29 de dezembro de 2009

Forrest Gump, o homem do ano

A eleição do bravateiro como homem do ano pelo jornal Le Monde revela uma conjuntura pobre de personalidades. Será que não há um outro homem para fazer frente a uma das personalidades mais fracas das últimas décadas? O Obama, evidentemente não conta, apesar do prêmio nobel, tem se revelado um bundão.
Algumas cartas publicadas no Estadão sugerem um relação dessa eleição com a venda dos jatos militares franceses ao Brasil. Não acredito nessa versão. A verdade é que o jornal Le Monde reflete uma fascinação humanista tipicamente francesa, quase um orgasmo antropológico, pelo operário esquerdista que chegou ao poder; mas esconde também uma cegueira proposital dos fatos, ao esquecer a vergonhosa aproximação com as ditaduras do Sudão e do Irã, além do apoio ao golpismo bolivariano em Honduras e de um populismo irresponsável.
Ontem o escritor Mário Vargas Llosa elegeu sarcasticamente o hipopótamo owen e a sua mãe adotiva, uma tartaruga, como as personalidades do ano. Se o Forrest Gump deixasse de ser um personagem de ficção, teria sido ele o eleito.

Herança maldita

Rombo nas contas públicas cresce 278% e derruba meta de déficit zero
Governo projetava déficit nominal zero para 2010, mas rombo cresceu de R$ 36,4 bi para R$ 137,9 bi em 12 meses
Foi para o arquivo a expectativa de a equipe econômica atingir o déficit nominal zero em 2010, último ano do segundo mandato do governo Lula. De outubro de 2008 para outubro passado, o déficit nominal cresceu 278%, de R$ 36,4 bilhões para R$ 137,9 bilhões. Em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o índice saltou de 1,27% para 4,61% do PIB no período.
(...)
Para Felipe Salto, economista da Tendências Consultoria, o Brasil perdeu pelo menos meia década de esforço fiscal. “O déficit nominal zero só vai, agora, ser atingido em 2016, nas atuais condições da economia”, afirma Salto.“
Se o governo fizer reformas estruturais, será possível acelerar a obtenção dessa marca. Mas, se as bases continuarem as mesmas, será difícil antes de 2016.” A previsão é reforçada por Campos Neto: “No mínimo, serão cinco anos para atingir o déficit nominal zero”. Salto avalia que a equipe econômica fez escolhas equivocadas na crise, como o aumento das despesas correntes – salários de servidores públicos e Previdência Social.“Se o governo tivesse usado a maior parte da redução do superávit primário para investir em infra estrutura, o cenário seria muito mais benéfico porque daria espaço para a economia continuar crescendo sem pressão inflacionária. Mas foi feito o contrário.”
Fonte: Estadão.

Comento: A réporter pegou leve. O déficit nominal foi para o brejo. Foi preciso 16 anos de estabilização e uma China crescendo 10% ao ano para o Brasil alcançar números positivos. lulla botou tudo a perder. E, ao invés de investir em infra estrutura e educação, "investiu" em gastos futuros que irão comprometer a capacidade de produção e de poupança de grande parte da população, durante gerações, para sustentar a casta grudada no estado.

28 de dezembro de 2009

Chile e o continente imaturo

Segue texto traduzido (com erros do google evidentemente) do escritor Carlos Alberto Montaner (Fonte: http://www.firmaspress.com/a-060.htm / Dica do Tambosi):
O Chile está bem. Chilenos parecem estar a salvo da imbecilidade ideológica, tão teimosamente instalado na latina vida política americana. O elemento mais significativo de eleições passadas, não é a vitória esmagadora de Sebastián Piñera no primeiro turno, como todas as pesquisas previram, mas a mais clara derrota por Marco Enríquez-Ominami (MEO), um vizinho banana candidato esquerdista Chávez de traço Bolivariano, neste caso, um sabor glamour parisiense.
O deputado jovem, criado na França, mal chegou a 20% dos votos. Seu gerente de campanha e apoiante financeira primário foi Max Marambio, um homem com um passado sombrio e violento, ligada ao governo cubano há décadas, a sua melhor fonte de riqueza pessoal considerável. Se MEO tinha subido para a presidência, Chile teria entrado em um novo período de revoltas e confrontos com nenhum outro destino que a pobreza aumentou, mais atrasos e destruição considerável sobre o capital.
Poucos dias após esta primeira rodada de votação - o segundo entre Piñera e Frei Eduardo será em janeiro - houve outra notícia importante: o Chile foi admitido à OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico). É a trinta países primeira pertencentes a esse seleto grupo de nações, geralmente os mais bem governados em todo o mundo. A razão dada para a aceitação no clube é a qualidade da sua "política pública.''E é verdade, o setor público no Chile é razoavelmente honesta, transparente e eficaz. Não é perfeito e há importantes deficiências, como sabemos todos que lê geralmente relatórios "Liberdade e Desenvolvimento", a pensar grande nacional-tanque, mas a qualidade do Estado chileno é o mais elevado na América Latina.
Isso é o que explica a lealdade da grande maioria da população ao estado do modelo em que vivem. Os chilenos não quer demoli-la, tal como proposto pela esquerda irresponsável carnívoros, mas aperfeiçoá-lo, porque ele já trabalhou. 75% dos eleitores, que votaram em Piñera ou por Frei, quero viver em um país onde o Estado de direito, aberto ao mundo em que os direitos individuais são respeitados, enquanto o sistema de produção, regido por uma concorrência permanece em mãos privadas, porque têm más recordações dos estágios de idade estatista.
Os chilenos não querem um governo de líderes, mas de instituições liderado por uma meritocracia, e que rejeitam aventuras radicais e luta de classe, uma vez que a porosidade de oportunidades sociais e económicas podem avançar através de um trabalho honesto dentro do sistema de código . Em suma, os chilenos não estão doentes de "Terceiro Mundo", esta doença crônica da mente e do coração, que mata os neurônios e impede a interpretar a realidade com um mínimo de senso comum. Longe de odiar o mundo em primeiro lugar, quero ser parte dela.
Naturalmente, existem diferenças entre Piñera e Frei, como há entre Obama e McCain, entre Thatcher e Tony Blair, entre Aznar e Felipe González, mas há diferenças de ênfase. Essencialmente, discutir e discordar sobre a intensidade do imposto e as dotações das despesas públicas, ou a taxa de juros ou o volume de oferta de moeda - questões extremamente importantes, é claro - mas não causa o coração sistema institucional baseada na separação e equilíbrio de poderes, nem os fundamentos filosóficos da democracia liberal, nem o princípio básico de que todos os cidadãos devem ser colocados sob a autoridade da lei, começando com os governantes, porque eles acordam que este modelo, acompanhado pela liberdade de produzir e consumir, tem sido um formidável que reforçou o desenvolvimento dessas sociedades trinta e um incardinado no âmbito da OCDE, onde só agora pertence ao Chile.
Bom para o Chile. As pessoas não estão a salvo das catástrofes políticas, até uma percentagem esmagadora de adultos suportam o modelo econômico e jurídico que rege a sua vida em comum, convencido de que o Estado é capaz de acomodar seus valores e interesses de uma forma justa, o tempo que os políticos e os funcionários fazem seus trabalhos bem gestores.
Existe alguma outra sociedade latino-americana, além de Chile, que tem alcançado o mesmo grau de consenso e de coesão? Provavelmente, Costa Rica e Panamá. Talvez, Peru, Colômbia e Brasil, com grande dificuldade, ele decidiu nesse sentido, mas não muitas democracias maduras nas nossas paisagens. Eles continuam a exceção em meio a um continente tumultuoso e imaturo.

20 de dezembro de 2009

16 de dezembro de 2009

A cidadania das massas

No conceito de governo popular que os autoritários sonham, não podem existir intermediários entre o governante e a massa. A recente batalha dos autoritários de esquerda contra a imprensa na América Latina é mais um exemplo desta atitude.

O que oferece legitimidade ao governo popular é o apoio de uma massa de gente, desassistida e desagregada. Sem educação, sem perspectivas, sem articulação.

Não é necessário ser cristão ou socialista para fazer uma opção pelos pobres. É do interesse de todo oportunista político fazer uma opção pelos mais pobres, pois são os votos mais baratos. É o mais lógico. Esta é a famosa demagogia, o familiar regime de clientelismo, onde o pobre não 'acha' nada. Seu papel é posar para a foto e concordar. Seu papel é de 'simpatizante'.

É a esta gente carente que os políticos chamam de 'cidadão', de boca cheia.

Já os educadinhos, com dinheiro, articulação, e podendo emitir opinião contrária ou não, estes são indesejáveis, incômodos. Se estiverem do seu lado, melhor. Se for possível comprá-los, melhor. Se não, pior para eles. Quem não sair da frente será soterrado.

A ironia é que estes são, justamente, os que teriam condições plenas para exercer a cidadania.

Eram muitos poucos os cidadãos nas democracias antigas. A maioria das pessoas era escravo, servo, ou cidadão de segunda classe.

O grande sonho da democracia moderna era o de fazer o 'upgrade' destas massas para a cidadania plena. Só que às vezes, como mostram as várias tentativas frustradas de democracia em países subdesenvolvidos, é mais fácil e conveniente fazer o caminho inverso: o 'downgrade' dos emancipados para um servilismo referendado pelas massas populares.

A liberdade de informação é sacrificada neste pacote, juntamente com outras liberdades essenciais 'que não enchem barriga de ninguém'.

Segundo Aristóteles, a democracia seria nada mais que uma tirania exercida pelas massas. Via tal governo com grande suspeita, pois a experiência antiga mostrava que o governo exercido por uma massa de pessoas desinformadas e despreparadas rapidamente converge para o caos, para a agressão mútua. E, quando o caos chega a um nível insuportável, o resultado é a instalação de algum tirano.

A experiência moderna infelizmente confirma Aristóteles. Vemos no longo da história esta estratégia demagógica sendo usada repetidas vezes justamente por líderes carismáticos, com consequências catastróficas. Jogue um grupo contra outro, destrua a sociedade, e colha os pedacinhos.

Aristóteles diferenciava essa democracia, com essência demagógica e auto-destrutiva, da 'politia', onde o governo dos muitos é temperado pela observância de leis claras, e pela construção de instituições respeitáveis, acima mesmo dos sabores da vontade popular. Analistas modernos enfatizam a necessidade de se temperar a democracia com um serviço público profissional, bem longe dos recentes 'loteamentos ideológicos' que estamos observando nos últimos tempos.

É certamente a este tipo de governo que deveríamos almejar. Que a cidadania plena seja disponível para todos os que se esforcem por obtê-la, e que sacrifiquem alguns minutos de seus afazeres diários para se informar sobre o que se passa.

Infelizmente, vemos, como no caso brasileiro, uma transição suave do autoritarismo e do voto de cabresto para a demagogia e para um conceito de cidadania de massas completamente manipulado pelos políticos. O voto desinformado é privilegiado. A informação é controlada. A justiça protege a honra dos políticos, e estipula quanto e o que pode ser dito em campanha eleitoral.

Nestas condições, e em face dos acontecimentos recentes, cada vez mais vejo o sistema político brasileiro como um autoritarismo referendado por voto coagido. É permitida a livre manifestação e livre escrutínio dos governantes, desde que os olhos não olhem para o lado errado e não se viole as muitas disposições em contrário...

14 de dezembro de 2009

Um clube de vantagens salariais

O IPEA, instituto oficial de justificativas econômicas do governo, acabou de publicar mais um estudo peculiar sobre a 'desigualdade de renda' no país.

Quando o IPEA observa o fato de que um empregado sem especialização recebe no Brasil 600 R$, enquanto um especializado consegue uns 2500 R$, e um profissional com pós-graduação e um currículo quente consegue uns 5000R$,
chamam a isto de 'desigualdade de renda'.

Aparentemente o IPEA está atento aos 'rumores' de que boa parte da população considera os salários dos funcionários públicos muito acima do setor privado. Os empregos cobiçados não são os dos especialistas com pós-graduação, e sim os dos concurseiros que aterrisaram na oportunidade certa no 'setor público'.

Mas neste caso não há desigualdade. Segundo o IPEA, há uma 'vantagem salarial' no setor público. Como eles adoram brincar de newspeak...


Mais ainda, esta 'vantagem salarial' se explica pelo bom 'nível de qualificação' do servidor público. Ah bom, ainda bem que existe o novo IPEA para tranquilizar-nos.

Obviamente, como qualquer pessoa pode observar, funcionários públicos no Brasil são casta privilegiada, especialmente os federais. O funcionalismo público no Brasil se tornou, no decorrer da república, um grande clube de benefícios.

Com a adoção do concurso público, complementando os tradicionais métodos de entrada, o da indicação política e do apadrinhamento, a casta legitimou seus privilégios e regimes diferenciados. Quando você os critica, sempre alguém diz 'e porque você não faz concurso público?'. Esta é a solução do brasileiro para tais problemas éticos. Junte-se a eles!

O concurso público trouxe sem dúvida transparência. Mas gerou um efeito inusitado: o grande ingresso de pessoas estudiosas sem rumo profissional ou sem oportunidades de trabalho mais vantajosas. Até porque é difícil o setor privado conseguir cobrir a oferta do setor público, tendo que pagar em encargos para o estado um valor igual ao que este concurseiro receberia.

Estas pessoas são portanto retiradas do mercado de trabalho real, onde poderiam desempenhar funções úteis, para viver no mundo de fantasia do serviço público, onde, se não lidarem diretamente com a população, irão desempenhar para o resto de suas vidas algum ritual burocrático. Esse prospecto não atrai muito pessoas bem formadas. Mas o salário e benefícios, sim.

Em outra 'pesquisa' do IPEA, eles apontam que o gasto do governo com o funcionalismo público está em linha com o dos países ricos. Pena que o Brasil não esteja neste patamar econômico ainda. Mas daqui a pouco o IPEA faz outra pesquisa e diz que os funcionários públicos já fizeram sua parte. Já estão gastando! A iniciativa privada é que não fez a parte dela ainda, que é a de pagar pelo serviço público norueguês e expandir a economia do país em ritmo chinês.

Qualquer pessoa de bom senso também pode observar que nosso funcionalismo está longe de atingir a eficiência norueguesa. Mas o IPEA nos tranquiliza: de acordo com alguma fórmula boa o suficiente para o IPEA, a 'produtividade do serviço público' bateu a do setor privada. E por aí vai.

O IPEA se transformou nisso, um patético órgão de propaganda na mão de cabeças atrasadas. Seus estudos estão cada vez mais parecidos com os estudos econômicos de sindicatos, e revelam apenas a agenda de quem pilota tal instituto.

13 de dezembro de 2009

O verdadeiro papel do Estado na banda larga

Ótimo texto de ETHEVALDO SIQUEIRA publicado no Estadão:
Existe na cúpula do governo Lula um grupo de auxiliares que insiste na ideia de estatizar a banda larga e conferir à velha Telebrás a função de atacadista dos serviços e gestora da infraestrutura de cabos ópticos em escala nacional. Caberá ao presidente da República (...) optar por um dos planos de banda larga em discussão quase secreta, seja o estatizante, seja outro, baseado no modelo das parcerias público-privadas (PPP).
A velha estatal nunca foi uma operadora de telecomunicações, mas apenas uma holding que controlava as 27 subsidiárias do chamado Sistema Telebrás. Comparada com a situação atual, a herança da velha empresa foi das mais pobres. Até 1997, o telefone era um serviço elitista. Só as classes A e B podiam ter telefone. A escassez geral levava ao câmbio negro de linhas telefônicas, que chegaram a custar US$ 10 mil em São Paulo. Sem capital para investir, a Telebrás vendia planos de expansão de linhas telefônicas por preços que variavam de US$ 1 mil a US$ 3mil, de 1988 a 1998. Comparemos dois períodos das telecomunicações brasileiras. O sistema estatal, em 25 anos (de 1973 a 1998), investiu R$ 60 bilhões. Num período muito menor, de apenas 11anos (1998 a 2009), as operadoras privadas já investiram R$ 180 bilhões. O crescimento da oferta passou de 24,5 milhões de acessos telefônicos (entre fixos e móveis) para os 207 milhões de hoje.
Em 11 anos, o Brasil saltou de uma densidade franciscana de 14 para os atuais 107 telefones por 100 habitantes. O total de celulares em serviço, que era de apenas 5,2 milhões em julho de 1998, chegou a quase 170 milhões em novembro de 2009. E,
ao longo de 2010, quebrará a barreira dos 200 milhões. (...)
PAPEL DO ESTADO
O que funciona é (...), Estado forte, mas enxuto, sem gorduras flácidas, ético, sem desperdício, o mais eficiente possível. Que missão tem hoje o Estado na área de telecomunicações? Muito mais nobre e relevante do que investir e assumir
o lugar das empresas privadas na operação dos serviços de telecomunicações
- o verdadeiro papel do Estado - é regular, fixar normas, elaborar programas,
formular políticas públicas, estabelecer metas e objetivos, fiscalizar, supervisionar e agir proativamente no tocante à confiabilidade e à qualidade dos serviços, utilizar intensamente as novas tecnologias e a infraestrutura existente visando à implementação do governo eletrônico, estimular as empresas privadas a inovar e a investir permanentemente em pesquisa e desenvolvimento, negociar e conduzir parcerias público- privadas, com a participação de todas as empresas operadoras. É esse papel que o governo parece ignorar.
CALAMIDADE
Como se comporta o Estado brasileiro na área de serviços? Façamos um rápido balanço
dos serviços estatizados e da qualidade da infraestrutura deste País. A previdência social é uma montanha de desserviços e ainda causa um rombo de R$ 45 bilhões por ano. A assistência à saúde e os hospitais estão entre os mais precários do mundo. As estradas federais continuam em estado deplorável. Na escola pública,professores mal pagos, prédios sem segurança, sem conforto mínimo.
Em 2007-2008, durante quase um ano e meio, a Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nos impuseram o maior apagão aéreo de nossa história. No mês passado, um apagão elétrico alcançou 28 Estadosporquase24horas.
AJustiça continua cada vez mais lenta e ineficiente. A segurança pública, cada dia mais insegura. Acho que esses exemplos bastam. (...)
Os governos sugam tudo que podem das telecomunicações. Retiram o máximo de impostos e confiscam seus fundos. Esse setor é uma espécie de galinha dos ovos de ouro,
Pois gera mais de R$40bilhões de ICMS, por ano. De 2001 para cá, o Tesouro Nacional já confiscou cerca de R$ 10 bilhões do Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (Fust) e R$ 15 bilhões do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel). Diante desse quadro, que sentido terá recriar a Telebrás
e ampliar a esfera de atuação do Estado?

12 de dezembro de 2009

Ué! Discurso de Obama no Prêmio Nobel não foi histórico

Claro, não agradou a turma da esquerda, afinal ele precisava defender o uso da guerra como mecanismo para alcançar a paz. Mas não era isso que o malvado do Bush também defendia. Obama tem feito discursos fracos um atrás do outro. O pessoal cansou de considerá-los históricos antes de serem proferidos. A máscara tá caindo.

2 de dezembro de 2009

"We, the people..."


Começa a atrair a atenção dos comentaristas políticos nos Estados Unidos o uso do 'plural majestoso' nos discursos oficiais do presidente Obama. Pronome tradicionalmente reservado para monarcas seculares ou religiosos.


Note a diferença:

'O governo dos Estados Unidos decidiu que...'

'Nós, o povo da América, decidimos que...'

O uso do plural majestoso não é uma tradição americana. Na história americana, esta empáfia sempre foi ridicularizada, pois era associada aos maneirismos da monarquia. Posteriormente isso foi incorporado no discurso republicano.

O uso da terceira pessoa por líderes populistas traz uma imagem de concordância impossível de milhões de indivíduos, opositores inclusive, que se aglutinam na pessoa sublime do líder democraticamente eleito. A risível empáfia da monarquia foi substituída pela empáfia democrática, que todos devem respeitar.

Em um de seus 'discursos históricos', que como notou o colega Victor, são declarados 'discursos históricos' mesmo antes de acontecerem, Obama citou os sábios Hopi:

'Nós somos a mudança que nós estávamos esperando'

Estamos diante de um mestre da retórica. Um manipulador de sonhos sem remorsos. Pois para líderes como Obama, a transformação do 'Eu' em 'Nós' é a apoteose tão almejada.

No Brasil vemos o uso desta retórica feita pelo governo Lula quando usa a expressão
"O Brasil decidiu...", "O Brasil não aceita...". Frases assim são proferidas especialmente em situações onde a opinião pública é fortemente contra a opinião do governo.

Em certa ocasião, Lula assumiu ares de um Luis XV populista e declarou uma frase majestosa: "O povo sou eu".

Entretanto, o uso do 'Nós' majestoso é evitado. Talvez fosse confundido com 'Nós, o PT'. Lula ainda não chegou no 'Nós, o presidente'. Talvez em seu caso tomassem o uso do plural majestoso como simples erro gramatical.