23 de agosto de 2010

Armínio Fraga dá sua visão sobre os dilemas do BNDES

Ele enfatiza que os grandes financiadores de dívida de longo prazo por natureza devem ser os grandes fundos de pensão privadas. Porque há um casamento perfeito entre ativos e passivos de longo prazo.

Só que isto envolve fazer o que deveríamos ter feito: reforma da previdência, antes que a pirâmide fique maior ainda. O setor de pensões complementares ainda é pequeno. O modelo já foi implementado em vários países. Os dois sistemas vão ter que conviver por umas décadas, e esta conta vai continuar pesando no tesouro.

Ele também vê grande semelhança entre a estratégia desenvolvimentista atual e a do governo Geisel. Meia dúzia de empresas grandes recebendo crédito subsidiado. E completa provocando: qual é o benefício social de um modelo como esses? Quantas destas empresas se firmaram? Essa concentração de recursos não aumenta ainda mais as desigualdades econômicas?

E faz também a ótima sugestão de tirar o controle dessa grana toda da mão do CODEFAT - órgão controlado por sindicalistas e pelo governo - e colocar no orçamento público, onde melhor pode ser avaliado o trade-off entre tirar verba da educação e saúde para subsidiar determinadas áreas industriais ou empresas.

A existência destas contas-satélites do estado brasileiro, mas sem o mesmo controle público que existe no orçamento, é um problema sério - e faz a alegria dos nossos políticos.

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