26 de junho de 2012

A culpa, como sempre, é do imperialismo ianque


A ala infantil-conspiracionista da esquerda latina - aquela mesma massa de manobra que não entende questões complicadas e é manipulada por chavões e por teorias conspiratórias fabricadas por meia dúzia de partidos radicais de esquerda - se convenceu agora que o golpe do Paraguai foi obra da ... Monsanto!

É claro que uma multinacional como a Monsanto na cabeça deste pessoal perde o sono pensando na grande pátria paraguaia. O governo americano, na verdade de esquerda e decerto sem nada para fazer também não para de pensar no golpe que foi completamente interno e pegou a todos os observadores de surpresa.

Enquanto observadores honestos tem pouco para comentar, sem antes admitir que não estavam a par dos desenvolvimentos no país vizinho, a ala infantil-conspiracionista não tem problemas em acreditar nos contos-de-fadas improvisados, escritos às pressas pela rede de desinformação de partidos radicais.

A lógica da esquerda radical é aquela mesma dos partidos nazistas - a criação de mentiras que alvejam grupos que vão tomar pancada sem revidar, e criação de mitos que se espalham tão rapidamente quanto mais mirabolantes forem.

A situação no Paraguai expõe interesses conflitantes. Um governo ladeira abaixo que perdeu apoio de parte da esquerda. Obviamente detestado pelos agricultores por sua  exploração política da questão agrária. 


Lugo por exemplo era odiado pela maioria de agricultores brasileiros, que por serem estrangeiros e proprietários de terra obviamente são vítimas naturais desse processo. 

Estes sim, tinham bem mais que se preocupar do que a Monsanto, que é diversificada, tem clientes no mundo todo e certamente não é a Stratfor e não é de sua área de expertise acompanhar os desenvolvimentos políticos do mundo inteiro, muito menos interferir.

Mas esta empresa se tornou um bicho-papão e uma frequente vítima de teorias conspiratórias que objetivam trazer o apoio do novo jardim-de-infância - ambientalistas fanáticos, sem ciência e sem bom senso, ridicularizados por George Carlin e bastante disputados pelos partidos órfãos do comunismo.

O rápido apoio à um Lugo pego de surpresa e sem nenhuma sustentação política nos mostra que este presidente não era mais que um fantoche regional. O governo da Venezuela foi o mais enfático, chegando a suspender exportações de petróleo - como se a Chávez estivesse doando alguma coisa, e o país estivesse em condições de dispensar receitas. O sinal é claro - acontecesse novamente um impeachment no Brasil, só que desta vez desfavorável a eles, mesmo que cumpra os procedimentos será tratado como golpe de estado.

Agora esperamos apenas que a presidente Dilma boicote a compra da energia da metade paraguaia da Itaipu para completar a estupidez. Obviamente que não vai acontecer. A esquerda brasileira tem sua ala conspiracionista. Esse pessoal é bom para fazer barulho e espalhar ignorância, mas não pode-se deixar as crianças tomarem conta da casa.

Nossos soberanos, assim como a Monsanto, tem bem mais o que fazer. Latem mas não mordem.

25 de junho de 2012

Tudo normal até quando não está

Hoje está sendo um dia péssimo para o mercado por vários motivos - e o dia nem terminou ainda.


Na Europa, o primeiro-ministro recém empossado da Grécia teve que ser internado no final de semana e após um piripaque o secretário de finanças pede demissão. Parece piada mas não é. Já a próxima hipótese é a especulação do mercado: os dois devem ter repassado juntos os números do estado grego e esta atividade deve lhes ter causado graves problemas de saúde.


Aqui no nosso fazendão a estratégia como sempre é esconder o problema e fazer de conta que não é com você. A Petrobras naufraga visivelmente. O país está sem rumo, preso a uma agenda populista e ilusória, com data para terminar.


E para mostrar que não é exclusividade de governo a falta de transparência nacional, uma grave pane no sistema do Bovespa não é noticiada oficialmente. O sistema fora do ar por horas.


Mas segundo o Bovespa, tudo normal. E enquanto o Twitter do Bovespa cuspia apenas mensagens de propaganda e nenhum esclarecimento. Para eles aparentemente isso não era importante, pois o sistema principal funcionava normalmente. 


Tanto em um caso quanto no outro a estratégia parece ser negar problemas e distribuir mensagens tranquilizantes à população enquanto os capitães fogem no último bote salva-vidas.


Por causa destas semelhanças culturais não tive problemas para entender algo bizarro para os Europeus: No auge da crise grega, com a Troika por cima deles e vigilância do mundo inteiro sobre o a crise fiscal grega, governos locais deram um jeito de aumentar as contratações de funcionários públicos por baixo dos panos.


Todo mundo reclama mas, furado ou não, todo mundo quer estar dentro desse bote.