 24,5 milhões de acessos telefônicos (entre fixos e móveis) para os 207 milhões de hoje.
Em 11 anos, o Brasil saltou de uma densidade franciscana de 14 para os atuais 107 telefones por 100 habitantes. O total de celulares em serviço, que era de apenas 5,2 milhões em julho de 1998, chegou a quase 170 milhões em novembro de 2009. E,
ao longo de 2010, quebrará a barreira dos 200 milhões. (...)
PAPEL DO ESTADO
O que funciona é (...), Estado forte, mas enxuto, sem gorduras flácidas, ético, sem desperdício, o mais eficiente possível. Que missão tem hoje o Estado na área de telecomunicações? Muito mais nobre e relevante do que investir e assumir
o lugar das empresas privadas na operação dos serviços de telecomunicações
- o verdadeiro papel do Estado - é regular, fixar normas, elaborar programas,
formular políticas públicas, estabelecer metas e objetivos, fiscalizar, supervisionar e agir proativamente no tocante à confiabilidade e à qualidade dos serviços, utilizar intensamente as novas tecnologias e a infraestrutura existente visando à implementação do governo eletrônico, estimular as empresas privadas a inovar e a investir permanentemente em pesquisa e desenvolvimento, negociar e conduzir parcerias público- privadas, com a participação de todas as empresas operadoras. É esse papel que o governo parece ignorar.
CALAMIDADE
Como se comporta o Estado brasileiro na área de serviços? Façamos um rápido balanço
dos serviços estatizados e da qualidade da infraestrutura deste País. A previdência social é uma montanha de desserviços e ainda causa um rombo de R$ 45 bilhões por ano. A assistência à saúde e os hospitais estão entre os mais precários do mundo. As estradas federais continuam em estado deplorável. Na escola pública,professores mal pagos, prédios sem segurança, sem conforto mínimo.
Em 2007-2008, durante quase um ano e meio, a Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nos impuseram o maior apagão aéreo de nossa história. No mês passado, um apagão elétrico alcançou 28 Estadosporquase24horas.
AJustiça continua cada vez mais lenta e ineficiente. A segurança pública, cada dia mais insegura. Acho que esses exemplos bastam. (...)
Os governos sugam tudo que podem das telecomunicações. Retiram o máximo de impostos e confiscam seus fundos. Esse setor é uma espécie de galinha dos ovos de ouro,
Pois gera mais de R$40bilhões de ICMS, por ano. De 2001 para cá, o Tesouro Nacional já confiscou cerca de R$ 10 bilhões do Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (Fust) e R$ 15 bilhões do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel). Diante desse quadro, que sentido terá recriar a Telebrás
e ampliar a esfera de atuação do Estado?

12 de dezembro de 2009

Ué! Discurso de Obama no Prêmio Nobel não foi histórico

Claro, não agradou a turma da esquerda, afinal ele precisava defender o uso da guerra como mecanismo para alcançar a paz. Mas não era isso que o malvado do Bush também defendia. Obama tem feito discursos fracos um atrás do outro. O pessoal cansou de considerá-los históricos antes de serem proferidos. A máscara tá caindo.

2 de dezembro de 2009

"We, the people..."


Começa a atrair a atenção dos comentaristas políticos nos Estados Unidos o uso do 'plural majestoso' nos discursos oficiais do presidente Obama. Pronome tradicionalmente reservado para monarcas seculares ou religiosos.


Note a diferença:

'O governo dos Estados Unidos decidiu que...'

'Nós, o povo da América, decidimos que...'

O uso do plural majestoso não é uma tradição americana. Na história americana, esta empáfia sempre foi ridicularizada, pois era associada aos maneirismos da monarquia. Posteriormente isso foi incorporado no discurso republicano.

O uso da terceira pessoa por líderes populistas traz uma imagem de concordância impossível de milhões de indivíduos, opositores inclusive, que se aglutinam na pessoa sublime do líder democraticamente eleito. A risível empáfia da monarquia foi substituída pela empáfia democrática, que todos devem respeitar.

Em um de seus 'discursos históricos', que como notou o colega Victor, são declarados 'discursos históricos' mesmo antes de acontecerem, Obama citou os sábios Hopi:

'Nós somos a mudança que nós estávamos esperando'

Estamos diante de um mestre da retórica. Um manipulador de sonhos sem remorsos. Pois para líderes como Obama, a transformação do 'Eu' em 'Nós' é a apoteose tão almejada.

No Brasil vemos o uso desta retórica feita pelo governo Lula quando usa a expressão
"O Brasil decidiu...", "O Brasil não aceita...". Frases assim são proferidas especialmente em situações onde a opinião pública é fortemente contra a opinião do governo.

Em certa ocasião, Lula assumiu ares de um Luis XV populista e declarou uma frase majestosa: "O povo sou eu".

Entretanto, o uso do 'Nós' majestoso é evitado. Talvez fosse confundido com 'Nós, o PT'. Lula ainda não chegou no 'Nós, o presidente'. Talvez em seu caso tomassem o uso do plural majestoso como simples erro gramatical.

30 de novembro de 2009


Filme: O Homem de Mármore (Czlowiek z marmuru, Polônia, 1977)

O diretor Andrzej Wajda é um dos mais conhecidos cineastas poloneses, e fez carreira como cineasta em um período difícil, onde nem sempre era possível dizer as coisas claramente, por causa da censura do regime comunista. Filmes realizados nestas circunstâncias são sempre filmes difíceis. São filmes cifrados.

Uma grande peripécia de Wajda foi a realização deste filme subversivo, 'O Homem de Mármore', nos anos finais do regime comunista.

Apesar da relativa abertura, o regime estava podre, e prestes a desmoronar por causa da pressão social que culminou no movimento Solidarność de Gdańsk. Entretanto, ainda tinha forças para banir e perseguir quem quer que investigasse eventos desconfortáveis sobre a história recente do país.

Wajda teve muitos problemas por causa deste filme e sua continuação, 'O homem de ferro'. Foi perseguido, preso, e eventualmente precisou deixar o país. Que estes filmes tenham sido realizados na condição em que foram, é algo impressionante.

Este filme conta a estória de Agnieszka, uma cineasta rebelde da nova geração polonesa. Esta cineasta está determinada a contar a estória de Birkut, um operário que teria sido alçado ao status de celebridade pelo regime comunista nos anos 50.

Vemos várias imagens de propaganda oficial, que contam a estória deste lendário operário que era capaz de enfileirar milhares de tijolos em apenas algumas horas, e era exibido pelo país afora como exemplo de fervor revolucionário.

Birkut é explorado pela propaganda como modelo, e sua estátua é colocada em praça pública. Sua imagem pendurada em frente do ministério da produção. Ele passa a gozar de prestígio e reputação. Até um dia ser retirado misteriosamente de cena.

A verdadeira história de Birkut é contada através de entrevistas, e de filmagens descartadas pelo governo, que Agnieszka vai arrancando dos arquivos oficiais, com seu método investigativo tão sutil quanto uma tropa de choque.

Birkut tem uma instinto contestador, e se revolta com sua condição de fantoche. Responde com linhas fora do script. Estraga as filmagens com suas demandas.

E, pior ainda, ele mesmo passa a acreditar na imagem mentirosa de 'herói proletário'. Ele passa a ser um porta-voz dos problemas sociais de Nowa Huta, a vila socialista erguida como cidade-modelo por Birkut e seus parceiros. O herói fabricado passa a ser um herói de verdade, e isso vira um grande problema para o regime linha-dura dos anos 50.

Os esforços de Agnieszka também espelham a estória principal, pois este filme também vira um problema para o regime em sua versão posterior mais aberta.

Não digo mais para não contar mais sobre a estória. O filme é um pouco 'cult' demais, mas vale à pena conferir.

24 de novembro de 2009

Liberalismo Clássico versus Anarcocapitalismo

No dia 18 de novembro, foi publicado no site do Instituto Mises Brasil, um artigo muito interessante sob o título de: Liberalismo Clássico versus Anarcocapitalismo.
O autor, Jesus Huerta de Soto, professor da Unversidade
Complutense de Madri, é o principal "representante"da Escola Austríaca na Espanha. No artigo, ele trás uma crítica ao liberalismo clássico e mais, ele afirma que o anarco capitalismo "(...) acaba se revelando o único sistema verdadeiramente viável e compatível com a natureza humana."

Para acessar na íntegra o artigo, segue abaixo o link do site.
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=482

22 de novembro de 2009

Gestor vê retrocesso na economia

Segue ótimo artigo do Estadão com Luís Stuhlberger, da CSHG, que critica deterioração fiscal, populismo, assistencialismo e perda de competitividade
Considerado um dos melhores – senão o melhor – gestores de recursos do Brasil, Luís Stuhlberger, da Credit Suisse Hedging- Griffo (CSHG), está muito preocupado os rumos da política econômica. Ele acha que o País está num quadro de “contínua deterioração fiscal, populismo, assistencialismo e perda da competitividade”. Esses são termos que Stuhlberger usou num relatório recente, com o nome de A angústia clássica de um gestor/Brasil: Deterioração de Fundamentos X Market Timing. O documento aborda o contraste entre a euforia dos investidores internacionais, que estão “in love com o Brasil”, e a visão de Stuhlberger de que “a crise internacional serviu como justificativa para o governo cometer vários retrocessos que afetam a consistência da nossa política macro”.
As suas críticas dirigem se basicamente ao expansionismo fiscal, especialmente nos gastos correntes, e a tendência de maior intervencionismo estatal na economia.
(...) Uma preocupação da equipe econômica é que Stuhlberger é considerado muito influente no mercado financeiro nacional. Para ele, “os mercados teimam em ignorar todos esses sinais, concedendo um waiver (perdão) gigante para as decisões equivocadas do governo”. “A a bundância de liquidez internacional e o elevado grau de confiança que o Brasil conquistou nos últimos anos contribuem para essa atitude leniente dos investidores em relação aos últimos passos da política econômica.”
Uma das grandes preocupações do gestor é o que ele chama de “política para fiscal”: a expansão de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos demais bancos públicos, empurrada por empréstimos do Tesouro.
(...)
Mas ele considera preocupante que o governo sinalize novos repasses para o BNDES e para a Petrobrás, que totalizariam mais R$ 200 bilhões. Essas capitalizações ainda por vir farão com que a dívida bruta do setor público, segundo os cálculos do gestor, salte para 70% do PIB, bem acima da média de 43% dos emergentes.
No relatório, Stuhlberger critica também os reajustes ao funcionalismo federal no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os quais considera “totalmente fora da realidade”. Ele menciona que o aumento real do funcionalismo federal variou de 12,1% a 61,8% de 2002 a 2009, ao mesmo tempo em que o salário médio da economia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve ganho médio anual de 0,4%.
Já os chamados “pagamentos diretos a pessoas”, que incluem a despesa de pessoal, Previdência, seguro-desemprego e benefícios assistenciais, subiram de 73% para 79% dos gastos totais do governo de 2002 a 2009. Aquele termo foi criado pelo economista Raul Velloso para caracterizar os gastos do governo que consistem simplesmente em transferir dinheiro para indivíduos. Para Stuhlberger, aquedado superávit primário em 2009 é permanente (ele prevê 1,5% do PIB em 2010). Outra preocupação do executivo da CSHG é o baixo nível de investimentos do setor público brasileiro, que atingiu apenas 5% dos gastos totais em 2008 (...). Ele menciona um levantamento do Banco Mundial e de vários economistas, que coloca o Brasil em último lugar em termos de investimentos como proporção do gasto público (...). Para o gestor, a combinação de aumentos de gastos correntes permanentes e baixo investimento público – que chama de “keynesianismo tropical”– leva a um “equilíbrio com taxa de juros mais alta e investimento mais baixo, o que reduz nossa perspectiva de crescimento”.
Notando que o crescimento médio do Brasil ainda não se compara com o de outros países que viraram casos de sucesso internacional, o relatório critica também o marco regulatório do pré-sal, os projetos de fortalecer a Eletrobrás e a Telebrás e as investidas do governo contra a Vale do Rio Doce.
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/11/09, de Fernando Dantas.

A 'sociedade organizada' contra a mídia

O Victor me havia alertado que estava em curso mais um assalto de organizações simpáticas ao governo na organização de uma 'nova regulação' para a mídia no país.

Hoje estava lendo o boletim do Instituto Federalista, e encontrei este link na página de Nivaldo Cordeiro explicando muito bem o que está sendo discutido e por quem.

A mesma estória de sempre: um amontoado de siglas controladas por movimentos de esquerda, dizendo representar 'a sociedade organizada', financiadas por organizações internacionais de esquerda, buscando a 'democratização da mídia', o que no newspeak deles é é algo extremamente perigoso.

Confira no link abaixo

As propostas são um pacote indigesto. Pedem o 'fim do monopólio e oligopólio' privado no setor, e pregam que os meios de comunicação deveriam ser isso e aquilo e ter cota para isso e aquilo e ajudar a sociedade a corrigir isso e aquilo...

A solução de todos estes problemas passam por mais 'controle social', o que obviamente não é exercido pela dona Maria mudando de canal, mas sim pelo ESTADO, legítimo representante de todas as donas Marias, e aparentemente segundo a crença deles, representante dos anjos e de Deus na terra.

Veja o trecho de um panfleto de mobilização de um destes congressos:

O que a Conferência de Comunicação tem a ver com você? Quando assistimos televisão ou ouvimos o rádio não sabemos que qualquer canal só pode veicular determinado conteúdo porque tem uma concessão pública. Mas o que significa ser uma concessão pública? Significa que os canais de televisão e rádio pertencem ao povo brasileiro e que para que uma empresa queira explorá-lo comercialmente precisa de autorização do estado, que é quem toma conta dos bens coletivos do povo.

Ou seja, a esquerda autoritária não questiona os mecanismos de controle de imprensa instituídos no Brasil pelos autoritarismo de governos anteriores. Não! Parece evidente para eles que meios de comunicação precisam ter concessão pública! Como poderia ser diferente???

E deve ser controlada por eles, obviamente, em nome da coletividade. É um canal para mim, um para ti, um para o 'ribeirinho' e tudo pago pelo 'barão da mídia', que tem seu conteúdo vigiado por nós.

Enquanto em outros países se discute privatização de banda, e não o conteúdo transmitido por essa banda, aqui se discute qual é a lavagem que vai lavar a cabeça dos brasileirinhos por meios de legislação.

Impressionante como essa gente não desiste nunca. Já tentaram esse golpe antes. Mas estamos ficando para trás de Cuba, Venezuela em termos de 'controle social da mídia', e isso eles não aceitam.

No curto prazo, os prospectos econômicos do país são positivos. Popularidade máxima com o eleitorado mais numeroso e menos educado, que é o que mais interessa. Mas essa janela pode não durar muito. Seria então agora a hora do bote?

20 de novembro de 2009

Mais sobre a economia da Venezuela

A Venezuela parece ter entrado no Mercosul não apenas por pressão ideológica.

A tendência deles é ter a extração de petróleo como única atividade. E esta também com contínua queda de produção.

E, surpreendentemente, nem mesmo o preço do petróleo ter se recuperado ajudou nos prospectos econômicos deles.

Chávez demostrou ao empresário brasileiro que eles em breve vão estar importando produtos que antes eram fabricados por lá. As importações brasileiras vão amenizar a decadência da economia deles. Indústrias locais, como a de café, foram quebradas por Chávez, e não conseguem mais suprir o mercado local.

http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=54167

Chávez é especialista em quebrar pontes. O comércio com a Colômbia foi perseguido por Chávez por motivos políticos. E os empresários venezuelanos são seus inimigos. Portanto, Chávez terceiriza sua economia para os empresários do Brasil.

Empresários brasileiros estão saltitantes com a possibilidade. Além disso, ainda ganham pontos com o 'chefe', por agradar ao planalto. E o 'imperialismo brasileiro' ganha mais um mercado.

Estes empresários brasileiros acham que quando a casa do vizinho pega fogo, não é uma situação de perigo, e sim uma oportunidade de negócios...

19 de novembro de 2009

Para descontrair

Um texto para descontração, enquanto a "repressão democrática" à Liberdade de expressão do governo Lula não chega .......

Publicado no www.maovisivel.blogspot.com em 7 de abril de 2008

Manifesto da Econometria Política

Esta é uma criação coletiva de uns 20 anos atrás. Surpreendentemente (ou não) continua bastante atual.

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Cesse tudo o que a antiga musa canta
Que um valor mais alto se alevanta


Nós, os econometristas políticos, em nome da honra de nossa profissão (seja lá o que isto for), vimos por meio deste manifesto demonstrar nosso repúdio aos métodos quantitativos burgueses, neoclássicos, ortodoxos, tradicionais, estáticos e reacionários (vide M. POÇÇAS, 1988, pág. 24) e resgatar os valores político-sociais-morais-ideológicos-dialéticos-culturais-dinâmicos-e-acumulativos-de-capital: o caso brasileiro (vide M.C. TAVARICH, 1988, pág. 24) que hoje se põem como a única alternativa viável à feudalização da Econometria Brasileira (vide L.C. BELEZZA, Anais do XXIV Congresso do PE do B, 1988, pág. 24). Propomos uma nova formulação crítica da Econometria Política fundamentada nos princípios que se seguem:

1. Por que, de maneira autoritária, se impõe E(u) = 0? Isto é uma forma afintosa de camuflar a apropriação do excedente da clafe trabalhadora. Por que não 12% ao ano? (a este respeito vide F. GASPARIAN, 1988, Paz & Terra, pág. 24);
2. Por que o erro é denotado por “u” e não “e”? Isto é mais um artífifio para confundir a clafe trabalhadora (vide W. BARELLI, 1988, pág. 24);
3. Quem, afinal, define porque o estimador é justo? A justeza do estimador só pode ser definida após uma ampla discussão democrática com a clafe trabalhadora (vide P. A. SAMPAIO JR., 1988, pág. 24);
4. A lógica totalitária da Econometria Neoclássica impõe que os coeficientes sejam ou positivos ou negativos. Por que não coeficientes dialétricos, positivos e negativos ao mesmo tempo? (vide J. C. Braga, 1988, pág. 24);
5. Por que utilizar variáveis quantitativas quando as relações essenciais de produção são qualitativas? Sem embargo (vide C. FURTADO, 1988, pág. 24), propomos a utilização apenas de variáveis dummy (vide LESSA DE QUEIROZ, 1988, pág. 24);
6. Por que utilizar séries de tempo lógico (não veja G. SCHWARTZ, 1988, pág. 24), quando o correto é utilizar séries de tempo histórico (agora sim, vide G. SCHWARTZ, 1988, pág. 24)

Dadas as inconsistências não-contraditórias, imorais, totalitárias e estáticas, entre a realidade dinâmica e a Econometria Neoclássica, propomos aqui o programa de pesquisa da Econometria Política:

1. Aceitar e questionar a existência do Erro Tipo III: admitir que esteja errado quando não está certo. (vide, p. ex., Don João Manuel, In: O Capitalismo Retardado, passim.);
2. Consertar a curva de demanda quebrada, que a Econometria Neoclássica permitiu, por mais de cinqüenta anos, que permanecesse no mais hediondo abandono, apesar dos esforços do companheiro Sweezy (vide OLIVEIRA DE CHICO, 1988, pág, 24);
3. Mudar a sede das simulações de Monte Carlo para Cubatão (SP) (conf. proposta de RUHYM AFFONSO, In: Por que eu sou marxista-quercista-leninista?);
4. Substituir as equações de diferença por equações de igualdade, de forma a não reproduzir a estrutura social injusta do capitalismo monopolista-maduro-caindo-aos-pedaços-e-retardado (vide P.T.P.L.S. – porque é de menor – no seu famoso compêndio Isto é uma mierrrrda; ou Lo que Cuércia realmente quiso decir, Edições BADESP, 1988, pág. 24);
5. Substituir os métodos de regressão linear, de cunho claramente monetarista e recessivo (vide Wilson TUBOS & CONEXõES, 1988, pág. 24), pela progressão não linear em retrocesso (vide F. Masuqqelli, A esculhambação em processo, 1988, pág. 24);
6. Trocar os nomes de heterocedasticidade, homocedasticidade, homossexualidade (SMITH, KEYNES & quiçá RICARDO, 1988, pág. 24) e multicolinearidade por nomes mais simples, como joão, manuel, cardoso, dimello (vide D. MUNOZ, Pobremas da infração brasileiras e brasileiros, 1988, pág. 24);
7. Substituir os índices de Laspeyres e Paasche pelo índice do DIEESE (vide P. BAU’TAR, 1988, pág. 24);
8. Criar, como pólo de debate nacional, a REVISTA DE ECONOMETRIA POLÍTICA, destarte (vide FURTADO, 1988, pág. 24), a ser editada pela Ed. Motta & Conexão Brasiliense (ligada a futura Universidade Federal Tecnológica de Tocantins – UFETOCAN – a 88 mil quilômetros e 24 metros de São Paulo, a partir da Sé), cujo Conselho Editorial será formado por Brecha Pereira, Brecha Pereira, Brecha Pereira, Brecha Pereira, Brecha Pereira, Brecha Pereira, Nukano e Brecha Pereira

TODO PODER EMANA DO POVO, DE JOÃO, DE MANUEL, DE CARDOSO E DE MELLO

Campinas, primavera florida de 1988

Repressão cresce com Raúl Castro e petistas trabalham nessa direção

Apesar de o afastamento de Fidel Castro ter alimentado as esperanças de uma abertura em Cuba, a repressão política na ilha não só não arrefeceu, como há indícios de que tenha até piorado desde 2006. Segundo a ONG Human Rights Watch (HRW), que divulgou ontem o relatório “Um novo Castro, a mesma Cuba”, Raúl adotou uma nova estratégia para intensificar a repressão na ilha. (...)
Ela permite às autoridades da ilha prender qualquer pessoa com base na simples suspeita de que ela poderia ter um comportamento contrarrevolucionário. (...)
O principal instrumento seria o uso intensivo da figura da “periculosidade”, prevista no Código Penal cubano. “Essa norma, a mais orwelliana de todas as leis cubanas, capta a essência da mentalidade repressiva do governo cubano”, diz o relatório. (...)
“O indivíduo é detido de manhã, a sentença sai ao meio-dia e à tarde ele já está cumprindo pena”, disse ao Estado José Miguel Vivanco, diretor da HRW. (...)
Ele menciona o caso da blogueira Yoaní Sánchez, a mais conhecida de Cuba, que em seus textos na internet tem criticado as condições de vida na ilha. (...)
A blogueira foi obrigada a entrar em um carro, ameaçada de morte e espancada por cerca de 20 minutos antes de ser libertada em um bairro da periferia da capital. Agora, está precisando de muletas para andar.
Fonte: O Estado de São Paulo (18/11/09)

Comento: Enquanto isso no Brasil, o PT apóia um documento da Conferência Nacional de Comunicação para transformar a restringir a liberdade de expressão no Brasil, caminhando claramente para o modelo Cubano de democracia social (sic). Vejamos um trecho do documento “A definição de um marco regulatório democrático estará no centro de nossa estratégia, tratando a comunicação como área de interesse público, criando instrumentos de controle público e social(...). O PT também lutará para que as demais ações estatais nessa área promovam a pluralidade e a diversidade, o controle público e social dos meios e o fortalecimento da comunicação pública, estatal, comunitária e sem finalidade lucrativa".
Traduzindo: no interesse público deles, através do controle (eles adoram essa palavra) deles, na pluralidade desde que seja social e estatal, claro. Num mundo petista bolivariano a liberdade de expressão só existirá dentro dos ditames socialistas, ou seja, não haverá liberdade, mas órgãos estatais defendendo o interesse de determinadas castas dos trabalhadores.

PIB cai e Venezuela enfrenta recessão

A economia venezuelana entrou em recessão ao registrar entre julho e setembro uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5%, acumulando um segundo trimestre em baixa.Os números foram divulgados ontem pelo Banco Central da Venezuela (BCV). No início do ano,o presidente da Venezuela, Hugo Chávez,havia dito que a crise global não tocaria em“nenhum fio de cabelo” da economia do principal exportador de petróleo da América do Sul. Atualmente, ele enfrenta um cenário econômico desfavorável, com a taxa de inflação mais alta da região, que pode encerrar o ano perto de 26%, depois de superar os 30% no ano passado.
Fonte: O Estado de São Paulo (19/11/09)

Comento: Lembro que na semana após ao Fórum Social Mundial em Caracas, o Chavéz, num atitude tipicamente populista e irresponsável, concedeu aumento de até 70% aos funcionários públicos, sua principal base de apoio. O resultado está aí. E ainda tem gente no Brasil sonhando com um mundo bolivariano.

18 de novembro de 2009

Que não venham os investidores

O 'negócio da vez' agora é o carry-trade do dólar para moedas dos mercados emergentes.


O carry-trade 1.0 teve papel fundamental no início da crise financeira. Agora estamos vendo o carry-trade 2.0, ou como diz Nouriel Roubini, a mãe de todos os carry-trades.


Economistas da escola austríaca, como Peter Schiff, há muito tempo apontam para o colapso do dólar. O dólar deixa de ser moeda de reserva, e bancos centrais hoje fazem o que seria inimaginável há anos atrás: compram ouro e outros ativos, mesmo sendo mais caro operar nestes ativos menos líquidos.

O nosso pouco brilhante ministro da fazenda frequentemente ignora os conselhos dos técnicos bem mais capacitados do Banco Central e implementa de maneira simplória aquele familiar passatempo dos políticos brasileiros, o de intervir no câmbio para tentar atingir uma mistura de interesses políticos, pressão de industriais amigos e exportadores. O bife não está vendendo lá fora! E lá vão Mantega e sua turma para mais uma trapalhada.

O movimento especulativo de moeda estrangeira para o real desta vez parece ser mais duradouro. E eles quebram a cabeça em como tentar dissuadir o investidor estrangeiro para que ele não invista por aqui. Xô, dólar!

Inventaram uma inefetiva cobrança de IOF, incapaz de reverter essa tendência especulativa de apostar no Brasil. Agora estão tapando os buracos, já antevistos pelos especialistas assim que a idéia foi proposta.


O dólar vai continuar depreciando não só em relação ao Real, mas em relação à todas as outras moedas, especialmente as de países emergentes. Não dá para saber até quando vai durar esta bolha. Posições de carry trade são alavancadas, e uma valorização súbita do dólar causaria um estouro.

Pensando como eles pensam, imagino que este influxo especulativo seja visto como grande ameaça política. Ao mesmo tempo que 'surfam' na onda do Brasil ser o investimento da vez, se preparam para o possível caldo...

Há também rumores de que a abertura de contas em dólar no Brasil está sendo estudada pelos nossos príncipes. Vale tudo para aliviar a pressão do câmbio, até tomar medidas liberais. Desde que pesem do lado certo, é claro.


Como eu voltei para o Brasil há pouco tempo, faria bom uso destas contas em moeda estrangeira, se é que isso vai ser autorizado. Parece ser bom senso acumular dólares quando estes caírem o suficiente. E as taxas que pagamos para converter dólares e euro no Brasil são muito superiores ao que seria normal. O que é um reflexo de toda essa parafernália para controlar o câmbio criada em uma época onde a moeda brasileira não valia nada.

Pensando nessa época, onde a moeda brasileira era controlada por economistas incompetentes e aventureiros, sugiro um plano drástico para desvalorizar o Real: Mantega para o Banco Central! É bom que não nos ouçam!

Veja também sobre este assunto

Expectativas e a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos

Artigo interessante e bem didático publicado por Frank Shostak para o Instituto Mises.

Desde que Ludwig von Mises apresentou, em 1912, a sua Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos (TACE), em seu livro The Theory of Money and Credit, ela já foi submetida a todos os tipos de críticas.

Para avaliar a força dos argumentos desses críticos, é útil fazermos antes um breve resumo da TACE. Em parte, a TACE diz que, sem um envolvimento do banco central, são as preferências temporais dos participantes do mercado que vão determinar as taxas de juros; e as taxas de juros, nesse caso, iriam refletir o nível de risco dos projetos empreendidos pelos empresários. Mas quando o banco central injeta dinheiro no sistema, isso faz com que as taxas de juros sejam artificialmente diminuídas, e, assim, os empresários irão reagir como se a taxa de juros "natural" tivesse diminuído por causa dos fundamentos do mercado.

O artigo na íntegra está disponível no endereço abaixo

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=142

17 de novembro de 2009

A Ascensão do Dinheiro

Esse é título do livro de Niall Ferguson, publicado pela Editora Planeta. Ferguson é um historiador irlandês e nesse livro ele mostra que as finanças são o pilar do progresso da humanidade. Sem ela, estaríamos todos usando enxada na roça em absoluta miséria de recursos e de cultura. O autor traça um longo panorama do desenvolvimento do dinheiro começando pelas tabuletas de barro da Mesopotâmia, 2.000 anos A.C., onde teve início um conceito incipiente do crédito ao produtor, até terminar nas controversas inovações financeiras como hedges. Entre outras passagens uma merece destaque: "Os programas sociais (sic) têm que incluir algum incentivo para o esforço individual, para as pessoas ficarem progressivamente responsáveis pelos seus próprios destinos. Não há nada mais patético do que programa sociais que encorajam o parasitismo social", palavras de José Piñera (1995).