30 de novembro de 2009


Filme: O Homem de Mármore (Czlowiek z marmuru, Polônia, 1977)

O diretor Andrzej Wajda é um dos mais conhecidos cineastas poloneses, e fez carreira como cineasta em um período difícil, onde nem sempre era possível dizer as coisas claramente, por causa da censura do regime comunista. Filmes realizados nestas circunstâncias são sempre filmes difíceis. São filmes cifrados.

Uma grande peripécia de Wajda foi a realização deste filme subversivo, 'O Homem de Mármore', nos anos finais do regime comunista.

Apesar da relativa abertura, o regime estava podre, e prestes a desmoronar por causa da pressão social que culminou no movimento Solidarność de Gdańsk. Entretanto, ainda tinha forças para banir e perseguir quem quer que investigasse eventos desconfortáveis sobre a história recente do país.

Wajda teve muitos problemas por causa deste filme e sua continuação, 'O homem de ferro'. Foi perseguido, preso, e eventualmente precisou deixar o país. Que estes filmes tenham sido realizados na condição em que foram, é algo impressionante.

Este filme conta a estória de Agnieszka, uma cineasta rebelde da nova geração polonesa. Esta cineasta está determinada a contar a estória de Birkut, um operário que teria sido alçado ao status de celebridade pelo regime comunista nos anos 50.

Vemos várias imagens de propaganda oficial, que contam a estória deste lendário operário que era capaz de enfileirar milhares de tijolos em apenas algumas horas, e era exibido pelo país afora como exemplo de fervor revolucionário.

Birkut é explorado pela propaganda como modelo, e sua estátua é colocada em praça pública. Sua imagem pendurada em frente do ministério da produção. Ele passa a gozar de prestígio e reputação. Até um dia ser retirado misteriosamente de cena.

A verdadeira história de Birkut é contada através de entrevistas, e de filmagens descartadas pelo governo, que Agnieszka vai arrancando dos arquivos oficiais, com seu método investigativo tão sutil quanto uma tropa de choque.

Birkut tem uma instinto contestador, e se revolta com sua condição de fantoche. Responde com linhas fora do script. Estraga as filmagens com suas demandas.

E, pior ainda, ele mesmo passa a acreditar na imagem mentirosa de 'herói proletário'. Ele passa a ser um porta-voz dos problemas sociais de Nowa Huta, a vila socialista erguida como cidade-modelo por Birkut e seus parceiros. O herói fabricado passa a ser um herói de verdade, e isso vira um grande problema para o regime linha-dura dos anos 50.

Os esforços de Agnieszka também espelham a estória principal, pois este filme também vira um problema para o regime em sua versão posterior mais aberta.

Não digo mais para não contar mais sobre a estória. O filme é um pouco 'cult' demais, mas vale à pena conferir.

24 de novembro de 2009

Liberalismo Clássico versus Anarcocapitalismo

No dia 18 de novembro, foi publicado no site do Instituto Mises Brasil, um artigo muito interessante sob o título de: Liberalismo Clássico versus Anarcocapitalismo.
O autor, Jesus Huerta de Soto, professor da Unversidade
Complutense de Madri, é o principal "representante"da Escola Austríaca na Espanha. No artigo, ele trás uma crítica ao liberalismo clássico e mais, ele afirma que o anarco capitalismo "(...) acaba se revelando o único sistema verdadeiramente viável e compatível com a natureza humana."

Para acessar na íntegra o artigo, segue abaixo o link do site.
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=482

22 de novembro de 2009

Gestor vê retrocesso na economia

Segue ótimo artigo do Estadão com Luís Stuhlberger, da CSHG, que critica deterioração fiscal, populismo, assistencialismo e perda de competitividade
Considerado um dos melhores – senão o melhor – gestores de recursos do Brasil, Luís Stuhlberger, da Credit Suisse Hedging- Griffo (CSHG), está muito preocupado os rumos da política econômica. Ele acha que o País está num quadro de “contínua deterioração fiscal, populismo, assistencialismo e perda da competitividade”. Esses são termos que Stuhlberger usou num relatório recente, com o nome de A angústia clássica de um gestor/Brasil: Deterioração de Fundamentos X Market Timing. O documento aborda o contraste entre a euforia dos investidores internacionais, que estão “in love com o Brasil”, e a visão de Stuhlberger de que “a crise internacional serviu como justificativa para o governo cometer vários retrocessos que afetam a consistência da nossa política macro”.
As suas críticas dirigem se basicamente ao expansionismo fiscal, especialmente nos gastos correntes, e a tendência de maior intervencionismo estatal na economia.
(...) Uma preocupação da equipe econômica é que Stuhlberger é considerado muito influente no mercado financeiro nacional. Para ele, “os mercados teimam em ignorar todos esses sinais, concedendo um waiver (perdão) gigante para as decisões equivocadas do governo”. “A a bundância de liquidez internacional e o elevado grau de confiança que o Brasil conquistou nos últimos anos contribuem para essa atitude leniente dos investidores em relação aos últimos passos da política econômica.”
Uma das grandes preocupações do gestor é o que ele chama de “política para fiscal”: a expansão de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e dos demais bancos públicos, empurrada por empréstimos do Tesouro.
(...)
Mas ele considera preocupante que o governo sinalize novos repasses para o BNDES e para a Petrobrás, que totalizariam mais R$ 200 bilhões. Essas capitalizações ainda por vir farão com que a dívida bruta do setor público, segundo os cálculos do gestor, salte para 70% do PIB, bem acima da média de 43% dos emergentes.
No relatório, Stuhlberger critica também os reajustes ao funcionalismo federal no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os quais considera “totalmente fora da realidade”. Ele menciona que o aumento real do funcionalismo federal variou de 12,1% a 61,8% de 2002 a 2009, ao mesmo tempo em que o salário médio da economia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve ganho médio anual de 0,4%.
Já os chamados “pagamentos diretos a pessoas”, que incluem a despesa de pessoal, Previdência, seguro-desemprego e benefícios assistenciais, subiram de 73% para 79% dos gastos totais do governo de 2002 a 2009. Aquele termo foi criado pelo economista Raul Velloso para caracterizar os gastos do governo que consistem simplesmente em transferir dinheiro para indivíduos. Para Stuhlberger, aquedado superávit primário em 2009 é permanente (ele prevê 1,5% do PIB em 2010). Outra preocupação do executivo da CSHG é o baixo nível de investimentos do setor público brasileiro, que atingiu apenas 5% dos gastos totais em 2008 (...). Ele menciona um levantamento do Banco Mundial e de vários economistas, que coloca o Brasil em último lugar em termos de investimentos como proporção do gasto público (...). Para o gestor, a combinação de aumentos de gastos correntes permanentes e baixo investimento público – que chama de “keynesianismo tropical”– leva a um “equilíbrio com taxa de juros mais alta e investimento mais baixo, o que reduz nossa perspectiva de crescimento”.
Notando que o crescimento médio do Brasil ainda não se compara com o de outros países que viraram casos de sucesso internacional, o relatório critica também o marco regulatório do pré-sal, os projetos de fortalecer a Eletrobrás e a Telebrás e as investidas do governo contra a Vale do Rio Doce.
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/11/09, de Fernando Dantas.

A 'sociedade organizada' contra a mídia

O Victor me havia alertado que estava em curso mais um assalto de organizações simpáticas ao governo na organização de uma 'nova regulação' para a mídia no país.

Hoje estava lendo o boletim do Instituto Federalista, e encontrei este link na página de Nivaldo Cordeiro explicando muito bem o que está sendo discutido e por quem.

A mesma estória de sempre: um amontoado de siglas controladas por movimentos de esquerda, dizendo representar 'a sociedade organizada', financiadas por organizações internacionais de esquerda, buscando a 'democratização da mídia', o que no newspeak deles é é algo extremamente perigoso.

Confira no link abaixo

As propostas são um pacote indigesto. Pedem o 'fim do monopólio e oligopólio' privado no setor, e pregam que os meios de comunicação deveriam ser isso e aquilo e ter cota para isso e aquilo e ajudar a sociedade a corrigir isso e aquilo...

A solução de todos estes problemas passam por mais 'controle social', o que obviamente não é exercido pela dona Maria mudando de canal, mas sim pelo ESTADO, legítimo representante de todas as donas Marias, e aparentemente segundo a crença deles, representante dos anjos e de Deus na terra.

Veja o trecho de um panfleto de mobilização de um destes congressos:

O que a Conferência de Comunicação tem a ver com você? Quando assistimos televisão ou ouvimos o rádio não sabemos que qualquer canal só pode veicular determinado conteúdo porque tem uma concessão pública. Mas o que significa ser uma concessão pública? Significa que os canais de televisão e rádio pertencem ao povo brasileiro e que para que uma empresa queira explorá-lo comercialmente precisa de autorização do estado, que é quem toma conta dos bens coletivos do povo.

Ou seja, a esquerda autoritária não questiona os mecanismos de controle de imprensa instituídos no Brasil pelos autoritarismo de governos anteriores. Não! Parece evidente para eles que meios de comunicação precisam ter concessão pública! Como poderia ser diferente???

E deve ser controlada por eles, obviamente, em nome da coletividade. É um canal para mim, um para ti, um para o 'ribeirinho' e tudo pago pelo 'barão da mídia', que tem seu conteúdo vigiado por nós.

Enquanto em outros países se discute privatização de banda, e não o conteúdo transmitido por essa banda, aqui se discute qual é a lavagem que vai lavar a cabeça dos brasileirinhos por meios de legislação.

Impressionante como essa gente não desiste nunca. Já tentaram esse golpe antes. Mas estamos ficando para trás de Cuba, Venezuela em termos de 'controle social da mídia', e isso eles não aceitam.

No curto prazo, os prospectos econômicos do país são positivos. Popularidade máxima com o eleitorado mais numeroso e menos educado, que é o que mais interessa. Mas essa janela pode não durar muito. Seria então agora a hora do bote?

20 de novembro de 2009

Mais sobre a economia da Venezuela

A Venezuela parece ter entrado no Mercosul não apenas por pressão ideológica.

A tendência deles é ter a extração de petróleo como única atividade. E esta também com contínua queda de produção.

E, surpreendentemente, nem mesmo o preço do petróleo ter se recuperado ajudou nos prospectos econômicos deles.

Chávez demostrou ao empresário brasileiro que eles em breve vão estar importando produtos que antes eram fabricados por lá. As importações brasileiras vão amenizar a decadência da economia deles. Indústrias locais, como a de café, foram quebradas por Chávez, e não conseguem mais suprir o mercado local.

http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=54167

Chávez é especialista em quebrar pontes. O comércio com a Colômbia foi perseguido por Chávez por motivos políticos. E os empresários venezuelanos são seus inimigos. Portanto, Chávez terceiriza sua economia para os empresários do Brasil.

Empresários brasileiros estão saltitantes com a possibilidade. Além disso, ainda ganham pontos com o 'chefe', por agradar ao planalto. E o 'imperialismo brasileiro' ganha mais um mercado.

Estes empresários brasileiros acham que quando a casa do vizinho pega fogo, não é uma situação de perigo, e sim uma oportunidade de negócios...

19 de novembro de 2009

Para descontrair

Um texto para descontração, enquanto a "repressão democrática" à Liberdade de expressão do governo Lula não chega .......

Publicado no www.maovisivel.blogspot.com em 7 de abril de 2008

Manifesto da Econometria Política

Esta é uma criação coletiva de uns 20 anos atrás. Surpreendentemente (ou não) continua bastante atual.

* * *

Cesse tudo o que a antiga musa canta
Que um valor mais alto se alevanta


Nós, os econometristas políticos, em nome da honra de nossa profissão (seja lá o que isto for), vimos por meio deste manifesto demonstrar nosso repúdio aos métodos quantitativos burgueses, neoclássicos, ortodoxos, tradicionais, estáticos e reacionários (vide M. POÇÇAS, 1988, pág. 24) e resgatar os valores político-sociais-morais-ideológicos-dialéticos-culturais-dinâmicos-e-acumulativos-de-capital: o caso brasileiro (vide M.C. TAVARICH, 1988, pág. 24) que hoje se põem como a única alternativa viável à feudalização da Econometria Brasileira (vide L.C. BELEZZA, Anais do XXIV Congresso do PE do B, 1988, pág. 24). Propomos uma nova formulação crítica da Econometria Política fundamentada nos princípios que se seguem:

1. Por que, de maneira autoritária, se impõe E(u) = 0? Isto é uma forma afintosa de camuflar a apropriação do excedente da clafe trabalhadora. Por que não 12% ao ano? (a este respeito vide F. GASPARIAN, 1988, Paz & Terra, pág. 24);
2. Por que o erro é denotado por “u” e não “e”? Isto é mais um artífifio para confundir a clafe trabalhadora (vide W. BARELLI, 1988, pág. 24);
3. Quem, afinal, define porque o estimador é justo? A justeza do estimador só pode ser definida após uma ampla discussão democrática com a clafe trabalhadora (vide P. A. SAMPAIO JR., 1988, pág. 24);
4. A lógica totalitária da Econometria Neoclássica impõe que os coeficientes sejam ou positivos ou negativos. Por que não coeficientes dialétricos, positivos e negativos ao mesmo tempo? (vide J. C. Braga, 1988, pág. 24);
5. Por que utilizar variáveis quantitativas quando as relações essenciais de produção são qualitativas? Sem embargo (vide C. FURTADO, 1988, pág. 24), propomos a utilização apenas de variáveis dummy (vide LESSA DE QUEIROZ, 1988, pág. 24);
6. Por que utilizar séries de tempo lógico (não veja G. SCHWARTZ, 1988, pág. 24), quando o correto é utilizar séries de tempo histórico (agora sim, vide G. SCHWARTZ, 1988, pág. 24)

Dadas as inconsistências não-contraditórias, imorais, totalitárias e estáticas, entre a realidade dinâmica e a Econometria Neoclássica, propomos aqui o programa de pesquisa da Econometria Política:

1. Aceitar e questionar a existência do Erro Tipo III: admitir que esteja errado quando não está certo. (vide, p. ex., Don João Manuel, In: O Capitalismo Retardado, passim.);
2. Consertar a curva de demanda quebrada, que a Econometria Neoclássica permitiu, por mais de cinqüenta anos, que permanecesse no mais hediondo abandono, apesar dos esforços do companheiro Sweezy (vide OLIVEIRA DE CHICO, 1988, pág, 24);
3. Mudar a sede das simulações de Monte Carlo para Cubatão (SP) (conf. proposta de RUHYM AFFONSO, In: Por que eu sou marxista-quercista-leninista?);
4. Substituir as equações de diferença por equações de igualdade, de forma a não reproduzir a estrutura social injusta do capitalismo monopolista-maduro-caindo-aos-pedaços-e-retardado (vide P.T.P.L.S. – porque é de menor – no seu famoso compêndio Isto é uma mierrrrda; ou Lo que Cuércia realmente quiso decir, Edições BADESP, 1988, pág. 24);
5. Substituir os métodos de regressão linear, de cunho claramente monetarista e recessivo (vide Wilson TUBOS & CONEXõES, 1988, pág. 24), pela progressão não linear em retrocesso (vide F. Masuqqelli, A esculhambação em processo, 1988, pág. 24);
6. Trocar os nomes de heterocedasticidade, homocedasticidade, homossexualidade (SMITH, KEYNES & quiçá RICARDO, 1988, pág. 24) e multicolinearidade por nomes mais simples, como joão, manuel, cardoso, dimello (vide D. MUNOZ, Pobremas da infração brasileiras e brasileiros, 1988, pág. 24);
7. Substituir os índices de Laspeyres e Paasche pelo índice do DIEESE (vide P. BAU’TAR, 1988, pág. 24);
8. Criar, como pólo de debate nacional, a REVISTA DE ECONOMETRIA POLÍTICA, destarte (vide FURTADO, 1988, pág. 24), a ser editada pela Ed. Motta & Conexão Brasiliense (ligada a futura Universidade Federal Tecnológica de Tocantins – UFETOCAN – a 88 mil quilômetros e 24 metros de São Paulo, a partir da Sé), cujo Conselho Editorial será formado por Brecha Pereira, Brecha Pereira, Brecha Pereira, Brecha Pereira, Brecha Pereira, Brecha Pereira, Nukano e Brecha Pereira

TODO PODER EMANA DO POVO, DE JOÃO, DE MANUEL, DE CARDOSO E DE MELLO

Campinas, primavera florida de 1988

Repressão cresce com Raúl Castro e petistas trabalham nessa direção

Apesar de o afastamento de Fidel Castro ter alimentado as esperanças de uma abertura em Cuba, a repressão política na ilha não só não arrefeceu, como há indícios de que tenha até piorado desde 2006. Segundo a ONG Human Rights Watch (HRW), que divulgou ontem o relatório “Um novo Castro, a mesma Cuba”, Raúl adotou uma nova estratégia para intensificar a repressão na ilha. (...)
Ela permite às autoridades da ilha prender qualquer pessoa com base na simples suspeita de que ela poderia ter um comportamento contrarrevolucionário. (...)
O principal instrumento seria o uso intensivo da figura da “periculosidade”, prevista no Código Penal cubano. “Essa norma, a mais orwelliana de todas as leis cubanas, capta a essência da mentalidade repressiva do governo cubano”, diz o relatório. (...)
“O indivíduo é detido de manhã, a sentença sai ao meio-dia e à tarde ele já está cumprindo pena”, disse ao Estado José Miguel Vivanco, diretor da HRW. (...)
Ele menciona o caso da blogueira Yoaní Sánchez, a mais conhecida de Cuba, que em seus textos na internet tem criticado as condições de vida na ilha. (...)
A blogueira foi obrigada a entrar em um carro, ameaçada de morte e espancada por cerca de 20 minutos antes de ser libertada em um bairro da periferia da capital. Agora, está precisando de muletas para andar.
Fonte: O Estado de São Paulo (18/11/09)

Comento: Enquanto isso no Brasil, o PT apóia um documento da Conferência Nacional de Comunicação para transformar a restringir a liberdade de expressão no Brasil, caminhando claramente para o modelo Cubano de democracia social (sic). Vejamos um trecho do documento “A definição de um marco regulatório democrático estará no centro de nossa estratégia, tratando a comunicação como área de interesse público, criando instrumentos de controle público e social(...). O PT também lutará para que as demais ações estatais nessa área promovam a pluralidade e a diversidade, o controle público e social dos meios e o fortalecimento da comunicação pública, estatal, comunitária e sem finalidade lucrativa".
Traduzindo: no interesse público deles, através do controle (eles adoram essa palavra) deles, na pluralidade desde que seja social e estatal, claro. Num mundo petista bolivariano a liberdade de expressão só existirá dentro dos ditames socialistas, ou seja, não haverá liberdade, mas órgãos estatais defendendo o interesse de determinadas castas dos trabalhadores.

PIB cai e Venezuela enfrenta recessão

A economia venezuelana entrou em recessão ao registrar entre julho e setembro uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,5%, acumulando um segundo trimestre em baixa.Os números foram divulgados ontem pelo Banco Central da Venezuela (BCV). No início do ano,o presidente da Venezuela, Hugo Chávez,havia dito que a crise global não tocaria em“nenhum fio de cabelo” da economia do principal exportador de petróleo da América do Sul. Atualmente, ele enfrenta um cenário econômico desfavorável, com a taxa de inflação mais alta da região, que pode encerrar o ano perto de 26%, depois de superar os 30% no ano passado.
Fonte: O Estado de São Paulo (19/11/09)

Comento: Lembro que na semana após ao Fórum Social Mundial em Caracas, o Chavéz, num atitude tipicamente populista e irresponsável, concedeu aumento de até 70% aos funcionários públicos, sua principal base de apoio. O resultado está aí. E ainda tem gente no Brasil sonhando com um mundo bolivariano.

18 de novembro de 2009

Que não venham os investidores

O 'negócio da vez' agora é o carry-trade do dólar para moedas dos mercados emergentes.


O carry-trade 1.0 teve papel fundamental no início da crise financeira. Agora estamos vendo o carry-trade 2.0, ou como diz Nouriel Roubini, a mãe de todos os carry-trades.


Economistas da escola austríaca, como Peter Schiff, há muito tempo apontam para o colapso do dólar. O dólar deixa de ser moeda de reserva, e bancos centrais hoje fazem o que seria inimaginável há anos atrás: compram ouro e outros ativos, mesmo sendo mais caro operar nestes ativos menos líquidos.

O nosso pouco brilhante ministro da fazenda frequentemente ignora os conselhos dos técnicos bem mais capacitados do Banco Central e implementa de maneira simplória aquele familiar passatempo dos políticos brasileiros, o de intervir no câmbio para tentar atingir uma mistura de interesses políticos, pressão de industriais amigos e exportadores. O bife não está vendendo lá fora! E lá vão Mantega e sua turma para mais uma trapalhada.

O movimento especulativo de moeda estrangeira para o real desta vez parece ser mais duradouro. E eles quebram a cabeça em como tentar dissuadir o investidor estrangeiro para que ele não invista por aqui. Xô, dólar!

Inventaram uma inefetiva cobrança de IOF, incapaz de reverter essa tendência especulativa de apostar no Brasil. Agora estão tapando os buracos, já antevistos pelos especialistas assim que a idéia foi proposta.


O dólar vai continuar depreciando não só em relação ao Real, mas em relação à todas as outras moedas, especialmente as de países emergentes. Não dá para saber até quando vai durar esta bolha. Posições de carry trade são alavancadas, e uma valorização súbita do dólar causaria um estouro.

Pensando como eles pensam, imagino que este influxo especulativo seja visto como grande ameaça política. Ao mesmo tempo que 'surfam' na onda do Brasil ser o investimento da vez, se preparam para o possível caldo...

Há também rumores de que a abertura de contas em dólar no Brasil está sendo estudada pelos nossos príncipes. Vale tudo para aliviar a pressão do câmbio, até tomar medidas liberais. Desde que pesem do lado certo, é claro.


Como eu voltei para o Brasil há pouco tempo, faria bom uso destas contas em moeda estrangeira, se é que isso vai ser autorizado. Parece ser bom senso acumular dólares quando estes caírem o suficiente. E as taxas que pagamos para converter dólares e euro no Brasil são muito superiores ao que seria normal. O que é um reflexo de toda essa parafernália para controlar o câmbio criada em uma época onde a moeda brasileira não valia nada.

Pensando nessa época, onde a moeda brasileira era controlada por economistas incompetentes e aventureiros, sugiro um plano drástico para desvalorizar o Real: Mantega para o Banco Central! É bom que não nos ouçam!

Veja também sobre este assunto

Expectativas e a Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos

Artigo interessante e bem didático publicado por Frank Shostak para o Instituto Mises.

Desde que Ludwig von Mises apresentou, em 1912, a sua Teoria Austríaca dos Ciclos Econômicos (TACE), em seu livro The Theory of Money and Credit, ela já foi submetida a todos os tipos de críticas.

Para avaliar a força dos argumentos desses críticos, é útil fazermos antes um breve resumo da TACE. Em parte, a TACE diz que, sem um envolvimento do banco central, são as preferências temporais dos participantes do mercado que vão determinar as taxas de juros; e as taxas de juros, nesse caso, iriam refletir o nível de risco dos projetos empreendidos pelos empresários. Mas quando o banco central injeta dinheiro no sistema, isso faz com que as taxas de juros sejam artificialmente diminuídas, e, assim, os empresários irão reagir como se a taxa de juros "natural" tivesse diminuído por causa dos fundamentos do mercado.

O artigo na íntegra está disponível no endereço abaixo

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=142

17 de novembro de 2009

A Ascensão do Dinheiro

Esse é título do livro de Niall Ferguson, publicado pela Editora Planeta. Ferguson é um historiador irlandês e nesse livro ele mostra que as finanças são o pilar do progresso da humanidade. Sem ela, estaríamos todos usando enxada na roça em absoluta miséria de recursos e de cultura. O autor traça um longo panorama do desenvolvimento do dinheiro começando pelas tabuletas de barro da Mesopotâmia, 2.000 anos A.C., onde teve início um conceito incipiente do crédito ao produtor, até terminar nas controversas inovações financeiras como hedges. Entre outras passagens uma merece destaque: "Os programas sociais (sic) têm que incluir algum incentivo para o esforço individual, para as pessoas ficarem progressivamente responsáveis pelos seus próprios destinos. Não há nada mais patético do que programa sociais que encorajam o parasitismo social", palavras de José Piñera (1995).