8 de dezembro de 2011
Comentário de Jim Rogers sobre a economia brasileira
31 de outubro de 2011
18 de outubro de 2011
14 de outubro de 2011
A bola de neve da educação superior americana
10 de outubro de 2011
23 de setembro de 2011
O erro crasso do general genovês
A medida dificultando o hedge cambial foi duramente criticada nos mesmos dias em que foi anunciada, por gente que entende do assunto. Mas o que interessa?
Os usurpadores do trono não ouvem a ninguém, atiram nos mensageiros e declaram guerra sem antes consultar aos estrategistas.
Seguem apenas o conselho de um certo general genovês, da escola de guerra heterodoxa, que não aguentando o clima de paz entediante sobre o reino, abriu a barriga do pombo e rufou os tambores da guerra.
Logo na primeira batalha, cometeu mais um de seus erros CRASSOS.
Achou que o inimigo jamais chegaria pelo outro lado, dispensou a cavalaria porque não gostou do odor do que os cavalos dos mercenários exalavam. Era um grande problema. Para que precisamos desses mercenários, que lutam por dinheiro e uma hora estão de um lado e outra do outro?
Abriu nosso flanco. A tempestade chegou e nas primeiras saraivadas o real foi trucidado.
Sem poder contar com os mercenários, começou a sangrar imediatamente a cavalaria da reserva oficial, tentando parar aos gritos a debandada das tropas. O forte do general genovês é a improvisação. Vamos ver nos próximos dias mais episódios desta batalha
25 de agosto de 2011
Carta a Paul Krugman, o penetra de Jackson Hole
Caro Krugman,
Bernanke te decepcionou. Obama te decepcionou. Não dá para confiar nos seres humanos. Os alienígenas nos esqueceram e não vão nos atacar, como você sugeriu.
Ninguém dá mais bola para o que você fala. Os políticos chamam suas soluções de ‘açúcar’. O público fanático e ignorante descobriu que economistas como você não servem para absolutamente nada. Nem mesmo as marmotas monetárias que se reúnem em Jackson Hole te mandam um convite.
Então confie nas forças da natureza para gerar a demanda agregada que você tanto espera, para que essa contração ‘se resolva em 18 meses’.
Você, que ao contrário dos ‘fanáticos, ignorantes’ em economia, celebrou os poderes curativos do terremoto japonês sobre a economia mundial, e acredita incondicionalmente no poder da vidraça quebrada, veja que até mesmo o terremoto desta semana te decepcionou.
Vocês estão mesmo em baixa, não é fácil ser Keynesiano hoje em dia, hein?
Vamos esperar então para que o furacão Irene cause bastante morte e destruição quando chegar nos EUA, porque com isso diminui o desemprego, aumentam os gastos com a reconstrução. Vamos torcer para que cause milhões de desabrigados, e assim reativar o setor imobiliário americano.
Já que o furacão keynesiano não veio, torça pelo Irene. Aumento garantido no PIB, e especialmente do PIB per capita.
22 de agosto de 2011
Rebeldes com causa e sem causa
16 de agosto de 2011
Krugman: os que EUA precisam é de uma invasão alienígena
11 de agosto de 2011
A escalada da pirâmide
A dose não foi o suficiente
2 de agosto de 2011
No fundo eles sabem que funciona, mas quem vai tapar o rombo?
1 de agosto de 2011
Paul Krugman concorda com Ron Paul
28 de junho de 2011
Breve em um país próximo da sua casa
TAXATION
- Taxes will increase by 2.32bn euros this year, with additional taxes of 3.38bn euros in 2012, 152m euros in 2013 and 699m euros in 2014.
- A solidarity levy of between 1% and 5% of income will be levied on households to raise 1.38bn euros.
- The tax-free threshold for income tax will be lowered from 12,000 to 8,000 euros.
- There will be higher property taxes
- VAT rates are to rise: the 19% rate will increase to 23%, 11% becomes 13%, and 5.5% will increase to 6.5%.
- The VAT rate for restaurants and bars will rise to 23% from 13%.
- Luxury levies will be introduced on yachts, pools and cars.
- Some tax exemptions will be scrapped
- Excise taxes on fuel, cigarettes and alcohol will rise by one third.
- Special levies on profitable firms, high-value properties and people with high incomes will be introduced.
PUBLIC SECTOR CUTS
- The public sector wage bill will be cut by 770m euros in 2011, 600m euros in 2012, 448m euros in 2013, 300m euros in 2014 and 71m euros in 2015.
- Nominal public sector wages will be cut by 15%.
- Wages of employees of state-owned enterprises will be cut by 30% and there will be a cap on wages and bonuses.
- All temporary contracts for public sector workers will be terminated.
- Only one in 10 civil servants retiring this year will be replaced and only one in 5 in coming years.
SPENDING CUTS
- Defence spending will be cut by 200m euros in 2012, and by 333m euros each year from 2013 to 2015.
- Health spending will be cut by 310m euros this year and a further 1.81bn euros in 2012-2015, mainly by lowering regulated prices for drugs.
- Public investment will be cut by 850m euros this year.
- Subsidies for local government will be reduced.
- Education spending will be cut by closing or merging 1,976 schools.
CUTTING BENEFITS
- Social security will be cut by 1.09bn euros this year, 1.28bn euros in 2012, 1.03bn euros in 2013, 1.01bn euros in 2014 and 700m euros in 2015.
- There will be more means-testing and some benefits will be cut.
- The government hopes to collect more social security contributions by cracking down on evasion and undeclared work.
- The statutory retirement age will be raised to 65, 40 years of work will be needed for a full pension and benefits will be linked more closely to lifetime contributions.
PRIVATISATION
- The government aims to raise 50bn euros from privatisations by 2015, including:
- Selling stakes this year in the betting monopoly OPAP, the lender Hellenic Postbank, port operators Piraeus Port and Thessaloniki Port as well as Thessaloniki Water.
- It has agreed to sell 10% of Hellenic Telecom to Deutsche Telekom for about 400m euros.
- Next year, the government plans to sell stakes in Athens Water, refiner Hellenic Petroleum, electricity utility PPC, lender ATEbank as well as ports, airports, motorway concessions, state land and mining rights.
- It plans further sales to raise 7bn euros in 2013, 13bn euros in 2014 and 15bn euros in 2015.
10 de junho de 2011
Efeitos colaterais do welfare state
3 de junho de 2011
Produto interno bruto incompreendido
10 de maio de 2011
Como evitar a inflação da era Lula
Pensei que demoraria alguns meses até chegarmos a este tipo de sugestão, extraído de um comentário do blog do Kupfer:
http://blogs.estadao.com.br/jpkupfer/o-preco-dos-servicos/comment-page-1/#comment-32677
"Na componente da inflação provocada por serviços vejo pouco a fazer pelo governo. Depende mais é da mentalidade da população. Nem sequer serve de desculpa para aumento da tx Selic.
O(a) sujeito(a) vai precisar admitir cortar o cabelo sem aquela lavagem extra com os aditivos etc. ou então procurar um outro salão ….mais em conta.
Se o dentista está cobrando muito mais caro ele não tem motivos mesmo que use material importado pois o dólar está baixo ….será exploração mesmo! Ídem ao médico que nem material usa…."
...
Não compre o adiável e quero ver como o médico, dentista, etc. vão pagar o aluguel do consultório, da secretária, condomínio, etc. Vão ter que baixar.
Quanto a profissões como mecânicos, eletricistas, etc…vale a concorrência e a pechincha.
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O corte de cabelo de 10R$ entrou para a história, assim como o frango de 1 R$ e a nota de 1 Barão?
Sem problemas! Pegue a tesoura que o seu filho usava na aula de artes antes do aperto do orçamento doméstico. Você apenas precisa comprar um espelhinho na Casa China por apenas 5R$ e treinar na frente dele o seu próprio corte de cabelo!
Demora um tempo para ficar direito nas primeiras vezes, mas neste momento em que especuladores conspiram para trazer de volta o dragão da inflação, é justificável reduzir gastos com aparência e com serviços supérfluos.
Para que gastar com dentista? Com um rolo de barbante de 2R$ da Casa China você tem estoque o suficiente para muitas consultas! Basta usar uma maçaneta, um veículo, tente várias combinações, improvise, e se surpreenderá com o resultado.
Também serve para reduzir os custos de manutenção com o automóvel. Um pouco de Super-Bonder ( versão genérica da casa China ) e uns esparadrapos, e o seu carro zero comprado na era Lula vai funcionar por muitos anos! Talvez você até use ele, para se locomover até o banco e pagar a última prestação.
Alguma parente de idade avançada faleceu e você precisa de serviços funerários? Dado o atual panorama macroecônomico, que apesar de absolutamente sob controle sofre a ação de alguns oportunistas, o que que poderia criar um quadro inflacionário pressionado por maior demanda, não estivesse o governo tão vigilante, não seria o caso de esperar uma oferta melhor para enterrar a velhinha como ela merece?
Vá até a casa dela. No quartinho dos fundos você vai encontrar um artefato muito utilizado pelas famílias brasileiras nos anos 80. Se chama FREEZER HORIZONTAL CONSUL. As famílias brasileiras usavam este dispositivo para armazenar mantimentos no início do mês.
Coloque a velhinha dentro e diga com orgulho : TEM QUE DAR CERTO ! EU SOU FISCAL DO SARNEY!
5 de maio de 2011
Margin call nas commodities
29 de abril de 2011
América Latina em direção à crise
26 de abril de 2011
Definindo inflação para os camponeses
Os camposeses ainda não estão convencidos.
Mas, voltemos ao instante em que o nosso bobo, que não era nada tonto, teve uma idéia genial.
Vejam que como em alguns anos podemos ter mais produção e em outros menos, O preço do saco de grão será, huhum, regido por simples leis econômicas.
Mas, não se preocupem, o reino se compromete a perseguir uma meta de inflação, o que evitará que o número de cupons por saca aumente muito de um ano para outro.
É com isso que vocês camponeses deveriam se preocupar, ao invés de estudar economia ortodoxa pré-keynesiana ou querer saber quantas sacas foram produzidas e por quem.
E o melhor: com isso o nosso reino vai ter juros mais baixos! Nossa prosperidade está garantida. Agora voltem para os campos e façam o ‘nosso’ PIB aumentar.
Este raciocínio parecia bastante com economia de verdade. Enganou os camponeses direitinho. Os desenhos que ele fez no quadro foram impressionantes. Ninguém entendeu, pois ninguém sabia ler, mas este bobo obviamente é um gênio.
7 de abril de 2011
O combustível das ilusões
4 de abril de 2011
A fábrica de ilusões
Pagaremos para produzir um produto para manter o interesse dos políticos, sindicatos e empregados da empresa, e que encherá de orgulho verde-amarelo o coração dos ufanistas babacas, que acreditarão que produzir aço a um custo maior do que preço de venda no mercado internacional seja 'agregar valor'.
31 de março de 2011
Banco Central de volta para o passado
Os analistas e palpiteiros econômicos que acreditam que um pouco de inflação seja bom para o crescimento estão vibrando com esta notícia. Bem como aqueles partidários que acham que a missão do atual governo é elevada demais para ser abortada por problemas de caixa. Frequentemente, estes dois conjuntos se intersectam.
Conseguiram o que sempre pediram: taxas reais negativas. Veja manchete do estadão hoje, inflação supera todos os investimentos no trimestre.
http://economia.estadao.com.br/noticias/suas-contas+brasil,inflacao-supera-investimentos-no-ano,not_60986,0.htm
Eles acreditam que a missão do BC não é parar de imprimir dinheiro, e sim deixar a máquina rodando 24 horas por dia e irem se preocupar com outras coisas. Para que meta então? É uma mudança total no rumo do BC, que efetivamente saiu da frente dos planos políticos do governo, rasgando uma credibilidade adquirida recentemente a um custo elevado.
O IGP-M está em 11% e mesmo o 'core inflation' do BCB se continuar como está chega o final do ano em 10%. Mas aí eles aumentam o salário mínimo em 12% e fica tudo por isso mesmo. Vão empurrando com a barriga até o país quebrar.
Os brasileiros leigos - e bota leigos nisso - ACREDITAM em um governo de picaretas, que obviamente atropelou o BC. Ministros sem nenhuma seriedade como este Sr. Mantega conseguiram o que tanto queriam: que o Brasil e o Real entrassem na 'guerra monetária' onde os governos irresponsáveis e seus eleitores infantilizados se recusam a admitir a péssima situação em que suas nações se encontram, e sem poder encarar a crise de frente, querem desvalorizar e destruir a credibilidade de suas moedas ainda mais rápido do que os seus pares.
Nós não precisávamos disto. Mas o governo sim.
Quando os preços começarem a aumentar, eles vão culpar o mercado, os especuladores, os lojistas, etc. Isto tudo é bem repetitivo, é sempre a mesma coisa. Se bobear vão até colocar o Banco Central e a Fazenda para vigiar preços e microgerenciar o mercado. Aliás, não podemos esquecer o controle governamental sobre o preço da gasolina, que não deixou que o aumento do petróleo chegasse no IPCA. Porque com o reajuste da gasolina o índice já teria batido nos 7%.
26 de março de 2011
Governo quer aumentar IOF em compra no exterior para mais de 6%
"O governo monitora e adota medidas se perceber distorções e excessos", disse ontem o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel.
Distorções e excessos por parte de quem? Porque o governo não cuida de suas contas e nos deixa em paz? Se eles estão com medo de uma vulnerabilidade maior das contas deles por causa dos fluxos externos, porque não equilibram suas contas? Como sempre, eles preferem controlar as nossas.
Parece ser uma medida bastante confusa, porque se desestimulam o consumo do brasileiro no exterior - incluindo aí, não esqueçamos, todo o comércio online com lojas no exterior - como é que o real vai parar de se fortalecer em relação ao dólar? Não é outra das intervenções favoritas do governo?
Aí eles inventam outra medida para 'corrigir excessos', por exemplo, pegando todos estes os bernankinhos que estão entrando a rodo e dando para seus industriais preferidos comprarem empresas no exterior. Aí pode, não é sr. Tulio Maciel?
Mas, enquanto a gente discute, previsão de mais 400 milhões nos cofres do governo, que é o que interessa pra eles.
24 de março de 2011
Austeridade, melhor agora do que tarde.
http://economico.sapo.pt/noticias/30-reaccoes-a-um-portugal-sem-governo_114193.html
Seguem abaixo alguns dos tickers para os títulos de 10 anos de alguns países europeus com problemas. Repare que já pagam juros reais bem acima do que se paga aqui no Brasil. Só não se sabe até quando.
http://noir.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GGGB10YR:IND
http://noir.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GIGB10YR:IND
http://www.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPT10YR:IND
http://noir.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GSPG10YR:IND
http://noir.bloomberg.com/apps/quote?ticker=GBTPGR10:IND
22 de março de 2011
A Vale mais perto de suas origens
Hoje ele foi sabatinado pela Previ, um dos maiores fundos de pensão brasileiros. Como sabemos, o capitalismo tupiniquim é financiado em grande parte pelo cofrinho dos funcionários públicos, com seus volumosos fundos, que são curiosamente gerenciados por pessoas indicadas pelo governo ou por sindicatos através também de pressões políticas.
Por aqui, coisa normal, e não causa nenhum espanto. Assim como não causa espanto um ministro pedindo a cabeça de um executivo de uma empresa privada em uma bandeja.
Não sou especialista em Vale, mas quando esta empresa ainda não tinha começado sua história de sucesso, era mais um buraco de dinheiro público entre os tantos que existem no nosso país.
Uma empresa estatal típica investe não apenas pelo lucro, mas para oferecer emprego em uma determinada região, aumentar a produção de aço, ter o melhor time de futebol do país, e para satisfazer objetivos políticos através do investimento em setores estratégicos.
O lucro e a eficiência são evitados, afinal, porque o objetivo da empresa estatal não é apenas o lucro, e sim produzir 'valor social'. Ou seja, é a tradução em um vocabulo progressista do as pessoas entendem vulgarmente por produção de 'tetas' e 'cabides'.
No final, as empresas estatais investem tanto por outros motivos que acabam por se tornar empresas que apresentam péssimo resultado financeiro. Não é raro que se tornem deficitárias, mesmo operando com baixa competição, e, em alguns casos, mesmo sob monopólio.
Imagine você, o pagador de imposto pagando para a Petrobrás tirar o petróleo da terra ou a Vale para cavar o minério. Inimaginável?
Bom, quando essa estória começou nosso país era mais estatizado do que hoje, e não havia a enorme fome por commodities chinesa. A situação deficitária era normal no setor de mineiração. As estatais produziam algo que, em termos simples, ninguém queria comprar pelo preço que à eles custava produzir. Aí o estado intervia, e enterrava dinheiro público nestes investimentos por causa do 'valor inestimável, etc'.
Aí tivemos a onda de privatizações, este tsunami benigno que mudou as bases economômicas de muitos países na nossa região, que saíram de uma base mais estatista para um sistema misto.
E o que a Vale fez após sua privatização? Começou a desfazer o emaranhado de negócios auxiliares que ocupavam o capital da empresa.
Ninguém no momento sabe quais são os planos do governo para a Vale. Mas acredito que envolvam um retorno às origens, à presença maior da empresa em várias outras frentes em que uma análise financeira diria que seria melhor não investir.
A China como descrevemos em um post anterior vive uma bolha de contrução e investimento em infra-estrutura, o que beneficiou bastante a Vale nos últimos anos. Mas o futuro, ninguém sabe. Talvez quando mais precisará de agilidade e de 'destruição criativa', a Vale se envolverá em um jogo político, tendo que tocar projetos para agradar a seus controladores, ou será apenas usada dentro de um plano estratégico político e econômico.
Assustam, por exemplo, declarações de um funcionário do governo revelando que o governo inveja a Vale por seu poder de barganha com a China. Ou seja, acreditam que este poder estaria melhor neles mesmos, para ser usado como moeda de troca.
16 de março de 2011
Dollar loses its safe-haven status
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Os eventos das últimas semanas revelaram pela primeira vez desde pelo menos o pós-guerra que o dólar perdeu o status de 'safe haven', aquela moeda para a qual todos correm no meio da volatilidade e da incerteza de uma crise. Não apenas o iene, mas também o franco suíço estão fortes em relação ao dólar em níveis jamais vistos. Parabéns, Mr Bernanke!
Dollar breaks record low against the Yen
The dollar today reached new lows against the yen, at some moment being traded at 76.3 yen for the dollar, a level never seen on last decades. Strong money flows are going back in Japan from foreign subsidiaries in order to have adequate cash provisions for the reconstruction, and a possible carry-trade unwinding may be adding to the problem. The yen may strengthen in the short term and experience very high volatility.
Update: The trading conditions were very thin, read more on
http://finance.yahoo.com/news/Japanese-Yen-Breaks-to-Record-fxcm-3753720745.html?x=0&.v=1
The puzzling question is how can Japan afford to keep a strong yen given the weak fiscal position of their government. The BOJ will intervene strongly creating trillions of yens on the next days, there are power shortages to persist in the next months, they will be importing materials for reconstruction, and many producers have suffered damages or shut down their plants to save energy.
We give our best wishes to the people affected by this terrible disaster that killed thousands of people and destroyed homes, factories and essential infrastructure. But while its toll in lives is certainly not comparable to, in financial terms there is an even bigger disaster hanging over Japan, which is the man-made disaster of its government record-high debt.
That debt is unsustainable given the prospects of a shrinking population base. All this was known before the tragedy happened. More than half of the japanese budget comes from rolling the debt. They have big saving rates, of course, and everybody knows that. But when a country pays only around 1% interest and still interest payments represent one third of all tax revenue, you see there is a big problem. A mere 3% interest rate and Japan would be broke, using all its tax revenue to roll its debt. On the japanese case, with domestically funded debt, there would be no other alternative than a massive devaluation on the Yen.
Japan will surely handle this nuclear crisis and the reconstruction after the earthquake. Many economists close to the 'broken window' school of economics even claim this is a big opportunity for recovery. Surely it will be a good opportunity for companies in the building and material sector, but for Japan and for the world the net result is obviously negative.
For they will have to spend what they do not have in order to rebuild what they already had. The nuclear power base is going to be reassessed all over the world, and the alternatives will certainly not be cheaper.
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O dólar hoje rompeu um récorde em relação ao iene, sendo negociado por 76.3 ienes por dólar, um nível jamais visto nas últimas décadas. Podemos observar um forte movimento de repatriação de capital em direção ao Japão, com a remessa das filiais estrangeiras para que as matrizes possam fazer caixa para arcar com custos de reconstrução. Há também uma possível reversão dos movimentos de carry-trade que podem estar se compondo a este problema. O iene pode se valorizar no curto-prazo e experimentar altos níveis de volatilidade.
Mas a grande questão no momento é como pode o Japão manter um iene forte dada a frágil posição fiscal de seu governo. O BOJ irá intervir nas próximas semanas como tem feito, criando trilhões de ienes. Teremos racionamentos e cortes de energia, o Japão estará importando matérias primas para a reconstrução, e muitos produtores sofreram danos ou fecharam as fábricas para contribuir com a economia de energia.
Neste momento fazemos votos de solidariendade à população afetada por este desastre terrível, que matou milhares de pessoas e causou a destruição de lares, fábricas e infra-estrutura essencial para o funcionamento de uma sociedade moderna. Mas se o custo em vidas é certamente imcomparável, o custo econômico pode ser maior ainda graças ao desastre ainda maior feito pelo homem, o desastre das contas públicas japonesas.
A dívida pública japonesa entrou em uma situação insustentável para um país com o quadro demográfico do Japão. Tudo isso é bem conhecido mesmo antes do terremoto. Mais da metade do orçamento japonês vem da rolagem dos títulos da dívida. Eles possuem umas das maiores taxas de poupança do mundo, e todos sabem disso. Mas o problema é que quando um país paga apenas 1% de juros em seus títulos, e mesmos assim isto compromete um terço de toda a arrecadação, temos claramente um problema. Meros 3% de juros comprometeriam a totalidade da arrecadação com o pagamento dos títulos da dívida. E quando um país chega a uma situação destas não há outra saída que não seja desvalorizar fortemente a sua moeda.
O Japão vai certamente contornar os problemas desta crise nuclear e realizar com sucesso um grande esforço de reconstrução após este terremoto. Muitos economistas do estilo 'janela quebrada' até mesmo clamam que isto será uma bênção para a recuperação econômica japonesa. Com certeza será uma oportunidade para empresas de contrução e de materiais, mas para o Japão em geral e para o mundo o efeito final é certamente negativo.
Pois o país precisará gastar o que não tem para reconstruir o que eles já tinham antes da catástrofe. A base nuclear do mundo todo será reavaliada em favor de outras alternativas certamente mais caras.
9 de março de 2011
A falível locomotiva chinesa
Uma das razões para o aquecimento da economia brasileira nos últimos anos é a fome chinesa por commodities. Isso todos sabemos. Para construir, precisam de aço. Para o aço, precisam do minério de ferro, e para isso precisam da Vale e das australianas.
O que a nossa imprensa econômica não enfatiza é que a exemplo de várias outras nações após o estouro da crise econômica, a China entrou em um vasto programa de estímulo na área de construção, com o governo mandando os bancos estatais emprestarem bilhões para os mais diversos projetos de habitação e infra-estrutura. Ao mesmo tempo eles estão tendo problemas de super-aquecimento da economia, de inflação, de explosão do crédito imobiliário, problemas estes bastante familiares com os nossos.
Até se lê um pouco sobre os programas de habitação chineses na imprensa nacional. Sabemos que o governo chinês vem restringindo o crédito. Mas sobre o incomparável programa de construção de linhas de trem de alta-velocidade ainda não havia lido nada.
Precisei de um programa do Discovery Channel, elogiando a alta-tecnologia e eficiência do novo sistema, de um feriado de carnaval e do meu desconfiômetro para analisar a experiência chinesa em infra-estrutura, programas de estímulo, e o caminho mais certo para eles se perderem em seu próprio colapso bancário, inteiramente made in China, com sua tradição bem comunista de comando unificado da economia e controle de bancos estatais, enterrando bilhões em cidades-fantasma e projetos ao agrado dos burocratas do partido.
Muitos ocidentais acham que a China é infalível. Alguns acham que eles inventaram um novo sistema. O ocidente já perdeu a superioridade moral, tecnológica e financeira em parte e ao menos simbolicamente. E o esporte favorito do agora humilde observador ocidental é se curvar ao modelo chinês, tanto por admiração pelo supostamente bem-sucedido modelo de comando-e-controle quanto pelo mesmo motivo que os europeus se curvavam aos pés dos imperadores da dinastia Ming, para conseguir concessões e favores dos novos imperadores.
Os americanos tem suas agências estatais de fomento à habitação. Os europeus tem seu falido sistema de bem-estar-social. Os brasileiros tem seu INSS e seu BNDES, suas empresas estatais e para-estatais, que cada vez mais engloba todas as restantes. E os chineses tem seus bancos estatais, seus governos locais se endividando até não poder mais e seus programas de estímulo, investindo em novos brinquedinhos, trens de alta-velocidade, provavelmente já entre os mais avançados do planeta.
Se para algumas coisas o processo decisório das democracias deixa a desejar, para outras ela é uma bênção. O projeto do trem-bala no Brasil foi imediatamente atacado pela imprensa e pela oposição, porque, afinal de contas, não tem cabimento construir uma linha que custa 60 milhões por kilômetro para servir de cartaz de propaganda do governo, enquanto nossas estradas e aeroportos precisam de investimento. Os projetos caem no emaranhado da fiscalização do tribunal de contas, permissões ambientais, que se resolvem com a troca de favores e a pressão do governo. Como o nosso país afinal não é tão democrático assim, o projeto eventualmente prossegue. Só que a China é bem menos democrática que o Brasil, e sequer as críticas são toloradas. A coisa lá se resolve em uma canetada e para o bem ou para o mal não há muita discussão possível. E por isso por lá não apenas uma linha foi construída, mas muitas, todas esperando por passageiros.
Só que neste caso em particular a agilidade é pior para eles a longo prazo. Porque estão erguendo a um custo elevado infra-estrutura que não será usada por muitos anos, com o simples propósito de manter a economia a todo vapor, para manter o comando sobre a população, evitando revoluções e o descontentamentos semelhantes aos que eclodem no oriente médio. O autoritário regime chinês provavelmente precisa de uma alta taxa de crescimento apenas para manter o status-quo.
O passageiro das linhas de alta-velocidade deve ter um poder de compra elevado, deve ser um profissional de alto-valor, bem empregado e que tem como pagar o prêmio envolvido no transporte de alta-velocidade. O profissional paga 50 Euros no bilhete porque para ele uma hora a mais faz diferença. Para quem esta diferença não é tão grande, é possível esperar pelo próximo trem e pagar menos. É assim na Europa, que tem uma grande parte da população com renda suficiente para pagar esse preço extra, logo há um número de empresas de trens de alta-velocidade.
Não é assim no Brasil, e muito menos na China. A expansão de uma rede de trens de alta-velocidade é um destes projetos que jamais foi realizado no intuito de realmente dar lucro e ser sustentável, e sim com o intuito de deslumbrar a população, proporcionar contratos para empresas chinesas, muitas oportunidades de corrupção e de negócios. No final quem vai ficar com a conta são os governos locais da China, que vão dar o calote nos bancos estatais, e, no final, como sempre acontece, o governo de Beijing que aparentemente não tinha nada a ver com isso vai precisar usar seus muitos bilhões de reservas para resolver uma enorme crise financeira interna, inteiramente made-in-China.
No médio prazo a locomotiva chinesa continua forte, puxando a demanda por commodities no rastro de programas estatais de estímulo à economia. Mas este e outros desequilíbrios vão continuar aumentando, até a locomotiva chinesa começar a descarrilhar.
Ao menos eles possuem recursos o suficiente para um resgate de seus bancos. Acredito que ao longo prazo tendem a se consolidar na liderança global. Mas também terão seus tropeços, e ao cair mandarão grandes ondas de choque tanto para os países produtores de commodities como para os EUA, cujos títulos formam a base das resevas chineses.
http://en.wikipedia.org/wiki/High-speed_rail_in_China
3 de março de 2011
O fim do desenvolvimentismo está próximo
Linhas de crédito que disponibilizam para as empresas brasileiras taxas abaixo da inflação para a compra de equipamentos, expansão de fábricas e outros projetos. O governo bem que tenta o discurso da austeridade. Mas nossa realidade econômica hoje não se sustenta sem estímulos artificiais. O surto desenvolvimentista que tomou o país é um pouco melhor do que o insustentável subsídio americano à habitação que gerou o subprime, porque por pior que seja a qualidade do gasto estatal, ao menos é um gasto em produção. Mas também isso não o livra das mesmas distorções.
Com uma economia completamente viciada nestes estímulos artificiais, o prospecto para as empresas brasileiras nos próximos meses é de grande euforia e forte crescimento. Porém um crescimento de má qualidade, com alto custo pelo benefício e que custará bastante caro no futuro, com a saturação dos mercados anos lá para a frente, sem nem entrar no problema da pressão inflacionária que já se faz sentir agora mesmo.
Um belo dia o tesouro não terá mais 50 bilhões para renovar os programas de estímulos artificiais. Um belo dia empresas brasileiras terão que conquistar mercados e fazer uma venda sem subsídios, e competindo com o mundo todo de igual para igual, sem contar com uma das maiores barreiras tarifárias do mundo. Terão que conquistar mercados externos para recuperar a desaceleração do mercado intero, e o terão de fazer baseados exclusivamente no mérito e no custo-benefício de seus produtos e descobrirão que suas vendas serão uma fração do que foi nos anos de estímulos, nos anos em que 'o melhor banco do mundo' estava operando em velocidade máxima.
Descobrirão que há pouca demanda externa para produtos industriais brasileiros, em geral caros e de qualidade pior. O mercado interno se retrairá, haverá cortes de produção, redução de investimentos, projetos inacabados, muitas demissões, o que retro-alimentará o quadro negativo para as contas nacionais em outras frentes, como o aumento do gasto com seguro-desemprego, e a perda por parte dos órgãos estatais dos recursos do FGTS.
Um belo dia - nada distante - não haverá mais como cobrir déficits da previdência, aumentar SM, aumentar Bolsa-Família e o bolsa-empresário do BNDES, tudo ao mesmo tempo e em progressões geométricas. Caminhamos para um quadro de total falência das contas públicas, e o governo aparentemente sabe disso e busca minimizar o impacto e tentar desarmar este mecanismo, antes que aconteça e promova uma versão tupiniquim do que acontece no mundo árabe. A perda do controle do governo sobre a sociedade é o pior que pode ocorrer para qualquer governo, especialmente este, que provavelmente não planeja se aposentar tão cedo.
Entretanto isto é que pode acontecer, a menos que da cartola do governo periodicamente saiam centenas e centenas de bilhões para cobrir todas estas demandas, ano após ano. Não parece ser o caso nem mesmo agora, já que o BNDES está sendo capitalizado com ações da Petrobrás.
28 de fevereiro de 2011
A punhalada Líbia
'Coronel, o exército nos abandonou'.
Esses traidores. Ainda bem que contratamos mercenários. Não precisamos deles.
'Coronel, os rebeldes tomaram os poços de petróleo e as empresas de petróleo abandonaram suas instalações. Nossos recursos esão acabando'.
Malditos capitalistas. Reclamam quando nacionalizamos a propriedade deles e a abandonam quando aparece qualquer probleminha. Mas isso não importa, vai ser melhor sem eles.
'Coronel, a situação é pior ainda. Os rebeldes estão armados e a poucos quilômetros da nossa base.'
Isto também não é importante. Você não entende? Uma guerra se ganha hoje em dia com diplomacia. Precisamos continuar pressionando as nações amigas para que nos apóiem moralmente. Qual é a nossa posição no cenário internacional?
'Coronel, más notícias. Nossos antigos aliados estão dando declarações contra o nosso governo. E, o pior, Coronel...'
Fale logo!
'Coronel, fomos expulsos do conselho de direitos humanos da ONU!'.
Inconsolável e magoado com esse golpe mortal, o coronel recolhe-se a sua tenda.
21 de fevereiro de 2011
Primeiros malabarismos fiscais
A maneira encontrada desta vez, que deveria dar arrepios no pessoal da esquerda, se os mesmos entendessem algo de finanças, foi repassar a estes bancos ações da petrobrás e eletrobrás para que possam ser vendidas no mercado ou dadas de garantia.
Se o governo então tiver grana, compra de volta estas ações. Mas se o pior acontecer estas ações vão ser liquidadas, o que significa uma diminuição da fatia estatal na Petrobras. Isto coloca um risco de baixa de preço na petrobrás se Caixa e BNDES e Gov. federal tiverem problemas de caixa nos próximos anos, o que parece uma boa aposta.
E o pessoal anti-privatização? Ah, esses estão bem contentes com as atuais 'boquinhas', e celebram mais este avanço do governo Dilma.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=2&id_noticia=147795
17 de fevereiro de 2011
Efeitos colaterais dos aumentos reais no salário mínimo
A constituição de 88 entre outros problemas a longo prazo para o país estipulou que o SM serve para indexar o programa de auxílio a quem jamais contribuiu no sistema de previdência. Isto não é pensão, mas sim caridade estatal (LOAS), e deveria ser sujeita a outros critérios e reajustada de acordo com as possibilidades, e não indexada. É uma quantia bastante elevada, mesmo comparando com a quantia equivalente oferecida em países da Europa.
A outra distorção é o aumento do valor mínimo das pensões do INSS. O camarada pagou 300 R$, mas recebe 500 R$, obviamente não há possibilidade alguma de um sistema desses absorver sucessivos aumentos reais do SM. Como os pensionistas do INSS sabem bem, se a sua pensão é acima de 1 SM os reajustes não são automaticamente indexados ao SM, assim como na economia real o SM não faz diferença para aquelas áreas acima do SM, e apenas serve para destruir vagas formais de emprego abaixo do SM. Qualquer economista sério sabe o efeito do SM na economia, e porque os sindicatos curiosamente se preocupam tanto com ele, já que seus membros ganham acima do SM.
A famosa frase do Samuel Pessoa eu leio assim: se me dissessem há 14 anos que o Brasil ia entrar na bolha econômica mundial e ia poder pagar por tudo isso durante algum tempo, eu também não iria acreditar. O governo Dilma está obviamente limpando o lixo tóxico que o chefe deixou e se preparando para o pior. Porque o Brasil seria apenas mais um país em crise fiscal caso sejamos surpreendidos pelos desenlaces da crise mundial, caso nada seja feito agora. E eles sabem que nessa situação a popularidade despenca tão rápido quanto subiu.