Não é prudente um estado misturar seus negócios com os de uma empresa de petróleo. O mais previsível seria uma 'vista grossa' por parte do estado em deslizes ambientais, ou uma total mistura entre o passivo da empresa e o orçamento público. Ou, mesmo quando tudo dá certo, há uma mistura cada vez maior entre o caixa da empresa e projetos de estimação dos políticos que controlam a empresa, com uma progressiva ênfase no 'rent-seeking' e na política e cada vez menos na área técnica que deveria ser o foco da empresa. É um pouco como se a máfia resolvesse deixar de cobrar proteção e resolvessem eles mesmos administrar os restaurantes e dar palpites nos negócios dos seus 'protegidos'.
Por outro lado não parece sensato permitir a operação de empreendimentos deste porte sem que exista a cobertura de seguradoras, o que encareceria ainda mais estes empreendimentos, e provavelmente os migrariam para países onde há forte controle estatal, e um estado controlado por um partido mafioso ou uma família real exploram o petróleo como monopólio particular, sem muita preocupação com possíveis problemas ambientais, já que são donos do país inteiro.
Já nos EUA, com outra rede de interesses em ação, Obama usa o episódio para empurrar a agenda picareta dos 'combustíveis alternativos', que quando colocados na ponta do lápis, jamais são competitivos sem o subsídio estatal, tão desejado. Os americanos trocaram uma rede de poder ligada ao petróleo por outra, não menos danosa, ligada à picaretagem verde.
Não é possível viver sem riscos. O mercado de seguros existe justamente para gerenciar estes riscos de forma racional, com compensações proporcionais aos danos causados. Se quando calculados todos estes riscos o petróleo custar muito caro, paciência. Este seria o custo verdadeiro com um desconto razoável no longo prazo. E aí é capaz dos combustíveis alternativos realmente tomarem espaço, por vantagens próprias.
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