O PIB originalmente é uma medida de produção, e se essa produção toda está se movimentando por aí com base em endividamento, por passe de mágica, ou se está sendo gerada por alistamento forçado em uma guerra, ou mesmo uma grande gincana para produzir coisas 24h por dia e lotar caminhões de containeres para afunda-los no mar, não faz a mínima diferença para a fórmula.
Dentro da definição, OK, o PIB é mais um indicador de produção. Deve ser analisado com outros indicadores. Por exemplo, a dívida em relação à produção deveria mostrar se este movimento econômico todo é sustentável ou não.
Até como indicador de produção ele é um indicador bem questionável, porque um bem comprado pelo orçamento de uma família, ou um bem comprado pelo governo, ou uma passagem aérea comprada por uma empresa, todos contam igual. Geralmente a gente observa que uma empresa gasta pior do que uma família, e um governo pior ainda, porque o dinheiro não é dele mesmo.
Uma casa de praia comprada pelo diretor de uma empresa ou uma nova máquina que geraria mais capacidade de produção, novamente, conta igual. Um cara recebendo um cheque de 500 R$ em seu primeiro emprego ou recebendo 500R$ de um programa assistencialista que vai mantê-lo em casa assistindo TV, novamente conta igual.
Umas vaquinhas produtoras de leite que são vendidas em um mês de pindaíba para fazer churrasco, ou uma máquina qualquer que foi derretida para ser usada como objeto decorativo em um museu, ou mesmo a inteira floresta amazônica cortada e vendida como carvão. Tudo isso também aumenta o PIB, que não contabiliza depreciação de capital. Isto seria calculado no produto interno líquido, que a gente quase nunca ouve falar.
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