17 de fevereiro de 2011

Efeitos colaterais dos aumentos reais no salário mínimo

“Se me dissessem há 14 anos que o salário mínimo iria dobrar em termos reais e que a taxa de desemprego ia cair de 15% para 7%, eu não ia acreditar” Samuel Pessoa

A constituição de 88 entre outros problemas a longo prazo para o país estipulou que o SM serve para indexar o programa de auxílio a quem jamais contribuiu no sistema de previdência. Isto não é pensão, mas sim caridade estatal (LOAS), e deveria ser sujeita a outros critérios e reajustada de acordo com as possibilidades, e não indexada. É uma quantia bastante elevada, mesmo comparando com a quantia equivalente oferecida em países da Europa.

A outra distorção é o aumento do valor mínimo das pensões do INSS. O camarada pagou 300 R$, mas recebe 500 R$, obviamente não há possibilidade alguma de um sistema desses absorver sucessivos aumentos reais do SM. Como os pensionistas do INSS sabem bem, se a sua pensão é acima de 1 SM os reajustes não são automaticamente indexados ao SM, assim como na economia real o SM não faz diferença para aquelas áreas acima do SM, e apenas serve para destruir vagas formais de emprego abaixo do SM. Qualquer economista sério sabe o efeito do SM na economia, e porque os sindicatos curiosamente se preocupam tanto com ele, já que seus membros ganham acima do SM.

A famosa frase do Samuel Pessoa eu leio assim: se me dissessem há 14 anos que o Brasil ia entrar na bolha econômica mundial e ia poder pagar por tudo isso durante algum tempo, eu também não iria acreditar. O governo Dilma está obviamente limpando o lixo tóxico que o chefe deixou e se preparando para o pior. Porque o Brasil seria apenas mais um país em crise fiscal caso sejamos surpreendidos pelos desenlaces da crise mundial, caso nada seja feito agora. E eles sabem que nessa situação a popularidade despenca tão rápido quanto subiu.

Nenhum comentário: