O BCB inaugura uma nova fase: uma volta para um passado não muito distante em que os políticos mandavam, eles obedeciam, e o dragão da inflação saia da toca, devorando sem piedade os camponeses do lado de fora, mas fazendo a alegria daqueles que se cercavam pelas muralhas do palácio real ou eram bons em finanças e sabiam se proteger.
Os analistas e palpiteiros econômicos que acreditam que um pouco de inflação seja bom para o crescimento estão vibrando com esta notícia. Bem como aqueles partidários que acham que a missão do atual governo é elevada demais para ser abortada por problemas de caixa. Frequentemente, estes dois conjuntos se intersectam.
Conseguiram o que sempre pediram: taxas reais negativas. Veja manchete do estadão hoje, inflação supera todos os investimentos no trimestre.
http://economia.estadao.com.br/noticias/suas-contas+brasil,inflacao-supera-investimentos-no-ano,not_60986,0.htm
Eles acreditam que a missão do BC não é parar de imprimir dinheiro, e sim deixar a máquina rodando 24 horas por dia e irem se preocupar com outras coisas. Para que meta então? É uma mudança total no rumo do BC, que efetivamente saiu da frente dos planos políticos do governo, rasgando uma credibilidade adquirida recentemente a um custo elevado.
O IGP-M está em 11% e mesmo o 'core inflation' do BCB se continuar como está chega o final do ano em 10%. Mas aí eles aumentam o salário mínimo em 12% e fica tudo por isso mesmo. Vão empurrando com a barriga até o país quebrar.
Os brasileiros leigos - e bota leigos nisso - ACREDITAM em um governo de picaretas, que obviamente atropelou o BC. Ministros sem nenhuma seriedade como este Sr. Mantega conseguiram o que tanto queriam: que o Brasil e o Real entrassem na 'guerra monetária' onde os governos irresponsáveis e seus eleitores infantilizados se recusam a admitir a péssima situação em que suas nações se encontram, e sem poder encarar a crise de frente, querem desvalorizar e destruir a credibilidade de suas moedas ainda mais rápido do que os seus pares.
Nós não precisávamos disto. Mas o governo sim.
Quando os preços começarem a aumentar, eles vão culpar o mercado, os especuladores, os lojistas, etc. Isto tudo é bem repetitivo, é sempre a mesma coisa. Se bobear vão até colocar o Banco Central e a Fazenda para vigiar preços e microgerenciar o mercado. Aliás, não podemos esquecer o controle governamental sobre o preço da gasolina, que não deixou que o aumento do petróleo chegasse no IPCA. Porque com o reajuste da gasolina o índice já teria batido nos 7%.
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