27 de janeiro de 2010

Um outro mundo é possível

Distribuição do kit de higiene
Tentativa de controlar os esquerdistas ávidos por possuir o kit.
Fila reuniu milhares de militantes no Parque Carobobo.
Momento do saque.
Esse é o lema do Fórum Social Mundial que está sendo realizado em Porto Alegre (RS), mas que não tem nenhuma chance de ser alcançado. Os próprios participantes são responsáveis por isso. Eles fazem parte daquele tradicional grupo de chantagem social formado por ONGs, MST, Sindicatos, movimentos sociais... Um outro mundo seria só para eles, evidentemente. Por exemplo, eles vão aproveitar o Fórum para protestar contra a morte de dois estudantes em Caracas em manifestações contra o Chávez? Farão passeatas contra as restrições a liberdade na Venezuela? Evidentemente que não. O mundo que eles lutam, é um mundo sem liberdade de expressão, sem liberdade de imprensa. É um mundo de tipos sorrateiros como esses chantagistas sociais, que defendem interesses de grupos privilegiados em detrimento dos demais.
Quando estive em Caracas em 2006, tive outros exemplos de que esse outro mundo social é impossível. No Parque Carabobos, onde estavam hospedados os chantagistas, havia uma distribuição de um kit básico de higiene para os acampados. Por causa disso, uma longa fila com milhares de pessoas se formou. Mas uma boa parte não era de acampados, mas participantes do Fórum que queriam porque queriam TER, POSSUIR, este souvenir. Com a longa espera na fila proporcionada pela perda de tempo em explicar aos não acampados que eles não teriam direito ao kit, a confusão foi aumentando até que os chantagistas, acampados ou não, partiram para o saque generalizado (fotos acima).
Um outro exemplo, foi do grupo de brasileiros que viajaram comigo. Ao passarem pela imigração cantarolavam “ah, uh, Chávez non se vá”, “ah, uh, Chávez non se vá”, em seguida fomos recepcionados por um bolivariano uniformizado de chavista, nesse momento os chantagistas socias mostraram a sua verdadeira cara. O militante chavista orientou a todos a fazer o câmbio na agência oficial do estado para colaborar com o ideário bolivariano. Os brasileiros, “ixpertos”, foram se dispersando silenciosamente e compraram dos cambistas. O único a comprar na agência foi eu, o penetra do Fórum, pois havia sido alertado por um empresário no avião sobre a falsificação da moeda.
Ainda sobre os brasileiros, no dia seguinte encontrei o grupo ainda perambulando com as malas no meio do Fórum. Eram os únicos participantes de todo o Fórum, com gente de todo o mundo, que não tinham conseguido uma hospedagem. E nesse grupo tinha sujeito que foi, posteriormente, candidato a deputado, além de outros líderes de movimentos estudantis ligados a partidos de esquerda. No meu caso, já tinha assegurado um pouso na casa de um médico via internet. Mas os esquerdistas brasileiro, metidos a “ixpertos”, acharam que podiam resolver isso chegando no Fórum. Mas o pior ainda estava por vir, muitos deles, nem havia terminado o Fórum, viajaram para a Isla Margarita. O único que foi assistir um discurso do Chávez, visitar as missiones, as escolas bolivarianas, as rádios bolivarianas... fui eu, o penetra.
Com essa gente, um outro mundo não é possível.

Um comentário:

Julek disse...

Isso é que é jornalismo, hein? Uma baita estória. No coração do bolivarianismo...

Figurinha repetida no FSM, Emir Sader atacou as ONGs de fachada, que tem tomado o lugar dos 'movimentos sociais', e que só se multiplicaram com o governo Lula.

Ele não se tocou ainda que o FSM virou um evento oficial do governo? Socialismo de brasileiro 'ixperto' é isso aí, fundar uma ONG para desviar recursos públicos em nome do social.

Em um momento delirante, Sader aponta uma luz de esperança na ... Bolívia. Talvez por lá um outro mundo seja possível...

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,idealizador-do-forum-defende-papel-secundario-para-ongs,501814,0.htm