Ele enfatiza que os grandes financiadores de dívida de longo prazo por natureza devem ser os grandes fundos de pensão privadas. Porque há um casamento perfeito entre ativos e passivos de longo prazo.
Só que isto envolve fazer o que deveríamos ter feito: reforma da previdência, antes que a pirâmide fique maior ainda. O setor de pensões complementares ainda é pequeno. O modelo já foi implementado em vários países. Os dois sistemas vão ter que conviver por umas décadas, e esta conta vai continuar pesando no tesouro.
Ele também vê grande semelhança entre a estratégia desenvolvimentista atual e a do governo Geisel. Meia dúzia de empresas grandes recebendo crédito subsidiado. E completa provocando: qual é o benefício social de um modelo como esses? Quantas destas empresas se firmaram? Essa concentração de recursos não aumenta ainda mais as desigualdades econômicas?
E faz também a ótima sugestão de tirar o controle dessa grana toda da mão do CODEFAT - órgão controlado por sindicalistas e pelo governo - e colocar no orçamento público, onde melhor pode ser avaliado o trade-off entre tirar verba da educação e saúde para subsidiar determinadas áreas industriais ou empresas.
A existência destas contas-satélites do estado brasileiro, mas sem o mesmo controle público que existe no orçamento, é um problema sério - e faz a alegria dos nossos políticos.
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