30 de março de 2012

Operação maré vermelha chega ao Oceano Índico

Uma separação amigável

Em meio a desaceleração industrial, Brasil e Índia buscam desestimular o comércio predatório.

Após participar da Quarta Cúpula dos Brics, esta semana, em Nova Déli, a presidente Dilma Rousseff encerra a viagem à Índia com uma série de encontros com líderes políticos e empresários indianos, que tem entre os principais objetivos assinar um acordo de defesa comercial mútua entre os dois países.

Em 2011, o comércio bilateral entre Brasil e Índia chegou a US$ 9,2 bilhões, pouco abaixo da meta de US$ 10 bilhões, um desempenho considerado péssimo pelo governo, e explicado pelos efeitos da crise financeira internacional.

-É inaceitável que produtos indianos entrem no mercado brasileiro para competir com os nossos produtos. Por outro lado, o governo indiano reclama que o mesmo acontece com produtos brasileiros, que fazem a rota oposta, evadindo o controle sobre a evasão dos nossos produtos e invadindo a Índia. Nos comprometemos com o governo indiano em estabelecer um cronograma de proteção comercial mútua que acabe com esta verdadeira barbaridade.

A nova meta agora deve ser a de zerar este fluxo comercial até 2015.

Os principais produtos exportados pelo Brasil para a Índia são minério de ferro, soja, açúcar e carne de frango. O Brasil tem comprado da Índia óleos derivados de petróleo, ceras minerais e produtos químicos orgânicos.

Com este resultado, ambos os países ficam em uma situação de dependência cruzada, e não se desenvolvem as commodities na Índia bem como não se desenvolvem os derivados de petróleo e produtos químicos no Brasil.

O governo do Brasil tem o interesse que o minério de ferro permaneça em território nacional e seja transformado em aço. O açúcar já foi alvo de projetos visando diminuir sua exportação, porque ao exportar estas divisas ao exterior é o país todo que fica mais pobre, e sem etanol.

A indústria química brasileira também objeta que sem um plano nacional para o setor, com vasta concessão de subsídios à produção química no Brasil, o setor não conseguirá competir com a produção indiana. O plano já teria conseguido o aval do ministro Guido Mantega.

Por outro lado, outros técnicos do governo consideram que os derivados de petróleo indianos são necessários ao país até que a Petrobrás se torne auto-suficiente no setor de derivados, fato que já foi obtido pela empresa repetidas vezes.

- A Petrobrás, orgulho da nação brasileira, já venceu várias vezes o desafio da auto-suficiência. Não pouparemos esforços até que o Brasil obtenha este troféu mais uma vez. Vamos ser pentacampeões em auto-suficiência! - disse a presidenta.

A Índia também objeta à exportação destes derivados argumentando que são frutos do sagrado subsolo indiano, que neste país devem ser aproveitados, para erradicar a pobreza e promover o crescimento econômico equitativo.

Os chefes de estado apertaram as mãos celebrando este acordo histórico que abre caminho para uma futura retirada diplomática da Índia no Brasil e vice-versa.

- Nós nunca entedemos mesmo as piadas de futebol do seu presidente anterior. Nosso esporte nacional é o críquete. Não temos nenhum interesse em novelas brasileiras filmadas na Índia. Buscamos apenas corrigir uma situação que foi criada pela ganância das potências européias séculos atrás, e que jamais deveria ter acontecido.

Foram unânimes ao criticar, com o auxílio de seus tradutores oficiais, o grupo dos países ricos, que juntamente com a China " ... continuam com sua agressiva guerra comercial, destruindo nossas atividades econômicas e nos empurrando produtos à preço de banana", fruto que ambas as nações clamam a invenção e os direitos comerciais, mas que na verdade surgiu no sudeste asiático.

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+geral-economia,em-meio-a-desaceleracao-industrial-brasil-e-india-buscam-estimular-comercio,107944,0.htm

3 comentários:

Anônimo disse...

(...)A nova meta agora deve ser a de zerar este fluxo comercial até 2015.(...)

Eu realmente li isso??? É, cada povo tem os governantes que merece...

Julek disse...

É uma paródia, porque por um lado eles falam em estímular o comércio, e por outro trabalham exatamente para que isso não aconteça. O link da notícia verdadeira está no final. Abraços.

Julek disse...

O setor de construção civil não entrou no Plano Brasil Maior porque, conforme o secretário, se trata de um produto não negociado no exterior. "Não importamos prédio da Índia", ilustrou.

Viram, já está dando resultado.